Temples: em 2014, muita psicodelia no álbum de estréia
Resenha - Sun Structures - Temples
Por Marcos Ráinier de Sá
Postado em 27 de abril de 2020
Nota: 9 ![]()
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Álbuns de estréia. Para muitas bandas são apenas a entrada para o mundo da música, mas para outras, é uma incógnita na cabeças dos críticos musicais, que se perguntam de onde veio tanto talento em um grupo até então desconhecido. É nesse segundo caso que entra o debut da banda TEMPLES, lançado em 2014 pela gravadora Heavenly Recordings.
"Sun Structures" mostrou que o grupo não é apenas mais um no meio dessa multidão indie que surge a todo instante. O som criado pelo grupo é sólido, com muita personalidade (algo raro hoje em dia) e parece ter sido obtido de uma fusão do indie moderno com o psicodelismo dos anos 60. Sua sonoridade lembra a dos australianos da TAME IMPALA no começo da carreira, mas com uma pegada ainda mais anos 60, formando um rock psicodélico com pitadas de folk rock. Quantos as músicas, não temos nenhuma faixa ruim do trabalho, todas as 12 composições são de qualidade e formam um conjunto excelente, uniforme e tão equilibrado que torna-se difícil apontar seus pontos fortes.
Já abrindo o disco temos de cara a música de mais sucesso de seu primeiro disco, "Shelter Song", que pode ser citada como uma das 3 melhores (não tenho como citar uma melhor). O disco segue com a batida acelerada de bateria da faixa-título "Sun Structures" (outro ponto alto), que destaca-se também pelo riff muito bem bolado e pela introdução nos teclados. Na sequência "The Golden Throne" vem com um som mais atual e com trabalho vocal mais "grudento", daqueles que colam na mente do ouvinte (outro ponto alto, aliás, vou parar com isso porque o nível não baixa em todo o trabalho). Na quarta faixa temos a excelente "Keep in The Dark", com arranjo psicodélico mais arrastado com direito a trabalho acústico com uma pegada folk. Seguindo temos o que talvez seja o arranjo mais moderno e indie do trabalho, a faixa "Mesmerise", que nos brinda com um refrão psicodélico que fixa na mente (droga, vou passar o dia com ela na cabeça).
Após este quinteto que mostrou a banda para a mundo, seguimos com a sexta faixa nomeada "Move with the Season", onde outra vez a banda abusa de um psicodelismo arrastado, com uma linha vocal suave e um um som um pouco "abafado" nos instrumentos. Em "Colors to Life" temos uma bateria bem marcada que dá a música uma certa pulsação, para na sequência chegarmos em uma de minhas preferias, "A Question Isn't Answered", que inicia com uma série de palmas e um vocal que remetam em folk, para aos poucos ir tomando forma e nos presentear com uma introdução de teclados simples mas muito boa seguida de bateria e guitarras marcadas que tornam a faixa mais pesada do disco. A atmosfera muda em "The Guesser", onde o indie com pegada sessentista volta com força, para em seguida acelerar com a bateria de "Test of Time", que contrasta muito bem com os trechos de vocal lento e psicodélico, aliado a um refrão muito bom. O fim se aproxima ao chegarmos na décima primeira música do disco, "Sand Dance", que mostra um riff de guitarra ao melhor estilo indie atual junto de elementos folk e claro, psicodélicos, para finalizar com a calma e bela "Fragment's Light".
Tive a oportunidade de ver a banda ao vivo no Brooklyn em 2015, em uma apresentação minimalista e extremamente bem executada, onde em me senti completamente imerso dentro da atmosfera criada em "Sun Structures".
Em resumo, o álbum nos oferece quase 53 minutos de um competente e bem tocado rock psicodélico, e neste momento vou colocá-lo em minha vitrola (tenho um exemplar em vinil) pois sem dúvidas a sua atmosfera anos 60 é aumentada ao ouvi-lo desta forma.
Nota 9, para mim os dos melhores discos de rock psicodélico da década.
Track List:
1. "Shelter Song"
2. "Sun Structures"
3. "The Golden Throne"
4. "Keep in the Dark"
5. "Mesmerise"
6. "Move with the Season"
7. "Colours to Life"
8. "A Question Isn't Answered"
9. "The Guesser"
10. "Test of Time"
11. "Sand Dance"
12. "Fragment's Light"
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