Dio: Em Last In Line, o melhor que havia ao redor na época
Resenha - Last in Line - Dio
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 20 de junho de 2012
Dias atrás, estava eu na Galeria quando vi uma camiseta, no mínimo curiosa: "Clapton is God... and Dio is the Devil"- "Clapton é Deus e Dio é o diabo!". Esse era realmente o espírito da coisa: se houve na história do metal um cara que sempre recusou qualquer rótulo de "divindade" esse foi DIO. Humilde, não admitia nem mesmo a autoria do gesto mais simbólico do metal (que, na verdade, é secular) - o moloch - atribuindo-o à cultura religiosa de seus antepassados que consideravam ter a "mão chifrada" a capacidade de afastar maus espíritos.
Infelizmente, muitos fãs do mestre representam o contrário desse espírito: "Dio foi influenciado por alguém? Nunca!", "Dio tocava Power metal? Nunca!". Essa tentativa de transformar o profano em divino, o inferno em céu, o acessível em inalcançável, é que realmente fode com a cultura metal. Milhares de imbecis travestidos de especialistas insistem em criar uma nova igreja, um novo culto, novos santos, o que representa justamente o contrário do espírito do metal - diversão, paixão e descompromisso com qualquer instituição fora dele.
"The Last in Line", segundo disco solo de DIO, como todos os discos de metal depois de "Black Sabbath", tem influências notórias em seu conteúdo. Assim como em "Holy Diver", seu antecessor, DIO capta o que de melhor havia ao seu redor - e como sempre, o transforma em algo de primeira categoria.
Contando com a mesmos integrantes da gravação anterior (com a adição de teclados), "The Last" começa com "We Rock", uma paulada no meio da cabeça com direito a solo inspiradíssimo de VIVIAN CAMPBELL. "The Last in Line" (a faixa) é simplesmente uma das melhores coisas feitas nesses quarenta e dois anos de vida do metal - que vocal é esse meu irmão!
Se "I Speed At Night" tem uma pegada na linha do JUDAS daqueles tempos, "One Night in the City" é cinematográfica, cheia de variações e o melhor refrão de todas as faixas desse disco. Uma característica de toda a discografia de DIO é a de tratar todas as faixas com cuidado ímpar - bem longe daquele esquema de uma ou duas músicas boas "carregarem" o resto do disco nas costas.
"Evil Eyes", assim como "Mistery" deixam os teclados mais aparentes, mostrando uma tendência da época (é bom lembrar que nesse mesmo ano o PURPLE voltou com o não menos genial "Perfect Strangers" - adivinhe - com LORD quebrando tudo nas teclas). "Egypt (The Chains are on)" a "cereja do bolo" vai bem na levada de "Heaven and Hell" (o disco), mais cadenciada e bem na linha do "capeta".
DIO, onde quer que você esteja, me perdoe se escrevi muita bobagem - mas perdoe principalmente os pobres incautos que insistem em confundir seu nome com Deus.
Track list:
1. "We Rock"
2. "The Last In Line"
3. "Breathless"
4. "I Speed at Night"
5. "One Night in the City"
6. "Evil Eyes"
7. "Mystery"
8. "Eat Your Heart Out"
9. "Egypt (The Chains Are On)"
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