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Deicide: "Era uma vez na cruz"

Resenha - Once Upon The Cross - Deicide

Por Ricardo Cunha
Postado em 05 de outubro de 2019

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Na ativa desde o ano de 1987, o grupo originalmente chamado Carnage alterou o nome para Amon com a entrada do polêmico vocalista/baixista Glen Benton. Mas, em 1989 deliberaram pelo nome Deicide, que se tornou definitivo. Juntamente com Eric Hoffman (guitarra), Brian Hoffman (guitarra) e Steve Asheim (bateria) a banda teve sua formação clássica e com ela, gravou o álbum do qual agora falaremos.

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Once Upon The Cross é um dos maiores álbuns Anti-cristão já produzidos por qualquer banda do universo metálico e, certamente, um dos melhores lançamentos da banda em questão. Com este disco, a banda poderia ganhar qualquer concurso de "banda mais malvada" do Death Metal!

A verdade é que o grupo se sente representado pela figura de Benton, que parece gostar de brincar com a fama. E, possivelmente, aí estar a origem da brincadeira – levada a sério por muitos – de que cometeria suicídio em pleno palco quanto chegasse aos 33 anos (idade de Cristo quando morreu). [...] Bem, como todos sabemos, tal fato não aconteceu, mas nem por isso, a banda perdeu credibilidade junto ao seu público.

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Musicalmente, é um álbum inovador no contexto da cena da música agressiva. Tem riffs maravilhosos e uma bateria muito precisa. Por falar nisto, uma curiosidade sobre o disco é que a velocidade das músicas é mais lenta no disco do que nas performances ao vivo. Isto decorre de que, a princípio, a duração do mesmo ficaria em torno dos 22 minutos, o que era insuficiente para um "Full Length álbum". Então eles desaceleraram propositalmente as músicas e fizeram outros ajustes para atingir a meta de – pelo menos – 30 minutos. todas as faixas são curtas e grossas como o Death metal deve ser, mas para um álbum completo, seria necessário mais do que as 9 (nove) composições entregues, o que na verdade, era comum naquela época. Mesmo assim, todos esses aspectos do processo de gravação, fizeram deste, um dos álbuns mais clássicos do death metal em todos os tempos.

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Um dos fatos mais estranhos com relação a este disco é o projeto da capa. É com certeza uma das artes mais grotescas que alguém já criou. Ela mostra a figura de Cristo com os braços abertos tal como se estivesse pregado na cruz, só que, coberto com um lençol branco manchado de sangue nos olhos, mãos, no estômago e nos pés. Até aí, nada de mais, mas ao abrir o livreto é que entendemos a verdadeira intenção do desenhista/banda: Jesus com o corpo aberto como se estivesse numa mesa de autopsia e com os órgãos internos arrancados!

No geral, tudo neste álbum é feito com competência: das composições à produção do mestre Scott Burns e das letras infernais ao projeto doentio da capa e certamente agradaria mais aos fãs se a duração do álbum chegasse aos 45 minutos, mas o fato de conter apenas 30 minutos realmente não diminuiu a admiração dos fãs pela banda.

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Sobre Ricardo Cunha

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