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Stone Cold Dead: Um lado diferente da cena Metal da Grécia

Resenha - Lava Flows - Stone Cold Dead

Por Marcos Garcia
Postado em 11 de novembro de 2015

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Ser inovador dentro da cena Metal pelo mundo inteiro, muitas vezes, é visto como um pecado mortal. A motivação disso é a necessidade das pessoas de se apegarem eternamente à idéias e forma de pensamento que são transitórias. O homem evolui, a ciência evolui, a tecnologia evolui, e logo, por que cargas d'água a música, e mais especificamente o Metal, não pode evoluir?

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Sinto muito, mas saudosismos e ideologias sem nexo não possuem mais lugar no mundo atual. É preciso saber evoluir e permitir que bandas e músicos se expressem da forma que melhor lhes convier. E é ótimo ouvir uma banda que desafia nossas concepções como o trio grego STONE COLD DEAD, que nos brinda com seu primeiro é ótimo disco, "Lava Flows".

A sonoridade da banda é moderna, azeda, gordurosa e cativante, misturando influências do Groove Metal com uma acentuada influência do Rock experimental. Guitarras azedas e bem graves, baixo tocado com arco, bateria pulsando com energia e boa técnica, vocais em timbres agressivos e cheios de "feeling", e tudo isso gera uma música bem diferenciada, mas abrasiva e intensa, que nos envolve completamente. Mas ao ver o nome de George Bokos, ex-guitarrista do ROTTING CHRIST e do NIGHTFALL, não é de estranhar o lado mais experimental e inovador do grupo.

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O próprio George cuidou da produção (e não é de estranhar, já que trabalhos do MELECHESH e o disco solo de George Kollias foram produzidos por ele), enquanto a mixagem e a masterização foram feitas por Vasilis Gouvatsos, tudo feito no Grindhouse Studio, em Atenas. Óbvio que a sonoridade de "Lava Flows" veio bem pesada e opressiva, mas ao mesmo tempo, com uma qualidade inquestionável, aliando bons timbres e clareza instrumental (é possível compreender cada instrumento separadamente). E a arte de Costin Chioreanu (que já fez trabalhos para bandas como ARCH ENEMY, PARADISE LOST, AT THE GATES, entre outros) é muito bonita, deixando uma idéia bem subjetiva da música que se encontra no disco.

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Arranjos bem pensados, uso de baixo acústico, estruturas harmônica experimentais, e outros pontos dão ao trabalho da banda um endosso ótimo, e graças à uma dinâmica ótima em cada canção, "Lava Flows" não cansa nossos ouvidos, e é sempre agradável. E o mais interessante é que as 9 canções são divididas em 3 grupos, chamados "Stone" (que expressa o lado mais experimental do grupo), "Cold" (onde agressividade e experimentação se equilibram bem) e "Dead" (mais agressivo e técnico, embora com ótimas melodias), com um baterista específico em cada parte.

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E além George, temos Charis Pazaroulas (ex- membro da Ostrobothnian Chamber Orchestra) no baixo, e para as gravações, 3 feras na bateria: Yannis Stavropoulos (reconhecido como um grande baterista na Grécia) faz as partes em "Stone", Dimitrios Dorian (Vorskaath) toca bateria em "Cold" (e é bem conhecido por vários trabalhos, incluindo o ZAMIEL), e o monstro George Kollias (do NILE) toca na terceira parte, "Dead".

O disco inteiro é bom, cada uma das nove faixas possui identidade própria e muito a oferecer, mas verdade seja dita: é preciso ouvir várias vezes, pois não é algo simples de assimilar.

Melhores momentos do disco: "Climbing the Cave", que tem um início quase que tribal, hipnótico, até virar uma apocalipse de guitarras com timbres fortes, andamento bem diversificado e os tempos são medianos. Mas podemos perceber ao mesmo tempo o lado mais focado no Groove devido aos riffs; "Lava Flows", que é uma das melhores faixas do disco, sendo introduzida por percussões quase tribais, logo ganha um andamento conduzido em tempo mediano, com belíssimos arranjos de baixo e bateria, mas sem deixar de lado riffs essenciais. A qualidade técnica da banda se supera em vários momentos da canção; "Hubrism", onde lado mais experimental da banda se exibe um pouco mais nesta canção, adornada por um trabalho ótimo dos vocais sobre guitarras opressivas. Mas tome cuidado, porque não é uma canção simples. É a canção do primeiro Single e lyric video de divulgação do disco; e "And the Tree Becomes a Sphere", que evita a complexidade instrumental (sem abrir mão do lado experimental de sua proposta), o grupo se sai bem. E há um feeling mais introspectivo, intenso e opressivo que permeia a canção. E mais uma vez, esses vocais mais intensos e roucos estão em ótima forma.

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O STONE COLD DEAD mostra um lado diferente da cena Metal da Grécia ao qual não estamos acostumados. Tão pouco "Lava Flows" é um disco de assimilação muito simples, mas é justamente o desafio de compreendê-lo que o torna tão especial.

Excelente revelação!

Assistir vídeo no YouTube

Lava Flows - Stone Cold Dead
(2015 - Volcanic Music - Importado)

Tracklist:

I. STONE:
1. Climbing the Cave
2. Cyclone Speaking
3. Lava Flows

II. COLD:
4. Death Drive
5. The Black Snake
6. Hubrism

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III. DEAD:
7. Deconstructing the Architect
8. Umbilical Cord
9. And the Tree Becomes a Sphere

Banda:

George Bokos - Guitarras, vocais
Charis Pazaroulas - Contrabaixo, baixo
Yannis Stavropoulos - Bateria em "STONE"
Dimitrios Dorian (Vorskaath) - Bateria em "COLD"
George Kollias - Bateria em "DEAD"

Contatos:

http://www.facebook.com/StoneColdDead
http://www.youtube.com/user/StoneColdDeadTV
https://soundcloud.com/stone_cold_dead

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Sobre Marcos Garcia

Marcos Garcia é Mestrando em Geofísica na área de Clima Espacial, Bacharel e Licenciado em Física, professor, escritor e apreciador de todas as subdivisões de Metal, tendo sempre carinho pelas bandas mais jovens e desconhecidas do público, e acredita no Underground como forma de cultura e educação alternativas. Ainda possui seu próprio blog, o Metal Samsara, e encara a vida pela máxima de Buda "esqueça o passado, não pense no futuro, concentre-se apenas no presente".
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