Therion: A cada música, uma surpresa
Resenha - A'arab Zaraq Lucid Dreaming - Therion
Por Rafael Lemos
Postado em 17 de maio de 2016
Nota: 8
Após o explosivo sucesso do álbum Theli, o Therion soltou o interessante "A'arab Zaraq Lucid Dreaming" no ano seguinte, 1997, destinado pra quem já conhece o som do grupo, pois os iniciantes podem ter ideias precipitadas em relação aos outros álbuns, caso ouça este antes deles.
É importante ressaltar que A'arab Zaraq saiu em 1997, pois em 2005, foi lançada uma coletânea chamada "Atlantis lucid dreaming" que contém músicas deste disco e do mini-álbum " Crowning of Atlantis" (que estarei resenhando logo mais). Portanto, não são a mesma coisa, tomem cuidado ao comprar.
Quando foi lançado, a imprensa classificou "A'arab Zaraq" como um mini-álbum, pois era longo para ser um ep e curto para ser um álbum. Eu procuro chama-lo assim, devido ao número de músicas que possui e a origem das mesmas, que não foram gravadas na mesma época. No encarte do cd, o texto informa que não é um novo album do Therion. Porém, o site oficial do grupo, contraditoriamente, o classifica como um álbum mesmo, o que é bem estranho.
Atualmente, está bem fácil de encontrá-lo pra comprar mas antes se tratava de uma raridade.
Não há nada demais no encarte do cd. Não possui fotos, apenas desenhos sinistros, letras e informações técnicas sobre as músicas e os integrantes, além de um texto escrito por Christofer Johnsson sobre os processos de formação deste disco. O disco não tem a mesma line up nele todo.
A'arab Zaraq foi lançado em comemoração aos dez anos em que Christofer formou o Blitzkrieg, um embrião do Therion. Contém músicas inéditas, covers, releituras de músicas antigas e outras curiosidades.
As três primeiras músicas foram gravadas em 1996 e são sobras do disco Theli, que não entraram nele por não se encaixar com a proposta do trabalho. A primeira é "In remembrance", onde os backing são bem interessantes. "Black fairy", referente à crença celta, é mais agitada, com uma pegada mais Metal oitentista e tem um ótimo refrão. Nessas duas primeiras músicas, que na verdade eram pra ser lançadas juntas formando um ep, quem fez os vocais foi um tal de Dans Swanö junto com Christofer. Em algumas culturas, quando estamos perto da morte, uma fada negra vem nos pegar. Ela recebe outros nomes, dependendo da sociedade, como Grim Reaper na Inglaterra, Baen Si na Irlanda, Baen Nighe na Escócia, Gwrach-y-Ribhyn no País de Gales, onde a crença se formou, local em que também é chamada de Cyoeraeth ou Banshee.
A terceira música foi gravada durante um momento de diversão nas gravações do Theli. É um cover para "Fly to the rainbow", do Scorpions. O início dessa banda é tida para Christofer como uma influência enorme. A versão ficou regular.
Diferentemente de todos os covers contidos aqui, que foram gravados na brincadeira e nem eram pra terem sido lançados, "Children of the damned" do Iron Maiden foi uma gravação séria. Ela havia saido em um disco tributo ao Maiden chamado "Tribute do the beast". Esse cover deixou a desejar quando ao vocal, muito mal feito, lembrando demais a voz ruim do Blaze Bayley.
Em seguida, temos o cover para "Under Jolly Roger", do Running Wild, excelente, com Tobbe Sidegärd nos vocais. Essa gravação ocorreu na mesma sessão que a de "Children of the damned" mas, enquanto esta foi bancada pelos produtores do cd tributo, "Under Jolly Roger" foi paga com o dinheiro dos caras do Therion, que pediram para incluir um barulho de público para que ela parecesse ter sido gravada ao vivo. Em alguns shows da tour do Theli, eles a tocaram com Tobbe nos vocais (existe um vídeo de uma dessas apresentações no Youtube). Ficou muito boa e bastante pesada.
"Symphony of the dead" é uma música do Therion que está no segundo álbum deles, "Beyond sanctorum", de 1992, aqui em versão instrumental.
O cover para "Here comes the tears" do Judas Priest entrou de última hora no disco, sendo gravada também de maneira descompromissada.
O melhor de A'arab Zaraq vem a partir daí. Se trata de uma trilha sonora feita por Christofer para um filme chamado "Golden Embrace", de 1997 e que aqui se apresenta em duas versões: primeiro o Therion a tocando no estilo Heavy Metal, depois a versão original só com orquestra. Ambas são excelentes e interessantes de se ouvir, seja isoladamente ou comparando as duas versões. Os títulos da trilha reproduzem conceitos da sociedade secreta Dragon Rouge como, por exemplo, o caminho para o conhecimento ("Qliphothic tunnel").
Já que esse é o assunto, o que significa o título do disco, A'arab Zaraq? Pois bem. Se trata de um dos estágios de iniciação ao conhecimento maior da sociedade Dragon Rouge. Interessante, não é?
Faixas:
1. In remembrance
2. Black Fairy
3. Fly to the rainbow (Scorpion cover)
4. Children of the damned (Iron Maiden cover)
5. Under Jolly Roger (Running Wild cover)
6. Symphony of the dead
7. Here comes the tears (Judas Priest cover)
10. Enter the Transcendental Sleep
9. The Quiet desert
10. Down the Qliphothic Tunnel
11. Up to Netzach/Floating back.
12. The fall into Eclipse
13. Entre transcendental sleep II
14. The gates to A'arab Zaraq are open
15. The Quiet Desert II
16. Down the Qliphothic tunnel II
17. Up To Netzach II
18. Floating back II
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