Linkin Park: Inovador, diferente e evoluído quanto o último
Resenha - Living Things - Linkin Park
Por Marcos André Farias
Postado em 10 de setembro de 2012
Nota: 7
Confesso que na primeira execução do álbum fiquei meio decepcionado, pois após ver algumas críticas eu esperava mais dele. Porém alguma coisa ficava cutucando minha cabeça sobre as faixas do CD que só descobri o porque na segunda execução do mesmo. Só pra constar que eu demorei a postar a resenha porque minha maquina deu ruim aqui, me obrigando a começar a resenha do zero.
Talvez o meu maior erro foi ter ido escutar o CD pela primeira vez imaginando o que eu ia escutar, com base naquelas críticas que eu vi, coisas como; o uso de guitarras, os gritos de Chester, e escutar algo próximo do "Fort Minor" do Mike. Dessas citadas a única que eu ouvi com a frequência que imaginava foi a dos raps de Mike. O ser humano tem uma mania muito feia de nem sempre detalhar com a devida clareza o que esta descrevendo. Levando-me a achar que eu ia ouvir MUITOS gritos de Chester e as guitarras PESADAS de "Hybid Theory" e "Meteora". Estava devidamente enganado, ouvi o CD com uma expectativa danada e fiquei chateado. Mas eu tava com uma sensação que não saia da minha cabeça, eu tirei o CD do rádio e não sabia responder uma pergunta: Por que eu quero ouvir o CD de novo?
Na segunda vez que ouvi, já ouvi sem aquelas expectativas todas e percebi a qualidade contida no CD. Não é um conjunto de músicas de rock, (sem deixa-lo muito distante) rap ou simplesmente pop music. Este CD é inovador, diferente e tão evoluído quanto o último. Ele era Linkin Park puro. Prova disso é a "Lies Greed Misery" que começa meio Black Eyed Peas e ao final ela corta o pop com os coros Grutais de Chester. Segundo o mesmo a história dessa faixa é que eles começaram a música e estavam sentindo ela muito pop, e Mike queria cortar isso e disse ao Chester "Grite quando quiser" e saiu o resultado final uma mistura de tudo em 2:26 de música.
Após essa historinha toda vamos ao interessante.
"Lost in The Echo" é a primeira faixa e uma das melhores do álbum com uma das características que tem sido presente nas músicas da banda que não sei se é bom ou ruim. A mistura de batidas eletrônicas e as porradas da bateria, você não sabe o que é o que na maioria das vezes, só que caiu bem nesse CD. Começa com um exagero de pop e os raps de Mike Shinoda muito bem encaixados na música. Os gritos, que só Chester, sabe fazer aparecem no final dando outra cara a música assim como aconteceu com a "Lies Greed Misery".
Depois temos "In My Remains" que começa com uma levada eletrônica que é logo cortada com a primeira real aparição de guitarras no álbum. Sendo cantada quase toda por Chester tem uma levada simples mas interessante com um refrão também simples sem ser muito enjoativo. Entramos no single "Burn It Down" que tem uma mistura na medida de guitarras e eletrônicos. (escute com atenção que você achará as guitarras) Com um refrão contagiante e sem gritarias durante a música toda, a faixa é a única que segue a linha dos últimos dois álbuns de expressar nas letras algo sobre problemas político-sociais do mundo (Percebe-se um pouco isso no verso "Eu fui o soldado e você foi o Rei" e "As explosões acontecem nos céus" dentre outras partes). Também uma das melhores do álbum.
Eis que chegamos à polêmica "Lies Greed Misery" citada no início da resenha. Então não vou perder tempo falando muito dela, só vou apenas expor que eu não tenho nada contra ela e até curto seu refrão bem encaixado. Então nós temos "I’ll Be Gone" que tem a mesma ideia da segunda faixa, com um trabalho interessante de guitarras, Chester nos vocais e um refrão bem trabalhado não comprometendo ainda o CD, caso você tenha gostado de "Lies Greed Misery".
Aí vem "Castle of Glass", Chester sai um pouco dos vocais principais, assumindo a partir daí Mike. Levando em conta que a banda tem experimentado estilos diferentes como -músicas mais leves no terceiro álbum e algo muito eletrônico no quarto- essa música talvez não seria surpresa, mas é a que passa mais longe do trabalho que eles vem fazendo, uma música diferente (folk. Seria isso?) lenta no seu decorrer e acelera um pouquinho no refrão que também é diferenciado de tudo o que eles já fizeram.
"Victmized" é a mais rápida, mais pesada e mais curta do álbum lembrando um pouco "Hybrid Theory" que tinha Mike levando a música e Chester aparecendo no refrão... Não, a sonoridade não é igual a antiga, é algo meio punk rock. Eu tenho uma teoria para a criação dessa música e vou acabar gastando um parágrafo a parte para falar sobre a faixa mais curta do álbum.
Mike queria colocar algo pesado no CD pra não perder o costume de todos os álbuns da banda. (já ouviu falar na faixa "Blackout" de "A Thousand Suns"? É mais ou menos essa a ideia se você captou a mensagem) Lembremos que quem também produziu o álbum foi o barbudo Rick Rubin que já trabalhou com Metallica, AC/DC, Slipknot e System of a Down, que era onde eu queria chegar. Provavelmente Mike estava sem ideias para a sonoridade dela e Rubin lembrou do segundo álbum do SOAD, o excelente "Toxicity", que continha duas faixas rápidas, curtas e pesadas que não tem muito mais que 1:50, "Jet Pilot" e "X". Provavelmente Mike gostou da ideia do produtor "Papai Noel" fazendo uma música rápida, com um refrão rápido e pesado, raps de Mike que só o mesmo sabe fazer em 1:50 de musica(Não levem essa balela minha a sério, afinal foi uma analogia que fiz ligando alguns pontos que se você fizer um esforcinho com a mente faz sentido mas de qualquer forma não é real. Voltemos ao CD).
A partir daí o CD desacelera e tem um declínio de qualidade também. "Roads Untraveled" é bem lenta, tem participações do teclado de Mike uma letra bonita e difícil de ser interpretada em alguns momentos, mas soa como uma versão piorada de "Castle of Glass". Se tem algo a se destacar de positivo na faixa são as guitarras ,que surgem no momento certo, e a letra bem bonita.
Se a coisa já tava esquisita chega "Skin to Bone" pra "esquisitar" ainda mais. A música é toda estranha e tem uma letra que não se entende o que se quer dizer em certos momentos como, "Direita para a esquerda e da esquerda para a direita. Noite para o dia e dia para a noite."(Isso é o que? Uma cena de sexo?). Mike disse que produzir este CD foi como viajar nas drogas em certos momentos, talvez ele tenha se referido a essa, a música anterior e ao final da próxima.
"Until it Breaks" parece com "Hands Held High" do "Minutes to Midnight" só que com qualidade invertida. Calma, já vou explicar. As duas são faixas de rap, enquanto o do terceiro álbum tem a parte do rap lenta e até chata e a parte que cita o título da faixa é bem trabalhada. O do último álbum tem a parte do rap estilo "50 cent", pesadona, e a parte que cita o nome da faixa parece uma cantiga de natal. Pode colocar pra tocar no dia 24 de Dezembro, vai agradar a jovens e velhos.
Depois temos "Tinfoil" instrumental que vai introduzir "Powerless" que já apareceu num desses traillers de internet para o filme "Abraham Lincoln: O Caçador de Vampiros" que põe Chester de volta ao microfone principal. Olhando para essa música percebe-se que ela não tem grandes feitos e nem grandes defeitos é simplesmente uma música que da pra curtir e escutar.
No mais o Linkin Park até que se saiu bem em 2012, esteve em turnê com "Incubus" (talvez isso não seja lá muito louvável) na Europa patrocinada pela Honda Civic(isso pode ser louvável), Participou do Rock in Rio Lisboa tendo uma apresentação muito boa (eu fiz uma resenha desse show que esta disponível aqui no Whiplash.net), e lançou seu quinto álbum no topo das paradas sendo a única banda a conseguir tal feito após o ano 2000(Percebe-se então que o CD tem sua qualidade assim como todos os outros). À se destacar no álbum a volta de letras complexas e incríveis que o LP faz muito bem, e não fazia isso direito desde a última vez que retrataram nas músicas acontecimentos sobre o que os integrantes já passaram na vida. A última vez que isso aconteceu foi em 2003 no álbum "Meteora", e agora em "Living Things" isso volta a acontecer.
Com relação à capa do álbum ésta foi a melhor desde Hybrid Theory em 2000, depois disso vieram duas capas onde queriam mostrar um pouco do estilo da banda, e uma que eu não entendi muito bem mas provavelmente tinha algo relacionado ao ¨Brilho dos mil sóis¨ (A Thousand Suns em inglês que é o nome do álbum). Mike disse que a arte iria impressionar à muitos fãs e simpatizantes da banda. Particularmente também não entendi muito a idéia da arte mas se você fizer um certo esforço, vai perceber uma semelhança física do "personagem" alí retratado com Chester Benington.
01. Lost In The Echo
02. In My Remains
03. Burn It Down
04. Lies Greed Misery
05. I’ll Be Gone
06. Castle Of Glass
07. Victimized
08. Roads Untraveled
09. Skin To Bone
10. Until It Breaks
11. Tinfoil
12. Powerless
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps