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Napalm Death: Virando o mundo de cabeça para baixo com o "Scum"

Resenha - Scum - Napalm Death

Por Rodrigo Noé de Souza
Postado em 15 de setembro de 2013

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

A década de 1980 foi, sem sombra de dúvida, a mais revolucionária, seja cultural, político ou social. No musical, vários estilos surgiram como uma radiação, capaz de contaminar um país inteiro, como ocorreu em Chenobyl (Ucrânia). Na música extrema, precisamente na cidade de Birmingham (ING), berço do Black Sabbath e Judas Priest, mais uma encarnação explodiu para fazer história: Napalm Death.

Antes disso, todos queriam saber quem foi o percussor do Grindcore. Bandas como Siege, Repulsion e Accüsed soltavam seus respectivos discos, cujas músicas não passavam de (pasmen!) 10 segundos, enquanto o instrumental era misturado com a bateria ultrarrápida, guitarra e baixo revezando nos riffs e vocais guturais. Até que, um dia, Nick Bullen (vocal/baixo) e Miles "Rat" Ratledge (bateria) resolveram criar o Napalm Death, inspirado no filme Apocalypse Now.

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Mais tarde, Mick Harris assumiu as baquetas e Justin Broadrick as seis cordas. Mesmo com as dificuldades de manejar seus instrumentos, a banda começava a trilhar seu caminho, tocando em pequenos clubes, redutos de punks, headbangers, carecas, tudo que era buraco que ninguém imaginava. Desde então, após muitos ensaios, a banda começou a gravar material, que virou o lado A do Scum.

A gana era tanta que, na época, todos perguntavam se o baterista era, mesmo, de verdade. Faixas como Siege Of Power, Scum e You Suffer viravam o mundo de cabeça para baixo, especialmente essa última que tem duração de 4 segundos. Foi por causa dessa música que o Napalm Death ficou famoso, graças a "benção" do lendário DJ da Rádio BBC John Peel, que usou You Suffer, como se fosse uma buzina para respostas erradas.

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Durante as gravações de mais músicas, a banda sofreu mudanças de formação, com a saída de Justin e Nick, por divergências musicais. Em seus lugares, Bill Steer (Carcass) ficou com a guitarra (Shane Embury foi convidado para essa função), Jim Whiteley no baixo e Lee Dorrian nos vocais. Com esse line-up, gravaram o lado B do primeiro disco.

Totalizando 28 faixas, com menos de 35 minutos, Scum surgiu como um míssel capaz de causar uma guerra nuclear. Apesar da qualidade do álbum ser tosca, a intensidade era tanta que várias bandas nasceram inspiradas para gravar mais rápido, como o Terrorizer, do Jesse Pintado (que tocaria do Napalm posteriormente) e Pete Sandoval (Morbid Angel).

Os temas abordados eram sobre guerras, política, questões ambientais, capitalismo. A capa foi criada por Jeff Walker (Carcass), que mostra os senhores de terno e gravata se cumprimentado, em meio a uma família pobre, sob um chão cheio de cadáveres, com logotipos de várias empresas, como IBM, McDonalds, GM, Coca-Cola e Nestlé.

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Logo após, o Napalm sofreu mais uma mudança, com a saída de Jim e a entrada de Shane Embury (dessa vez no baixo). A cena da Inglaterra nunca mais foi a mesma, pois a banda lançaria From Enslavement To Obliteration, que colocou-a em primeiro lugar na parada britânica.

Formação:

Mick Harris – bateria
Justin Broadrick – guitarra (faixas 1-12)
Nick Bullen – vocal/baixo (faixas 1-12)
Lee Dorrian – vocal (faixas 13-28)
Jim Whiteley – baixo (faixas 13-28)
Bill Steer – guitarra (faixas 13-28)

Tracklist:

1-Multinational Corporations
2-Instinct Of Survival
3-The Kill
4-Scum
5-Caught… In A Dream
6-Polluted Minds
7-Sacrificed
8-Siege Of Power
9-Control
10-Born On Your Knees
11-human Garbage
12-You Suffer
13-Life?
14-Prision Without Walls
15-Point Of No Return
16-Negative Approach
17-Success?
18-Deceiver
19-C.S.
20-Parasites
21-Pseudo Youth
22-Divine Death
23-As The Machine Rolls On
24-Common Enemy
25-Moral Crusade
26-Stigmatized
27-M.A.D.
28-Dragnet

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Sobre Rodrigo Noé de Souza

Nasci em 1984. Esse ano não é só o início de uma nova democracia, mas também é o ano em que vários discos foram lançados, como Powerslave (IRON MAIDEN), Stay Hungry (TWISTED SISTER), W.A.S.P., Don't Break The Oath (Mercyful Fate), Slide It In (WHITESNAKE), 1984 (VAN HALEN), The Last In Line (DIO) e, o meu favorito de todos, Ride the Lightning (METALLICA). Sou um aficcionado por Metal, desde AC/DC e ZZ Top, até Anaal Nathrakh e Krisiun.
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