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Deathgeist: Um thrash técnico competente com temática tradicional

Resenha - Deathgeist - Deathgeist

Por Rodrigo Contrera
Postado em 23 de julho de 2017

Algumas bandas têm me mandado links ou arquivos de músicas que gostariam que eu analisasse. Uma delas tem sido a Deathgeist, representada pelo Victor Regep, guitarrista (aliás, muito bom). O Victor me mandou duas faixas, Day of No Tomorrow e Death Razor.

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É curioso que eu analise faixas de thrash metal. Isso porque eu mal tive tempo nem oportunidade para curtir o Thrash quando ele surgiu (em meados dos 80), e também porque tenho profundas dúvidas a respeito do gênero. Ele parece de forma geral uma versão mais suja (em todos os sentidos) de um heavy metal que recaía para um lirismo (às vezes um pouco forçado) e de um hard rock que falava dos temas de sempre (amor, sexo, drogas, etc.). O thrash não; ele falava de temas mais amplos, como paz e guerra, religião, criminalidade, insegurança, maldade, etc. E seu estilo era (como ainda é) mais rápido e sem graça para quem queria assobiar as músicas (pelo menos). Ou cantá-las (o que é diferente de gritá-las).

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Assumindo essas influências, a banda do guitarra e voz Adriano Perfetto (ex-Bywar e hoje na Timor Trail, de stoner/doom (que porra é essa, eu não sei)) e o guitarra já citado Victor (também ex-Bywar) conta também com o baixo Maurício Bertoni (ex-Voiden e Mystic) e o bateria Hugo Golon (ex-Infected e hoje nas Heritagee Cemitério) e não renega as origens, que já citei. Com um aspecto a mais: eles fazem questão de divulgar que o thrash de que se originam é o alemão dos anos 80. Curioso isso, porque noto também uma certa pegada de power metal alemão naquilo que eles fazem (e bem).

Mas aqui gostaria de ir um pouco além neste esboço de análise. Todos sabemos que o metal assumiu, e não por acaso, vertentes específicas em determinados locais da Terra. Que eu saiba, por exemplo, o thrash original foi sempre mais potente nos Estados Unidos. Por outro lado, as vertentes mais estratosféricas (em termos de temas) apareceram num primeiro momento em países nórdicos e do ocidente europeu (como a alemã). Isso, creio, tenha em parte motivo no contexto histórico daquelas regiões.

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Os nórdicos já possuíam uma tradição histórica mais densa quando o rock começou a se conectar com outros instrumentos, outros ritmos e mesmo a música erudita. Por outro lado, o Power Metal era uma espécie de apanágio transcendental em países que estavam, num contexto histórico conturbado, sem ter o que oferecer (em imaginário) a seus jovens, tão enérgicos e sem conexão tão forte com gerações anteriores. Lembro-me bem do clima de euforia e positividade oferecido por um Helloween em meados dos anos 80, com clássicos que se tornaram, no gênero, insuperáveis.

Ocorre que o thrash não era isso. O thrash era uma resposta a um heavy metal melódico (que já não se intitulava do mal), a um rock que repisava nos mesmos temas de sempre (derivados de uma geração de excessos) e a vertentes (como o glam e o rock mainstream) que pareciam por vezes nos tirar gargalhadas. O thrash parecia querer falar de temas sérios, com um jeito agressivo e selvagem, sem concessões. Mas o Deathgeist diz que reacende a um certo thrash alemão, que eu não conheço mas que penso apenas intuir.

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Ocorre que a temática do Deathgeist é, pensando nos dias de hoje, bastante tradicional. Day of no Tomorrow, por exemplo, bastante inspirada numa pegada Power Metal, nos coloca na pele de alguém na mão de alguém que irá nos trucidar. Daí que não teremos amanhã. Já Death Razor, mais rápida ou cadenciada (não sei bem), aposta numa leitura bastante colada à de um Lemmy (naqueles seus CDs com o Motörhead da década de 90), para falar da morte e de sua lâmina que irá nos excluir definitivamente do mundo. Duas faixas bastante agradáveis de ouvir, sem distorções excessivas, nem erros (ao menos audíveis por mim) na gravação e na intrumentação. O universo tradicional de quem se considera (como todo jovem, inclusive eu) capacitado para falar de temas sem solução (a morte inesperada e a impossibilidade de reagir a ela).

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Nesse sentido, o competente thrash do Deathgeist foca-se nos temas correntes, abordando-os de forma tradicional e com pegada legal, mas que para mim poderia ser ainda mais contundente (como o thrash tradicional). Note-se que, embora o thrash dos 80 e 90 já seja datado, ele parece ser mais agressivo do que apenas isso. Os próprios vídeos do Slayer e de outras bandas menos conhecidas (como o Overkill) tentam incomodar ainda mais (se hoje ainda incomodam, eu não sei). Nesse sentido, senti, apesar da competência, nos bons roqueiros do Deathgeist algo mais contundente, que me fizesse sentir um pouco mal. Algo que pudesse falar dos horrores da guerra, por exemplo (como os gulags soviéticos, que os alemães deveriam conhecer bastante bem, em livros ou experiência). Ou que falasse de algo mais concreto, como o neonazismo, por exemplo. Pois duvido que as bandas alemãs de thrash se esqueçam do que é concreto em suas vidas. Pois o thrash não gosta de lirismo, é concreto, duro, agressivo e não tá nem aí para os outros em função disso.

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O Deathgeist (em tradução confusa, alemã-inglesa, o Espírito da Morte) prevê lançar o primeiro CD este segundo semestre de 2017, fazendo a divulgação por mídia digital. Parece uma boa banda, agradável de ouvir, com agressividade bastante interessante (não me referi aos solos das faixas, que são bastante bons e nada óbvios, embora bem tradicionais). Minha dica é que tentem pegar mais pesado, se quiserem e puderem. Especialmente na temática (dá para ler muito por aí que pode nos fazer ficar com o cabelo em pé).

Confiram também abaixo o show de que a banda participará (a imagem diz tudo).

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Sobre Rodrigo Contrera

Rodrigo Contrera, 48 anos, separado, é jornalista, estudioso de política, Filosofia, rock e religião, sendo formado em Jornalismo, Filosofia e com pós (sem defesa de tese) em Ciência Política. Nasceu no Chile, viu o golpe de 1973, começou a gostar realmente de rock e de heavy metal com o Iron Maiden, e hoje tem um gosto bastante eclético e mutante. Gosta mais de ouvir do que de falar, mas escreve muito - para se comunicar. A maioria dos seus textos no Whiplash são convites disfarçados para ler as histórias de outros fãs, assim como para ter acesso a viagens internas nesse universo chamado rock. Gosta muito ainda do Iron Maiden, mas suas preferências são o rock instrumental, o Motörhead, e coisas velhas-novas. Tem autorização do filho do Lemmy para "tocar" uma peça com base em sua autobiografia, e está aos poucos levando o projeto adiante.
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