RDP: "Ao vivo" mostra o que é um show de verdade
Resenha - RDP Ao vivo - Ratos de Porão
Por Rodrigo Noé de Souza
Postado em 15 de setembro de 2013
Nota: 10
O ano era 1992. O Brasil sofria um dos maiores escândalos da sua história (muito antes do Mensalão). O povo foi às ruas, pintaram suas caras e exigiram que seu líder maior saísse da sua cadeira e não voltasse mais. Para que você entendesse melhor, musicalmente falando, nada melhor do que uma trilha sonora BEM apropriada sobre esse assunto.
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O Ratos De Porão estava no auge da sua maldita carreira, após a repercussão dos seus álbuns Brasil (1989) e Anarkophobia (1991). Para coroar essa pestilenta ascensão, nada melhor do que registrar tudo isso em uma apresentação pra lá de Bagdá (se fosse por lá, não sobraria ninguém pra contar história!).
João Gordo (guela e pança), Jão (viola e cabelo), Jabá (birimbau e buné) e Boka (taco de baseball e prancha de isopor, estreando de forma espetacular) torturam um monte de retardados e noiados de Noé ao som de 27 (ou 30, pois no encarte não constam as outras três) patadas de deixar qualquer parlamentar à beira de um ataque de pelanca. Não perderam um milésimo de sua brutalidade.
Se quiser sentir toda a ira que esse país nos transmite, escute as obrigatórias (se é que tenho que destacar alguma, pois tudo resume a fúria e faca nos dentes desse, que foi chamado de traidor do movimento Punk) Beber Até Morrer, Sofrer, Crucificados Pelo Sistema, Anarkophobia, o "hitzinho idiota" Aids/Pop/Repressão, Crise Geral, Herança (que poderia ser dedicada à Suzanne Von Ritchofen), Igreja Universal... Ufa!
Esperem, ainda tem as ácidas Caos, Guerrear, Políticos Em Nome do Povo, Paranóia Nuclear, a cover dos "mais punks do mundo", Extreme Noise Terror, Work For Never. Introduzindo em formato acústico, o Olho Seco foi homenageado com Que Vergonha. Em tempos de Plano Collor, as Plano Furado I e II resumem a crise financeira que pesou o bolso do brasileiro.
Como tinha dito, após a Igreja Universal, ainda têm as outras três faixas Novo Vietnã, Agressão/Repressão e Poluição Atômica. Enfim, quem viveu essa época de vacas magras, por culpa desse presidente que se queimou no inferno, saiba que até hoje NADA mudou e o Brasil continua a mesma sujeira de sempre. E, mesmo com os protestos que tivemos por aqui, os problemas ainda continuam.
Para os que acham que os shows desses sertanojo universotário uma maravilha, ouçam esse disco e descubram o que é um show de verdade.
Formação:
João Gordo (guela e pança)
Jão (viola e cabelo)
Jabá (birimbau e buné)
Boka (taco de baseball e prancha de surfe)
Tracklist:
1-Morrer
2-Mad Society
3-Crianças sem Futuro
4-Ascensão e Queda
5-Beber Até Morrer
6-Máquina Militar
7-Guerrear
8-Políticos em Nome do Povo
9-Caos
10-Sofrer
11-Crucificados pelo Sistema
12-Vida Animal
13-Plano Furado I
14-Plano Furado II
15-Anarkophobia
16-Aids, Pop, Repressão
17-Realidades da Guerra
18-Work for Never (Extreme Noise Terror cover)
19-Velhus Decreptus
20-Herança
21-Paranóia Nuclear
22-Crise Geral
23-Que Vergonha (Olho Seco cover)
24-V.C.D.M.S.A.
25-Cérebros Atômicos
26-Sentir Ódio e Nada Mais
27-Igreja Universal (incluindo as não creditadas Novo Vietnã, Agressão/Repressão e Poluição Atômica)
Confiram os vídeos abaixo - Aids/POP/Repressão:
Sofrer:
Beber Até Morrer:
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