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Grave Digger

Tankograd: Poloneses mergulhando fundo no doom metal

Resenha - Totalitarian - Tankograd

Por
Postado em 03 de abril de 2020

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

O TANKOGRAD é uma banda polonesa de Doom Metal que, simplesmente, me deixou atordoado, sem palavras! Seu som é um metalzão pesado e desacelerado, feito com muito esmero e engenhosa precisão. As esmagadoras emanações de melancolia, desgraça e opressão atmosférica são trazidas à vida por esta excelente banda, formada por quatro sujeitos que sabem muito bem o que estão fazendo, sujeitos que – tenho certeza! – devem ter graduação, doutorado e mestrado em Doom Metal. Tudo combina perfeitamente com a temática das composições: músicas falando sobre a Segunda Guerra Mundial.

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Totalitarian é o nome de seu primeiro álbum, lançado em 2019 e recheado com cinco músicas... Apenas cinco!? Pois é, mas o tempo médio de cada faixa ascende a uns sete ou oito minutos, de modo que o tempo total do álbum supera os 44 minutos. Então, já sabe: o que encontramos aqui são músicas longas, longas, desaceleradas, mas muito, muito pesadas. Nota-se também que a atmosfera de Black Metal é onipresente neste trampo. Isso já é notado na faixa de abertura, batizada como "Ostatni Sen Joachima". Com pouco mais de cinco minutos e meio, esta é a faixa mais curta do álbum. A mesma oferece um lado mais atraente, enquanto as faixas mais longas atingem você como uma chicotada certeira. A atmosfera criada por este álbum é perfeita para a arte da capa. Olhando pela primeira vez para a imagem, a atmosfera Doom já o atinge intensamente, preparando-o para a raiva, melancolia e desespero entrincheirados nesta jornada. Totalitarian é um registro muito sombrio e emocional, onde você pode ouvir a agonia, o ódio, o pessimismo, a tristeza e o nojo sendo transmitidos através do brilhante trabalho de guitarra e vocal. Sua magnificência brilha corajosamente em todas as músicas, em todas as expressões e notas musicais tocadas.

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Existem momentos de tranquilidade, como em "Żelazne Trumny" e "Lot Do Kraju", mas as sensações destrutivas retornam através dos poderosos sons das guitarras e vocais, com o peso e a agressividade exalando de cada poro destes poloneses. A produção garante que você receba todos os detalhes desse tumulto expresso por meio da música que governa a travessia desse terreno em ruínas da Segunda Guerra Mundial. Totalitarian é um assalto total aos seus sentidos, bloqueia sua percepção em uma era que foi marcada de forma tão agressiva que o tempo não conseguiu curar nem enterrar os efeitos. Esse é o tipo de álbum que recompensa o ouvinte, à medida que o tempo avança; embora se materialize como um registro muito pesado, tanto musical quanto conceitualmente, você terá uma sensação de satisfação depois de ter passado por esse pavor. Isso precisa estar em vinil; um lançamento apenas em CD não pode fazer justiça à banda e, certamente, não a este trabalho em particular. De modo mais direto, me limito a dizer que este registro é bem-sucedido, trazendo a sensação de miséria e amargura ameaçadoras que precisam e clamam para serem registradas. Quando você acaba de experimentar essa maravilha de mais de 40 minutos, fica ainda a sensação de "quero mais". Se você (assim como eu) é apreciador de grupos como KYPCK, FORTY LEGS e TRIPTYKON, certamente vai se deleitar com o som do TANKOGRAD. Em tempo: a palavra TANKOGRAD, em russo, significa "cidade dos tanques" e é uma referência à cidade de Tcheliabynsk, na Rússia, além dos Montes Urais, para onde foram transferidas às pressas as fábricas de tanques de guerra, durante a Segunda Guerra Mundial (conflito este que, na Rússia, é chamado de Grande Guerra Patriótica), ante o avanço inexorável de tropas alemãs. Olha só onde você veio a ter aula de História!

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Track List do ákbum Totalitarian:

01 - Ostatni sen Joachima
02 - Arkhangelsk
03 - Lot Do Kraju
04 - Żelazne Trumny
05 - Mir

Bandas Similares:
FORTY LEGS, de Barbados
KYPCK, da Finlândia
TRIPTYKON, da Suíça
KISHI, de Angola

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Sobre José Sinésio Rodrigues

José Sinésio Rodrigues mora em Londrina, no Paraná. É professor de Ciências, agente penitenciário, aluno de Geografia e coordenador de Astronáutica de um grupo de Astronomia londrinense. É também palestrante, escritor, quadrinista, contista, ex-radialista e ex-colunista de jornal. Seu contato com o Rock aconteceu com o Faith No More e Pearl Jam, no início da década de 1990. Suas bandas favoritas são: My Dying Bride, Monster Magnet, Dominus Praelii, Acrassicauda, Slayer, Fejd, Arkona e Anabioz.
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