Queen: O ponto exato entre a complexidade e a simplicidade
Resenha - Queen - Sheer Heart Attack
Por Edson Medeiros
Postado em 21 de novembro de 2015
Nota: 10
Este é o terceiro álbum de estúdio do Queen, sua autoafirmação e seu pré-ápice musical – que aconteceria no ano seguinte com A Night at the Opera.
Podemos situar este disco no ponto exato entre a complexidade e a simplicidade que a banda estava buscando.
Menos cru que seu primeiro disco e mais palatável que o rebuscado Queen II, foi fruto de muito trabalho da banda e empenho do produtor Roy Thomas Baker em conseguir extrair a máxima qualidade dos instrumentos e caprichar na gravação das harmonias vocais que se tornaram marca registrada do Queen.
Assim como as harmonias, vários outros elementos considerados clássicos do som banda estão presentes em forma de canções pop-épicas, a maioria deles estará poderemos encontrar em todos seus trabalhos posteriores.
O primeiro lado abre com o ar circense de "Brighton Rock" que logo se transforma num rock urgente e cheio de humor – destaque para o solo destruidor de guitarra de Brian May que reivindica seu posto como um dos melhores guitarristas dos anos 70.
A microfonia e distorção de "Brighton Rock" abre o caminho para o primeiro hit mundial do grupo. "Killer Queen" conta a história de uma prostituta de luxo em forma de poesia vaudeville com uma melodia de piano simples (mas cativante) antes de cair em mais um solo de guitarra brilhante. No lado um temos ainda "Tenement Funster" interpretada pelo baterista Roger Taylor começa acústica e vai ganhando peso. A dobradinha "Flick of the Wrist"/"Lily of the Valley" tem uma ligação umbilical e uma dramaticidade teatral – grande interpretação de Freddie Mercury. O riff seco e direto de "Now I’m Here" lembra o hard/boogie de bandas glam britânicas como o Mott the Hoople e Slade.
A segunda metade do disco é um pouco menos inspirada e muito mais eclética. Vai de canções operísticas como "In the Lap of the Gods" até a porradaria proto-metal de "Stone Cold Crazy", passando por baladas melancólicas, pop rock e música folk.
É impressionante o resultado onde o Queen conseguiu chegar em Sheer Heart Attack, levando em consideração que as gravações duraram apenas 3 meses e que boa parte dos trechos de guitarra foram gravados posteriormente, já que Brian May estava hospitalizado com hepatite.
Mesmo com a saúde fragilizada o guitarrista participou ativamente escrevendo canções e opinando a distância. É ele, portanto, o grande destaque de um álbum onde temos todos trabalhando em fina sintonia e em grande forma musical.
Não à toa Sheer Heart Attack alçou-os ao seleto grupo das grandes estrelas do rock.
Faixas:
(Lado A)
"Brighton Rock"
"Killer Queen"
"Tenement Funster"
"Flick of the Wrist"
"Lily of the Valley"
"Now I’m Here"
(Lado B)
"In the Lap of the Gods"
"Stone Cold Crazy"
"Dear Friends"
"Misfire"
"Bring Back That Leroy Brown"
"She Makes Me (Stormtrooper in Stilettos)"
"In the Lap of the Gods... Revisited"
Banda (formação):
Freddie Mercury (vocal e piano)
Brian May (guitarra, violão, banjo, piano e vocal)
John Deacon (baixo, contrabaixo, guitarra e violão)
Roger Taylor (bateria, percussão e vocal)
Título do álbum: Sheer Heart Attack.
Artista/banda: Queen.
Lançamento: 08 de Novembro de 1974.
Gravação: Julho - Setembro de 1974, no AIR Studios, Trident Studios e Wessex Studios (Londres), e no Rockfield Studios (País de Gales).
Gênero(s): Rock, hard rock e glam rock.
Duração: 39:09 aproximadamente.
Gravadora(s): Parlophone (Reino Unido) e Elektra (EUA).
Produção: Roy Thomas Baker e Queen.
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