Válvera: imagine o Iron Maiden de 1984 tocando Thrash Metal
Resenha - Back to Hell - Válvera
Por Willba Dissidente
Postado em 11 de março de 2018
Vindos de Votuporanga, interior de São Paulo, o quarteto VÁLVERA, prestes a completar 08 anos de atividades, chegou ao fim de 2017 com seu segundo disco completo "Back To Hell". Chama a atenção o conjunto só ter discos completos; não se valendo de EP's, slipts e coletâneas, agora mais comuns que outrora no Heavy Metal. O VÁLVERA passou por mudança de formação desde "Cidade em Caos" e esse não o único câmbio: o visual está mais agressivo, a produção está mais pesada e o agora eles cantam em inglês. Via de regra no Metal Nacional, paulista em especial, bandas que mudaram da linguagem pátria para a de Shakespeare não lançaram discos que agradaram os fãs (vide HARPPIA e A CHAVE DO SOL). Porém, tal como a TROPA DE SHOCK em "Angels of Eternity", vinte anos atrás, o VÁLVERA passou a cantar em inglês e adotou um som mais oldschool, o que fez muito bem para o grupo. Acompanhe o VÁLVERA de volta ao inferno.
Com cabelos mais compridos, mais tatuados e usando roupas mais rasgadas, essa é o VÁLVERA de "Back to Hell"; mudança visual essa que repercutiu no som do grupo. A produção de Marcelo Pompeu e Heros Trench está mais grandiosa e cheia que o disco anterior e conseguiu um mérito único: os timbres estão pesados, mas sem soar modernosos e nem tampouco parecem mofados e ultrapassados. É a tecnologia e a técnica à favor do oldschool para uma nova década e além. Talvez a melhor maneira para definir o que esperar do VÁLVERA em "Back to Hell" seja imaginar algo com o IRON MAIDEN tocando Thrash Metal.
Tal afirmação já pode ser sacada na abertura com "The Skies are Falling". O que começa num Thrash mais tradicional muda aos três minutos para um som mais tradicional destacando o som da bateria oscilando muito bem o bumbo duplo na mudança. Nota-se que foi otima a adesão do baterista Rafa Hernandez, que não nega ser de uma escola mais Hardeira setentista, porém está totalmente incluindo na tendência Heavy / Thrash Metal do VÁLVERA. E falando em bateria, é ela que abre e termina "Demons of War", um dos destaques do disco. Lembra um pouco o ANVIL do primordíos: Heavy tradicional sendo Thrash antes do Thrash se firmar! "The Traveller" já puxa mais para o Metal tradicional, exceto pelo vocal agressivo. É interessante que uma segue em lead quase a canção toda. Mais cadenciada que as anteriores é a faixa título, "Back To Hell", indiscutivelmente a dona do refrão mais bacana do trabalho. A trinca mais heavy do disco fecha com "All the Lost Souls" e seu marcante riff de guitarra.
Mais que um destaque, um cartão de visita que resume toda a proposta do VÁLVERA é "Dying in the Wrong Life". Tem paradinhas mortais, "hey, hey, hey" no refrão, espaço para cada guitarra dividir o solo, um interlúdio THIN LIZZY / ARIA aos três min com duas guitarras solando com o baixo segurando a base sozinho. "The King of All Despair" é tão "á la Power Slave" que até dá pra imaginar o Bruce Dickinson cantando. Claro, as paradas de bateria e baixo e as guitarras dobradas sem uma terceira guitarra, e um eventual teclado são reminiscências dos anos setenta muito bem vindas. A longa "Gates of Hell", além do baixo mais legal de "Back to Hell" chega com abertura épica abrindo espaço para pancadaria e rapidez que desenvolve até num dedilhadinho bem massa. Esse som deverá fazer bastante sucesso ao vivo. "Act I" é a primeira experiência do VÁLVERA em compor uma viagem instrumental e "chegaram metendo o louco" para usar um termo jovem e combinar com o conjunto. Se é notório que os sons de "Back to Hell" tem duração maior que os do debut "Cidade em Caos", esse tema de quase nove minutos começa num chuvinha e se metamorfoseia numa verdadeira tormenta. Seria um encerramento perfeito se o disco ainda não tivesse de bônus a thrasher e acelerada "Extinção", que encerra o trampo anterior ao vivo sem São Paulo (seria o show na Praça do Rock?).
Finalizando, temos de ressaltar a fabulosa arte gráfica de Marcelo Vasco (KREATOR, SLAYER, KORZUS etc) que passa a ideia de um inferno e casou perfeitamente com a foto de Edu Lawless (Roadie Crew) dando um arte dantesco a embalagem de "Back to Hell". Para essa resenha foi disponibilizada uma edição especial de lançamento, que não obstante a mídia impressa em cd-r, não possui encarte. O grupo poderia então, ao menos no site oficial, disponibilizar as letras das faixas para os fãs. "Back tp Hell" está todo disponível para ser ouvido em diversas plataformas digitais (links ao fim da matéria) e quem quiser comprá-lo pode procurar a banda pela sua página oficial no facebook ou pelo e-mail [email protected] .
VÁLVERA:
Glauber Barreto - Vocal e Guitarras.;
Rodrigo Torres - Guitarras e Backing vocals.
Jesiel Lagoin - Baixo.
Rafa Hernandez - Bateria.
Discografia:
Cidade em Caos (Cd, 2015).
Back to Hell (Cd, 2017).
Back to Hell - Nacional - Independente - 2017 - 56:30.
01 . The Skies Are Falling (05:34)
02 . Demons of War (05:21)
03 . The Traveller (04:39)
04 . Back to Hell (04:55)
05 . All the Lost Souls (05:08)
06 . Dying in the Wrong Life (05:23)
07 . The King of Despair (05:23)
08 . Gates of Hell (07:24)
09 . Act I (08:45)
10 . Extinção (Bônus ao vivo em São Paulo ) (03:55)
Ouça o disco inteiro:
Spotify
https://open.spotify.com/album/2NFhS3rk07IC0LFElULyjj
Site:
http://www.valvera.com.br
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