Oasis: A reedição de aniversário do "Definitely Maybe"
Resenha - Definitely Maybe: 2014 Reissue - Oasis
Por Fábio Cavalcanti
Postado em 03 de setembro de 2014
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Vinte anos... Sim, no último dia 29/08, os fãs daquela que é chamada por eles mesmos de "a melhor banda do mundo" puderam comemorar o vigésimo aniversário do lançamento de um verdadeiro "monumento sonoro". A banda, claro, é o Oasis, e o álbum é o "Definitely Maybe". Mas, ao invés de escrever a milionésima resenha sobre o trabalho original - tão influente para qualquer roqueiro dos anos 90 -, me concentrarei aqui na edição de aniversário do "disquinho", agora transformado em um "discão"... literalmente!
Qualquer pessoa bem familiarizada com o som do álbum de estreia dos irmãos Gallagher e sua trupe da época - formada pelo guitarrista Paul 'Bonehead' Arthurs, o baixista Paul 'Guigsy' McGuigan e o baterista Tony McCarroll -, vai perceber nesta nova edição a melhoria na qualidade do álbum, embora sua crueza e rusticidade características continuem intactas, exatamente como deve ser! O pacote em digipack também é um show à parte, com um belíssimo e completo trabalho de arte interna.
E, se os fãs nunca foram levados a sério em suas declarações de que os lados-B dos três primeiros discos do Oasis possuem quase a mesma qualidade dos lados-A, temos aqui uma chance perfeita de mostrar ao ouvinte comum uma sequência que inclui todos os lados-A e lados-B da época, unidos finalmente como uma grande família de canções singulares, as quais mostravam bem os dotes vocais "arranhados" (ainda intactos) de Liam Gallagher, e a composição intrincada do líder e guitarrista Noel Gallagher.
Em pleno 2014, não há muito o que dizer (ou repetir) sobre o canhão sonoro de "Rock 'n' Roll Star", sobre a safadeza harmônica de "Shakermaker", sobre o efeito épico de "Live Forever", sobre o espírito punk de "Up in the Sky" e "Bring It on Down", sobre o barulho minimalista e anestesiante de "Columbia", sobre as guitarras maravilhosamente lineares de "Supersonic", sobre o envolvente clima festeiro de "Cigarettes & Alcohol", sobre o momento indie-rocker de "Digsy's Dinner", sobre a beleza melódica escondida no relativo peso de "Slide Away", e sobre a - até então - inesperada faceta acústica ainda prototipada em "Married with Children".
Também não há muito o que dizer sobre letras que, em sua maioria, traziam apenas a urgência otimista e despretensiosa que o cenário do rock pedia naquele momento, após um já defasado período em que o grunge dominou o ouvinte com sua filosofia mais pessimista. Exceto pela reflexiva "Live Forever", pode-se dizer que este é o único álbum do Oasis em que não precisamos nos importar tanto com as letras, bastando nos entregarmos ao rock 'n' roll...
E agora, vamos aos lados-B, reunidos no segundo disco do 'reissue' em questão. Na tradição dos canhões sonoros característicos do Oasis naquela época, pode-se destacar os rocks "Cloudburst", "Fade Away" e "I Am The Walrus" (um esperto cover pesado dos Beatles), além das comoventes semi-baladas "Listen Up" e "(It's Good) To Be Free". Entre as faixas acústicas cantadas por Noel, temos as lindas "Sad Song", "Take Me Away" e "D'Yer Wanna Be A Spaceman?". E o que falar do contagiante single épico "Whatever"? Sem mais...
O único ponto negativo fica por conta da desnecessária inclusão de versões ao vivo no terceiro disco, quando seria melhor a banda ter incluído todas as faixas de um 'bootleg' até então chamado de "The Lost Tapes" (faixas perdidas). Para não dizer que tais demos foram totalmente ignoradas, a banda trouxe o petardo "Strange Thing", o qual, infelizmente, só nos deixa com água na boca para ouvir todo o restante daquele raro "pacote".
Após essa viagem nostálgica, concluo aqui que o Oasis sobreviveu com dignidade ao teste do tempo. Temos aqui uma banda e um álbum que, finalmente, podem ser introduzidos ao chamado "classic rock". E para quem pensa que a viagem de glória do Oasis começou e terminou por aqui, basta ficar ligado no 'reissue' do álbum seguinte: "(What's the Story) Morning Glory?", programado para relançamento em 2015. A história de um dos mitos dos anos 90 continua no próximo capítulo...
Músicas:
[Disco 1]
1. 'Rock'n'Roll Star'
2. 'Shakermaker'
3. 'Live Forever'
4. 'Up In The Sky'
5. 'Columbia'
6. 'Supersonic'
7. 'Bring It On Down'
8. 'Cigarettes & Alcohol'
9. 'Digsy's Dinner'
10. 'Slide Away'
11. 'Married With Children'
[Disco 2]
1. 'Columbia' (White Label Demo)
2. 'Cigarettes & Alcohol' (Demo)
3. 'Sad Song'
4. 'I Will Believe' (Live)
5. 'Take Me Away'
6. 'Alive' (Demo)
7. 'D'Yer Wanna Be A Spaceman?'
8. 'Supersonic' (Live)
9. 'Up In The Sky' (Acoustic)
10. 'Cloudburst'
11. 'Fade Away'
12. 'Listen Up'
13. 'I Am The Walrus' (Live Glasgow Cathouse June 1994)
14. 'Whatever'
15. '(It's Good) To Be Free'
16. 'Half The World Away'
[Disco 3]
1. 'Supersonic' (Live At Glasgow Tramshed)
2. 'Rock'N'Roll Star' (Demo)
3. 'Shakermaker' (Live Paris in-store)
4. 'Columbia' (Eden Studios Mix)
5. 'Cloudburst' (Demo)
6. 'Strange Thing' (Demo)
7. 'Live Forever' (Live Paris in-store)
8. 'Cigarettes & Alcohol' (Live At Manchester Academy)
9. 'D'Yer Wanna Be A Spaceman?' (Live At Manchester Academy)
10.'Fade Away' (Demo)
11. 'Take Me Away' (Live At Manchester Academy)
12. 'Sad Song' (Live At Manchester Academy)
13. 'Half The World Away' (Live, Tokyo hotel room)
14. 'Digsy's Dinner' (Live, Paris in-store)
15. 'Married With Children' (Demo)
16. 'Up In The Sky' (Live Paris in-store)
17. 'Whatever' (Strings)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O melhor baterista dos últimos 10 anos, segundo Lars Ulrich do Metallica
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O guitarrista que Jimmy Page admitiu estar fora de seu alcance: "Não consigo tocar"
Monsters of Rock confirma as 7 atrações da edição de 2026 do festival
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Evanescence anuncia turnê mundial para 2026
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
Os cinco maiores bateristas de todos os tempos, segundo Dave Grohl
O único "filme de rock realmente bom" da história, segundo Jack Black
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Como o novato Chris Dovas fez o Testament soar mais pesado, segundo Chuck Billy
Parceria com Yungblud rende marca histórica ao Aerosmith
As três bandas clássicas que Jimmy London, do Matanza Ritual, não gosta
Men At Work anuncia show extra em nova turnê nacional
As 10 músicas do Heavy Metal que moldaram o gênero nos anos 80
A maior banda de rock de todos os tempos, segundo Slash do Guns N' Roses
A incrível música do Black Sabbath que Geezer Butler achou "comercial demais"

Liam Gallagher elogia fãs brasileiros após shows do Oasis no Brasil
O artista "tolo e estúpido" que Noel Gallagher disse que "merecia uns tapas"
A sincera opinião de Bon Jovi sobre a turnê de reunião do Oasis
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal



