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Gary Moore: álbum é considerado uma continuação do álbum anterior

Resenha - After Hours - Gary Moore

Por João Paulo Linhares Gonçalves
Postado em 21 de fevereiro de 2013

Vamos falar sobre o disco "After Hours", de Gary Moore, que completou vinte anos no ano passado. Vamos relembrar este grande álbum desse maravilhoso guitarrista irlandês!

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Para quem não sabe, Gary Moore começou sua carreira há longo tempo atrás, quando ainda tinha 18 anos - esta era a idade que ele tinha quando sua ex-banda Skid Row lançou seu primeiro álbum. Não, você não leu errado: o nome da banda era Skid Row - mais tarde, segundo a Wikipedia, Jon Bon Jovi comprou os direitos de uso deste nome por US$ 35.000, e a banda atualmente conhecida, que tinha Sebastian Bach, pode usar o nome.

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A carreira solo de Moore começou em 1973, com o disco "Grinding Stone". Pouco depois, ele entrou no Thin Lizzy, mas ficaria por pouco tempo. Ele voltaria no final da década de 70, para gravar o grande álbum "Black Rose: A Rock Legend". Seu segundo disco solo, "Back On The Streets", teria a participação de dois membros do Thin Lizzy: Phil Lynnot e o baterista Brian Downey. A partir de então, a carreira solo de Moore teria maior regularidade e seguiria um estilo hard rock - destaques para "Corridors Of Power", com Ian Paice na bateria e Neil Murray no baixo; "Run For Cover", com Glenn Hughes no baixo; e "After The War", com Cozy Powell na bateria e com a participação de Ozzy Osbourne na faixa "Led Clones".

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Foi então que Gary Moore decidiu dar uma guinada diferente em sua carreira, e abraçar o blues como estilo de seu próximo álbum. A decisão foi perfeita, e o disco "Still Got The Blues" se tornou o grande sucesso de sua carreira, aproveitando-se da fama da faixa título, um blues lentinho lindíssimo que tocou muito nas rádios no começo da década de 90. O disco teve ainda participações especiais de Albert Collins, Albert King e George Harrison.

"After Hours" pode ser considerado uma continuação do álbum anterior, seguindo as mesmas pegadas de blues iniciadas anteriormente. Também teve participações especiais, de Albert Collins e B.B. King. Na maioria das canções, uma seção de metais se torna mais ativa e participante. Um dueto de vozes femininas (Carol Kenyon e Linda Taylor. Carol já cantou em discos e turnês do Pink Floyd, David Gilmour e Roger Waters) também foi incluído em diversas faixas, uma boa adição ao álbum. O disco começa com "Cold Day In Hell", uma das que citei em que a seção de metais é bem ativa - Gary sola brilhantemente e a música é uma de minhas preferidas do álbum. "Don't You Lie To Me (I Get Evil)" mantém o nível alto, um blues delicioso com doses cavalares de influência de B.B. King, que daqui a pouco vai aparecer por aqui. "Story Of The Blues" é outra lentinha linda, e também foi lançada como single - outra que é uma de minhas preferidas do disco, o solo de Gary nessa é inspiradíssimo. "Since I Met You Baby" é um cover de um standard do blues (do compositor Ivory Joe Hunter), e conta com a participação de B.B.King, tanto nos vocais quanto no solo.

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"Separate Ways" também segue a linha baladinha blues, é bonita, mas não tanto quanto a anterior. "Only Fool In Town" recoloca o disco na pegada blues com tudo, solos afiadíssimos de Gary - outro destaque do álbum. "Key To Love" (de John Mayall), "Jumpin' At Shadows" e "The Blues Is Alright" (esta com participação de Albert Collins) são grandes covers de nomes consagrados do blues, enriquecendo o álbum com versões inspiradas de Gary Moore - gosto muito, em particular, de "Jumpin' At Shadows", muito feeling e inspiração de Gary nesta versão. "The Hurt Inside" é outra com pegada mais suave, mas não chega a ser lentinha como as outras - me lembra um pouco de uma outra canção do disco anterior, "Midnight Blues". O álbum fecha com "Nothing's The Same" em grande estilo, uma composição inspiradíssima de Gary Moore, instrumental maravilhoso, Gary cantando suavemente, um grande encerramento para este álbum maravilhoso. Uma pena que este disco não tenha feito o mesmo sucesso que o anterior, pois em qualidade ele não deve nada!

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O álbum foi remasterizado e relançado dez anos depois, em 2002, com cinco faixas bônus. Todas no mesmo nível das demais canções, tornando o relançamento bastante interessante. Destaque para a faixa "All Time Low" e para a cover "Woke Up This Morning", de B.B. King. Se você não conhecia este álbum, procure escutá-lo e curta um dos grandes clássicos deste mestre das seis cordas, que lamentavelmente nos deixou há dois anos atrás, em fevereiro de 2011. Uma grande perda no mundo da música!!

Relação das músicas do álbum:

1 - "Cold Day In Hell"
2 - "Don't You Lie To Me (I Get Evil)"
3 - "Story Of The Blues"
4 - "Since I Met You Baby"
5 - "Separate Ways"
6 - "Only Fool In Town"
7 - "Key To Love"
8 - "Jumpin' At Shadows"
9 - "The Blues Is Alright"
10 - "The Hurt Inside"
11 - "Nothing's The Same"

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Faixas bônus da versão remasterizada (2002):
12 - "All Time Low" (extended version)
13 - "Woke Up This Morning"
14 - "Movin' On Down The Road"
15 - "Don't Start Me Talkin'"
16 - "Once In A Blue Mood" (instrumental)

Alguns vídeos:

Vídeo Clipe para "Cold Day In Hell":

"Since I Met You Baby", ao vivo com B.B. King em Londres:

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Video Clipe para "Story Of The Blues":

Video Clipe para "Separate Ways":

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Espero que tenham curtido esta resenha. Para curtir mais resenhas como esta, acessem o blog Ripando a História do Rock: http://ripandohistoriarock.blogspot.com.br/

Grande abraço e muito rock and roll para todos!!

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Sobre João Paulo Linhares Gonçalves

Roqueiro convicto, de carteirinha, desde os treze anos de idade. Já tive diversas bandas preferidas: de Iron Maiden, Metallica e Black Sabbath a The Who, Pink Floyd e Rolling Stones. O heavy metal sempre me atraiu muito, mas o rock praticado nos anos 60 e 70 é fascinante e estou sempre escutando. De vez em quando, dou chance ao punk, rock alternativo, blues, até ao jazz e MPB, pra variar.
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