Soda Billy: Registro eterniza o bom rock que existe no Amazonas
Resenha - Soda Billy - Soda Billy
Por Mário Orestes Silva
Postado em 26 de dezembro de 2014
Escutar um disco da Soda Billy é uma dádiva. Lembro, logo que conheci a banda, que eu ficava imaginando no quão bom seria se esse grupo que só tocava covers e uma música instrumental própria, gravasse um álbum. Eis que o pedido foi realizado e, sem dúvida, satisfazendo todas as expectativas.
A bolachinha abre com "Go To The Boogie", um puta rockabilly cantado em inglês e que tem um alto astral convidativo à dança. Os arranjos com os metais fazem grande marcação e a voz do guitarrista vocalista Matheus Gondim tem um tom um tanto sarcástico, como um blues man ressaqueado, que dá um clima notívago ao som. A instrumental "Festa Swing" é a segunda e tem o mesmo pique da abertura. Boa pra fundo musical de festa mesmo, fazendo jus ao seu título.
A próxima "Vou Pegar Aline" mantém o clima de sexta-feira a noite. A letra nos remete a um filme de Marlon Brando com gangues de motos e jaquetas de couro. Em seguida vem a ótima instrumental "Long, Long Road". Um surf music indicado pra fundo musical de lual com garotas de biquíni, bebidas, fogueira em beira de praia e consequências prazerosas.
A sequência mostra uma maravilha inimaginável para o rock manauara. "Bye Bye Baby" é cantado em inglês pela belíssima Kamila Guedes, que não é bela só em sua aparência. Sua voz deliciosa é embriagante e prende a atenção de qualquer homem que tem seu libido despertado pela voz feminina. Um impressionante rythm blues. Outra grande surpresa vem em seguida. "A Ponte" é uma música acústica, mas tem um pique cativante que remete ao blues roots bucólico e nômade. O destaque vai para a gaita de Mario Valle que sola incansavelmente durante toda a canção. No mínimo se bate o pé no ritmo.
Outra instrumental vem em sequência. "Kid Mostarda" retorna ao rockabilly dançante com uma pegada forte na guitarra. Mais parecendo trilha de Quentin Tarantino. "Escaravelho Do Amor" é um blusão digno de barzinhos com mesas de bilhar, fumaça de cigarro no ar e mulheres com vestidos decotados. Lembram da única música própria e instrumental que citei no começo do texto? Ela é a próxima. "Surfando No Igarapé Do 40" talvez seja a instrumental do rock manauara mais conhecida. Uma grande música que não podia ficar de fora do disco.
A próxima "Have A Good Time" é outro rythm blues que vale um pouco de atenção. Em seguida vem outra instrumental. "Dizzy’s Surf" é uma mistura de surf music com jazz. Mostra as influências jazzísticas da banda e como o grupo é bom pra marcar dança de casal. Outra com a mesma fórmula engata na sequência. "Latina" é uma instrumental que tem uma pitada caribenha. Feita pra terraço ao luar de transatlântico. "Amor Insano" volta com vocais, mas os acompanhamentos dos sopros e os arranjos são típicos de musicistas. Pra fechar o CD, mais uma instrumental. "Bistrô Blues" talvez seja a mais jazz do trabalho. O gostinho de "quero mais" fica no término da audição, junto com a dúvida de se tratar de uma banda de Manaus ou algum grupo retrô de Las Vegas.
A ausência das letras e dos créditos individuais das músicas passa batido na arte gráfica de Deco Salgado que preencheu o curto encarte com fotos e um visual bem Coca-Cola. Ou seria visual Soda Billy? De qualquer forma o álbum é um grande trabalho indispensável pra quem curte rockabilly, blues, jazz, surf music, boogie woogie, be bop e qualquer outro rótulo vinculado à boa música. Vintage é um termo que se faz pouco para o álbum. Não há dúvidas que se trata de um registro eterno que garante na história da música manauara o reconhecimento do bom rock que existe por aqui.
Adquira sem vacilo.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



AC/DC anuncia show extra no Chile e encerra adição de datas na América do Sul
O álbum que rachou o Deep Purple: "O Jon gostou da ideia, mas o Ritchie não"
Como James Hetfield, do Metallica, ajudou a mudar a história do Faith No More
Os dois solos que, para Ritchie Blackmore, inauguraram a "guitarra elétrica inglesa"
West Ham une forças ao Iron Maiden e lança camiseta comemorativa
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
Os 25 melhores álbuns do metal britânico, segundo o RYM
A melhor banda de metal de todos os tempos, segundo Scott Ian do Anthrax
O guitarrista que é o melhor da história e supera Jimi Hendrix, segundo Steve Vai
A música que encerrou todos os shows que o AC/DC fez no Brasil
A melhor música de cada disco do Metallica, segundo o Heavy Consequence
Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
Cinco músicas totalmente excelentes lançadas em 2025
A maior lenda do rock de todos os tempos, segundo Geezer Butler do Black Sabbath
Joe Satriani revela o guitarrista que ele ouve e diz: "Eu jamais alcançarei isso!"
Dez bandas que atingiram o ápice com a primeira música do primeiro disco de estúdio
A música que fez Chris Barnes ser demitido do Cannibal Corpse


Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Sgt. Peppers: O mais importante disco da história?



