Nightwish: O Nascimento Oceânico
Resenha - Oceanborn - Nightwish
Por Vitor Sobreira
Postado em 19 de dezembro de 2015
Nota: 9
Mesmo não tendo idade o suficiente para ter acompanhado o Nightwish em seus primeiros anos de carreira, sei o bastante para notar que os (então) jovens finlandeses estavam destinados a conseguir um belo lugar ao sol, e, como prova, a ascensão rápida e a qualidade cada vez mais assombrosa de seus lançamentos, já seriam mais do que necessários para entender a 'bagaça'. Tirando o fato da banda ter virado moda há uns anos atrás, e os confusos dois lados da moeda que permeiam a conturbada demissão de Tarja Turunen, é sempre prazeroso apreciar o som do Nightwish. Vamos lá?!
Sempre gostei do Metal feito no final dos anos 90, e com este segundo lançamento de 1998, a banda, sempre conduzida pelo tecladista Tuomas, estava a poucos passos do "estrelato" mundial (mesmo que em constante crescimento), produziu aqui a qualidade vista e reverenciada até hoje. Os vocais operísticos de Tarja, a atenção prioritária dada aos teclados, a bateria trabalhada e pesada e uma guitarra solitária, porém barulhenta e com uma suculenta pegada oriunda do Metal Tradicional, sem contar as músicas recheadas de 'feeling' e momentos de arrepiar, foram a fórmula seguida e executada à risca pelo grupo.
É interessante notar como a bela capa faz uma pequena referência à faixa "Devil & The Dark Deep Ocean" ('Uma imaculada coruja sobre as águas assombradas' [...] 'A senhora vestida no mais brilhante branco') e o embalo Power que as músicas possuem, dando um show de momentos velozes (abolidos aos poucos pela 'banda' nos futuros lançamentos), pesados e empolgantes. Apesar da (então) pouca idade dos músicos, eles não se intimidaram nem um pouquinho na hora de criar e apresentar músicas dinamicas e originais como 'Stargazers', 'Moondance' (que serviria de "base estrutural Folk" para as futuras 'Last Of The Wilds' e 'The Crow, The Owl & The Dove'), 'The Riddler', 'Gethsemane', 'Devil & the Deep Dark Ocean' e 'Sacrament of Wilderness'. Citei estas apenas como parte do tesouro... O restante, ao ouvir também, você irá descobrir o quão boas também são.
Além de partes pomposas, presenciamos ainda climas sombrios (que tanto gosto), e também é interessante notar como Tuomas Holopainen sempre se saiu bem com seus teclados, seja nas camadas de efeitos e solos (ainda não abusando de orquestrações) e Tarja, que mais tarde seria mundialmente aclamada por sua excelente técnica, óbvios frutos de anos dedicados a estudos e treinos.
Este é um disco direto, pesado, ocasionalmente veloz, original e muitissimo bem feito, que chama a atenção logo de cara e nos conquista com sua pureza e honestidade, revelando que diversas facetas (os teclados enigmáticos, a guitarra Tradicional, a bateria feroz e o vocal lírico-soprano) puderam muito bem se complementar e criar algo belíssimo.
Uma pena mesmo é o fato de terem deixado um pouco de lado este som, mas vendo por outro lado, ao ouvirmos quantas músicas magnificas, caprichadas e cada vez (ainda) mais complexas eles lançaram depois, mesmo "aprimorando' sua sonoridade, podemos sentir que é, e sempre será o mesmo Nightwish. Agora, é só apreciar!
Track List:
1. Stargazers
2. Gethsemane
3. Devil & the Deep Dark Ocean
4. Sacrament of Wilderness
5. Passion and the Opera
6. Swanheart
7. Moondance (Instrumental)
8. The Riddler
9. The Pharaoh Sails to Orion
10. Walking in the Air
11. Nightquest (Special Bonus)
Line Up:
Tarja Turunen - Vocals
Tuomas Holopainen - Keyboards & Vocals (backing)
Emppu Vuorinen - Guitars
Sami Vänskä - Bass
Jukka Nevalainen - Drums, Percussion & Vocals (backing)
Lançamento: 1998 - Spinefarm Records.
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