Babymetal: "Chupem, haters, Metal Resistance é brilhante"
Resenha - Metal Resistance - Babymetal
Por Bruno Gava Tramontina
Postado em 13 de abril de 2016
A resenha abaixo foi originalmente escrita por Jeff Treppel do controverso web site de música extrema Metal Sucks.
Nota: 9/10
Chupem haters - Metal Resistance é incrível.
Se tem uma coisa que os truezões que moram no porão da casa de seus pais odeiam mais que xampu, é música pop. Afinal de contas, a ambição comercial desprovida de vergonha e o apelo às massas vai na contramão da obscuridade filosófica do metal underground. Um mero sopro de falsidade - basta dar uma olhada nos comentários raivosos que tomaram conta da internet quando o Watain decidiu colocar vocais limpos no último álbum - para os conservadores perderem a cabeça.
Esta é nada mais nada menos que a raiz do ódio sofrido pelo Babymetal (isso sem contar a última onda de sexismo e racismo no metal). A banda é um produto do mesmo complexo industrial de Idols do Japão que produziu grupos como Perfume e Momoiro Clover Z: músicos de estúdio, produtores e compositores incrivelmente talentosos aspirando à perfeição, ou seja, jingles cativantes e pegajosos para que garotas escolhidas à mão - o que a de melhor, se tratando de beleza - as cantem ao vivo. Isso não é novidade; adolescentes têm sido usadas para vender música desde antes da invenção das gravadoras (e muita tinta certamente já foi esparramada neste mercado). A diferença é que esta é a primeira vez que o metal está sendo utilizado como base ao invés de R&B, música eletrônica ou praticamente qualquer outro gênero que nem sequer passa perto do espírito rock'n roll, e isso senhoras e senhores, é o que mais irrita os metaleiros.
É tudo uma questão de perspectiva. Visto como um álbum de metal, Metal Resistance provavelmente é a falsidade mais falsa das falsidades que, desde suas respectivas concepções, são falsas. Como um álbum de pop, porém, apresenta um dialeto musical muito mais atrativo aos metalheads que o exibido pelos One Direction's e Beyonce's por aí. Chegando ao mercado um pouco mais de dois anos depois que o antecessor autointitulado de estreia - realisticamente, tão rápido quanto possível, isto é, levando em conta o fato de terem tocado pelos quatro cantos de mundo, e ainda terem tido tempo para abrir aos shows da Lady Gaga - o segundo álbum do Babymetal mantém a mesma fórmula de sempre - que, caso não tenham percebido, funciona, e muito bem por sinal.
Considerando que o grupo de compositores sem rosto por trás da banda (literalmente, seus rostos estão cobertos por belíssimas máscaras de raposa) tiveram cinco anos para finalizar o primeiro álbum, é impressionante como mantiveram os padrões - isto é, se não elevaram - das canções em menos da metade do tempo disponível para compô-las. &*$%#, os últimos álbuns da Gaga e Ke$ha sequer têm cinco faixas. Metal Resistance, com suas 13 faixas, mantém o fôlego durante todo o álbum principalmente por parte de sua diversidade. A chave jaz na capacidade do Babymetal em trazer os mais diferentes elementos sonoros para a superfície de suas canções. Em adição às chamas metálicas de "Karate" e "Sis Anger", elas se divertem com o trip hop de "From Dusk till Dawn", pegam sua sanfona à la Eluiveitie em "Meta Taro", e ainda experimentam com um pitadinha de ska em "YAVA"! Embora os créditos das composições ainda não estejam disponíveis à imprensa, "Awadama Fever" chega a ser tão similar a Mad Capsule Markets’, que é impossível que não tenha sido escrita pelo mesmo gênio por trás de "Gimme Chocolate", Takeshi Ueda.
As três melhores canções vêm no final do álbum. "No Rain No Rainbow" tem Suzuka Nakamoto arrebentando em uma belíssima balada de power metal - lembrando muito os mestres do X Japan - que fecha com o solo à la Brian May que se encaixaria perfeitamente em uma intro de um anime. "Tales of the Destinies" dá uma chance aos músicos de estúdio de mostrarem sua capacidade técnica, com uma faixa de progressivo com uma instrumental tão genial que humilha o próprio Dream Theater. E finalmente, "The One", incluída como faixa bônus na edição americana, onde temos a chance de ver as garotas cantando 100% em inglês pela primeira vez, com uma produção épica com o objetivo de conquistar o mercado mundial. Nos próximos anos, a banda ou se tornará um nome de peso no metal, dominando por completo o mercado dos EUA, ou Su, com seus excelentes vocais, terá a chance de brilhar na carreira solo.
Ainda não sabemos qual dos dois caminhos o grupo seguirá. Porém, Metal Resistance mostra que Babymetal está para ficar, os truezões gostando ou não.
Nota do autor: a resenha do Metalsucks está mais para a regra, do que para a a exceção. Sites como Metal Injection, Metal Observer, Moshville, Metal Hammer e Heavy Mag não tem nada a oferecer senão elogios ao álbum. Caramba, a própria AllMusic deu 9/10 ao primeiro álbum. Chegou a hora de encarar que Babymetal está para ficar, e que assim como Ghost, tomará conta do gênero pelos próximos anos.
E vocês se lembram do Gene Simmons dizendo que nunca haveria bandas tão grandes quanto dos anos 70? Pois é, explique isso ao Babymetal, que fechará a turnê para mais de 50.000 pessoas em Tokyo, e isso levando em conta que elas nem sequer tem 19 anos. Se continuar assim, Babymetal será sim o novo Maiden/Sabbath/Metallica em termos de popularidade. Gostando ou não, é original, é ousado e oferece uma nova perspectiva a um gênero que, francamente, estava estagnado a tempos.
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