Almah: Sim, o Power Metal ainda tem salvação!
Resenha - Unfold - Almah
Por Júlio César Tortoro Ribeiro
Fonte: It's Electric
Postado em 25 de dezembro de 2013
Nota: 8
O Almah é a maior prova de que ainda existe criatividade dentro do que podemos chamar de Power Metal, mesclando influências diversas que caminham entre o Hard Rock, Progressivo e até alguns toques de Thrash Metal. Mesmo com tanta diversidade eles conseguem soar coesos e autênticos.
A experiência de Edu Falaschi é o grande diferencial, que após ir do céu ao inferno no Angra soube capitalizar toda bagagem adquirida e desenvolver o Almah, que era um projeto em 2009 e virou sua principal banda já nos idos de 2012, mesmo caminhando na complicada estrada de bandas de Metal Brasleiras, o Almah vem crescendo de maneira interessante.
Atuando com grandes músicos e investindo numa produção de qualidade o Almah conseguiu dar um passo a frente com Unfold, todos os músicos são ótimos e sabem se expressar, o equilíbrio entre técnica e sensibilidade é o ponto forte dos caras, que conseguem escapar dos clichês que assola o Heavy Metal.
Marcelo Barbosa e Gustavo Di Pádua são guitarristas excelentes e um dos alicerces do álbum, tendo grande destaque. Marcelo Moreira é um baterista completo e sabe variar andamentos e descer o braço quando necessário, o baixista Raphael Dafras é discreto e bem postado, adiciona bom balanço ao som e tem uma técnica refinada, Edu Falaschi é sim um grande vocalista, apesar de um certo desgaste na voz, vem se recuperando bem e já voltou a cantar em alto nível, dentro de sua extensão vocal.
Unfold é versátil, caminha entre extremos de forma legal, peso, melodia, refrães compõe uma estrutura intrincada mas de fácil assimilação, quem gostava dos discos de Edu no Angra, vai gostar de Unfold, quem não curtia, pode passar a apreciar. In My Sleep é um power metal intrincado e vocais agressivos, um ótimo cartão de visitas e um sopro de criatividade para o estilo, caminhando por outra via Beware The Stroke tem uma pegada mais Hard Rock e toques de Metal Progressivo, o contraste entre a pegada simples e direta com viradas instrumentais sofisticadas é o ponto forte por aqui.
The Hostage é carregada nos grooves e timbres ótimos das guitarras afiadas da dupla Gustavo Di Pádua e Marcelo Barbosa, a balada Warm Wind tem grande potencial, com bons arranjos e vocais certeiros de Edu Falaschi, lembrando as baladas do Angra fase Rebirth.
Mantendo o clima mais leve, Raise The Sun, primeiro single, tem estrutura simples e cadenciada, com arranjos de piano mesclado com guitarras bem pesadas, Marcelo Moreira adiciona uma boa dose de variação mostrando todo a classe dos bateristas brasileiros, excelente prova de que simplicidade gera grandes resultados, Cannibals In Suits quebra o clima com frases densas feitas pelo baixo de Raphael Dafras, uma paulada que mescla o Power Metal com Thrash Metal em um encontro interessante.
A alternância de suavidade e peso é a aposta do Almah, em Wings of Revolution o Hard Rock com acento mais pop é seguida pela típica power metal Believer, com presença forte dos riffs de guitarra e até alguns blasting beats de Moreira, viaja entre técnica e peso com uma grande e bem feita parte instrumental.
I Do é cadenciada, se aproximando de uma balada carregada de peso, lembrando o Masterplan, principalmente no refrão carregado de melodias, You Gotta Stand tem grandes linhas vocais de Edu, puxando para um som mais suingado e progressivo, vale destacar que os dois guitarristas despejam grandes solos.
Fechando o álbum temos Treasure Of The Gods que começa folk e desemboca em um prog power que lembra o clássico Temple Of Shadows do Angra, aqui temos o melhor trabalho vocal de Edu, e uma levada matadora da cozinha formada por Marcelo Moreira e Raphael Dafras com seu baixo soando pesado e em destaque, um tema épico. Farewell fecha o álbum de maneira súttil.
Com Unfold o Almah soou melhor, mais coeso e capaz de crescer, Motion de 2011 já mostrava originalidade e solidez, desta vez podemos ouvir uma banda em busca de algo maior, mais ambicioso. Edu ainda não está soando 100% como em seu auge, mas vem resgatando sua saúde e qualidade vocal abalada após 10 anos de Angra.
Sim, o Power Metal ainda tem salvação!
Unfold (2013)
01. In My Sleep
02. Beware The Stroke
03. The Hostage
04. Warm Wind
05. RaiseThe Sun
06. Cannibals In Suits
07. Wings Of Revolution
08. Believer
09. I Do
10. You Gotta Stand
11. Treasure Of The Gods
12. Farewell
A Banda
Edu Falaschi (Vocais, Teclados, Produção)
Marcelo Barbosa ( Guitarra)
Gustavo Di Pádua (Guitarra)
Raphael Dafras (Baixo)
Marcelo Moreira (Bateria)
Outras resenhas de Unfold - Almah
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps