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Rasmus: um trabalho muito bem elaborado e de resultado agradável

Resenha - Dead Letters - Rasmus

Por Marcio Machado
Postado em 23 de abril de 2019

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Se você é do tipo xiita e se carrega de preconceitos musicais ao ouvir uma banda, passe bem longe de qualquer obra do The Rasmus, pois achará um milhão de motivos para odiar tudo visto aqui. Porém, se você consegue passar por cima dessas bobagens e apreciar algo bem feito, "Dead Letters" é um ótima pedida para se ouvir e curtir um bom momento de música boa.

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Em seu quinto álbum, a banda sueca explora o gótico aliado a música pop e sintetiza um trabalho muito bem elaborado e de resultado no mínimo agradável.

"First Day of my Life" é a abertura e já começa mostrando que nada mirabolante será visto aqui, mas que a qualidade faz parte. O refrão é algo "mastigado" até o talo, mas que soa muito bem elaborado e a banda continua afiada, principalmente pela voz serena e bem encaixada de Lauri Ylönen, um vocalista dono de uma voz bastante particular. Os momentos melódicos surgem a todo momento e não deixam o ritmo cair, que diga-se de passagem tem um andamento bem animado. É um começo de botar pra cima mesmo.

Na segunda faixa, por mais que você seja do time que odeia a banda, de certo já ouviu "In the Shadows" em algum momento. A música tocou repetidamente em várias rádios em seu ano de lançamento, teve seu vídeo rodado exaustivamente em todo programa do tipo e...que música maravilhosa temos aqui. Pega fácil, o andamento é gostoso de se ouvir e tem um refrão muito bem produzido também. O baixo é bem presente e da certo peso ao momento. Óbvio que se tornou um hino da banda e não a toa, é de fato uma música muito bem composta.

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"Still Stading" é das famosas também. Começa meio soturna em andamento mais lento e melódico. Até explodir em um grande momento de outro refrão pegajoso, mas muito bom. A ponte é muito bem encaixada e cria um momento dramão pra música. Certamente é um dos destaques do disco.

Dando continuidade, temos "In My Life" que começa bem pesada na sua introdução. Não vou falar de outro refrão, mas esse aqui contagia muito, faz pular e é bastante animado, daqueles que dá vontade de cantar junto. É talvez a faixa de andamento mais pesado do disco todo.

"Time to Burn" já é hora de acalmar as coisas um pouco, trazendo um lado mais melancólico. Uma música mais arrastada e com um grande ar sombrio. Assim ela se segue até seu final, mas não sendo menor que as demais em momento nenhum.

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Outro hit do disco da as caras agora, "Guilty" também ganhou seu vídeo e foi usada como publicidade do disco. Mas aqui confesso que as coisas não funcionaram muito bem e temos uma música meio chatinha, o lado mais morno da banda fala mais alto aqui e temos uma música cansativa.

"Not Like the Other Girls" é grande, coloca as coisas de volta ao eixo. Começa toda climática e assim se desenrola numa letra muito bem escrita e que vai deixar os mais tradicionais mordidos de raiva pelo tema (risos). É o momento que vemos a capacidade da banda em criar, a melhor faixa do disco encontra solos e teclados muito bem executados e grande desempenho vocal. Dá pra ouvir durante a madrugada toda, maravilhosa.

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Ainda continuando no tema da paixão, "The One I Love" é outra muito bem executada. Tem de novo um andamento simples, mas não menos que maravilhosa. Gosto demais do clima colocado por aqui, e dos trabalhos de vozes na última parte, e também da ponte com harmonias calmas pra logo em seguida, explodir de novo no bom refrão.

"Back in the Picture" já tem uma pegada mais filme Sessão da Tarde e é outra que soa meio chatinha no seu desenrolar sem muito o que acrescentar por aqui e bastante repetitiva, ainda que tenha outro bom trabalho vocal em sua execução.

Encerrando temos a climática "Funeral Song". Aqui as melancolias exalam a cada nota soada, e como Lauri se sente a vontade nesses momentos, a voz do rapaz casa perfeitamente nesses sons e parece ser a personificação da tristeza aqui. A música é simples e acompanhada em sua quase totalidade por uma guitarra que embala a voz, vez ou outra sendo seguida por instrumentos que enchem ainda mais as coisas. Encerramento dramático e muito bem elaborado pela banda e sua temática.

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Temos aqui um trabalho curto, mas de muito bom desenvolvimento e com uma banda competente no que se propõe. Se estiver afim de algo sem compromisso e de boa qualidade, "Dead Letters" é a pedida certa pra esse momento, mas se for o "roqueirão bicudo", passe longe!

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Sobre Marcio Machado

Estudante de história, apaixonado por cinema e o bom rock, fã de Korn, Dream Theater e Alice in Chains. Metido a escritor e crítico.
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