Allen/Olzon: álbum burocrático fica abaixo do nível da dupla
Resenha - Worlds Apart - Allen/Olzon
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 27 de março de 2020
Nota: 5 ![]()
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Da mesma gravadora que deu à luz projetos como Allen/Lande, Kiske/Somerville e Lione/Conti, chega mais uma jogada comercial: Allen/Olzon.
Isso mesmo: a italiana Frontiers Records Slr juntou uma dupla bem improvável. De um lado, o estadunidense Russell Allen, mais conhecido pela atuação em sua banda principal, o Symphony X. Considerado um dos vocalistas mais versáteis do metal atual, ele já emprestou seus talentos ao Avantasia, Ayreon, Star One, Genius, Avalon, além de sua segunda casa, o Adrenaline Mob.
Do outro, temos a sueca Anette Olzon, de currículo mais modesto. Foi vocalista do gigante Nightwish por alguns anos, é verdade, mas depois disso teve uma carreira relativamente infrutífera, limitando-se a um ótimo álbum solo e um insosso projeto com o guitarrista Jani Liimatainen (ex-Sonata Arctica), o The Dark Element. Ela até revelou recentemente em entrevista ao Let's Discuss With Lance Hall que trabalha em tempo integral como enfermeira, indicando que realmente a música (o business?) não tem dado o retorno financeiro que o talento dela merece.
O produto do qual falamos aqui era para ser na verdade o quinto (sim, o quinto) disco do Allen/Lande (que une o já mencionado Russell com o vocalista norueguês Jørn Lande), mas este último percebeu a presepada formulaica que estavam lhe preparando e pulou fora, conforme explicou em entrevista ao Metal Symphony. "Em seu lugar", chamaram Anette Olzon, e assim nasceu o Allen/Olzon, uma espécie de sucessor espiritual do projeto anterior.
Pois bem, a combinação dos dois foi "moderada" pelo produtor Magnus Karlsson, o coringa que a Frontiers quase sempre chama para esses discos de duetos. Ele escreveu tudo e ainda tocou todos os instrumentos, exceto pela bateria, que ficou nas mãos de Anders Köllerfors. O resultado superou as expectativas - eu, pelo menos, esperava um trabalho bem comercialesco, na vibe do The Dark Element.
Worlds Apart, estreia do time, não deixa de sê-lo, mas há um esforço real aqui em não ser tão artificial. Abrimos com "Never Die", que seria boa o suficiente não fosse um detalhe: Russell canta sozinho nela. Qual o sentido de se trabalhar em dupla se as metades entram separadas?
A faixa título vem logo em seguida, e seu nome ("A mundos de distância" em tradução livre) diz muito sobre o projeto em si, à luz do que foi dito alguns parágrafos acima.
Russel segue voando solo na ótima "Lost Soul" e na esquecível "Who You Really Are". Já Anette ganha espaço exclusivo nas tocantes "I'll Never Leave You", "One More Chance" e "Cold Inside", esta última a melhor de suas aventuras solo.
Os dois aparecem juntos nas insossas "What If I Live", "My Enemy" e "Who's Gonna Stop Me Now"; mas conquistam de vez na ótima "No Sign of Life".
Um fator extra-musical que chamou a atenção foi, ironicamente, a falta de atenção dada ao lançamento por parte da imprensa e dos próprios músicos. Sua rala presença na mídia se deu na forma de comunicados enviados pela Frontiers, basicamente, e não houve grande entusiasmo por parte da dupla nas redes sociais na hora de divulgá-lo.
Fica a impressão, inclusive, de que os dois sequer chegaram a se encontrar nas gravações. Se bobear, nem comunicação direta houve entre as partes. Tudo parece extremamente encomendado.
Levando em conta estas últimas considerações - a natureza formulaica das músicas e a divulgação tímida - "burocrático" é o adjetivo mais apropriado para Worlds Apart, que até supera as baixas expectativas, mas não atinge o nível dos dois cantores. Na boa discografia de Russell e Anette, este lançamento se perde facilmente.
Abaixo, o clipe de "Worlds Apart":
Track-list:
1. "Never Die"
2. "Worlds Apart"
3. "I'll Never Leave You"
4. "What If I Live"
5. "Lost Soul"
6. "No Sign of Life"
7. "One More Chance"
8. "My Enemy"
9. "Who You Really Are"
10. "Cold Inside"
11. "Who's Gonna Stop Me Now"
Fonte: Sinfonia de Ideias
https://bit.ly/allenolzon
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