RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Stamp

Opeth: Uma das bandas mais originais dos últimos 20 anos

Resenha - Heritage - Opeth

Por Júlio André Gutheil
Postado em 31 de janeiro de 2012

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Existem bandas que fazem música, e existem bandas que transformam sua música em verdadeiras obras de arte. O Opeth, ao longo de seus vinte anos de carreira, decididamente entrou nesse hall de bandas que transcendem o mero ato de fazer música e se tornam lendas dentro de um cenário artístico.

Opeth - Mais Novidades

Mikael Akerfeldt e sua trupe fizeram fama com a revolucionária ideia de unir o peso, a distorção e a violência do Death Metal com toda a técnica e complexidade do progressivo. Alternando guturais poderosos com cristalinas passagens de vocal limpo, levando os fãs por intensas e sombrias viagens, indo muito fundo na cerne humana. Mas agora Mikael decidiu ousar. Em "Heritage" não há nem sombra de qualquer coisa que remeta a Death Metal, nenhuma passagem em gutural, sem pancadaria ou virulência. O que ouvimos ao longo da audição é o que poderíamos comparar a discos de rock progressivos dos anos 70.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sim, não temos Death Metal no disco. Mas mesmo assim, é um disco 100% Opeth. Ao longo dos anos eles conseguiram criar uma sonoridade única, tão própria e original que, mesmo inventado de trilhar outros caminhos que não o habitual, continuam soando como sempre. As composições ainda são soturnas, sombrias e marcantes, que envovlem o ouvinte e o fazem mergulhar em um universo de sombras e medos escondidos. É um Opeth com outra cara, mas sem em momento nenhum deixar de ser Opeth.

Muito bem, isso fica muito claro logo de cara na faixa instrumental que abre e dá título ao disco. 'Heritage' é uma bonita e impressiva melodia de piano, que dá o tom do que há de se ouvir no decorrer dos trabalhos. Tem a marca resgistrada das composições de Akerfeldt: uma melancolia sublime, linda apesar de triste, e que transborda feeling. Abertura digníssima.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Logo em seguida temos o single, 'The Devils Orchard'. O começo lembra vagamente Dream Theater, soando de uma forma absolutamente progressiva. Ela segue e ganha contornos levementes psicodélicos, com as linhas de teclado propiciando essa sensação, assim como riffs distorcidos e as batidas da bateria soando secas e num ritmo hipnótico. Ao mesmo tempo que existe essa faceta psicodélica, a canção é absolutamente sombria, sendo essa uma das marcas registradas da banda. O refrão, onde se repete várias vezes a frase "God is dead..." (influência de Nietzsche?) mostra que Mikael agora está completamente a vontade com os vocais limpos, aprimorando sua técnica e dando mais provas de que é um grande cantor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

'I Feel The Dark' começa com dedilhados que a mim soam com um certo quê espanhol, para depois entrar Mikael com sua interpretação sombria e soturna. Então vem novamente a bateria e seu ritmo constante e hipnótico, e ainda linhas de teclado que flutuam de forma viajante. A virada que acontece na sua metade remete a um som mais clássico do Opeth, com peso mais latente e riffs mais familiares. E em seu final tudo isso se mistura numa química perfeita e marcante.

Já 'Slither' vem numa onda diferente. Tem claras influências de Rainbow, principalmente da época que contava com Dio nos vocais. É uma faixa mais agitada e reta, de riffs mais constantes e bateria com mais pegada. Uma ótima faixa, que denota bastante versatilidade dos músicos. A face mais sombria e soturna retorna com classe em 'Nepenthe', que lembra um pouco jazz, misturado com progressivo, num balanço difícil de definir. O riff que se segue mais adiante é outra prova de o Opeth criou uma identidade marcante, pois é um dos típicos casos que você saberia na hora o que está ouvindo. Outra grande faixa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

O começo acústico de 'Häxprocess', onde o que predominda é o vocal de Mikael, é de arrepiar. Aos poucos a canção cresce e toma mais forma, se tornando complexa e cheia de nuances, com batidas secas e quebradas de bateria, instrumentos de sopros aqui e ali, linhas de teclado impressivas, e riffs e acordes espalhados por todos os lados, mas perfeitamente custurados, terminando numa sonoridade envolvente. Uma das melhores do disco todo.

Foi muito inteligente o clima desenvolvido na introdução de 'Famine', com batidas de intrumentos exóticos, ruídos e risadas ao fundo, tudo muito obscuro, quase macabro até. Mas quando entra um piano triste, de notas esparsas e melancólicas, a coisa toma outro rumo. Mikael aparece com uma voz mais encorpada, que abre caminho para um intrumental com bastante peso, meio arrastado em alguns momentos, que sobe e desce em quebras totalmente progressivas. É uma faixa mais longa, repleta de um feeling mais soturno e também é destaque.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

'The Lines In My Hand' é outra um pouco mais agitada, que conta com um ritmo embalado por algo que suponho (não tenho certeza) ser um acordeão em algumas passagens , que de qualquer forma soa muitíssimo interessante. A bateria tem muita cadência e o baixo é peça chave, o teclado propicia um clima psicodélico ao fundo. É de fato uma música meio estranha, mas mesmo assim esplêndida e de final empolgante.

Logo após temos mais uma longa. 'Folklore' lembra um pouco o que se ouviu no álbum "Damnation"(2003), mas com a sonoridade proposta no restante do disco, com ares setentistas e psicodélicos. Os riffs são bonitos e chamativos, as linhas de bateria bem construídas e com Mikael mandando muito bem nos vocais. Também temos mudanças de andamentos, com pequeninos interlúdios sombrios. Excepcional!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

E o fechamento fica a cargo de 'Marrow Of The Earth', que assim como a abertura, é instrumental. Uma melodia linda de guitarra acústica, com alguns dedilhados e riffs serenos de profundida emocional latente. Dentro do que se propôs com o trabalho, foi o encerramento perfeito.

E falando na proposta do disco, eu preciso ressaltar a espetacular arte da capa do disco. Travis Smith talvez tenha ali sua obra-prima. Quem conhece um pouco da história da arte poderia facilmente ali reconhecer algumas influências. De certa forma seria uma mistura de arta sacra do século XVI, principalemnte de pintores holandeses, com uma estética de modernismo e escolas artísticas do início do século XX. Realmente uma arte maravilhosa, cheia de significados ocultos que atiçam a imaginação dos fãs.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Eu considero Mikael Akerfeldt como um dos grandes gênios do Heavy Metal da atualidade, e o seu Opeth uma das bandas mais originais e criativas que surgiram nos últimos vinte anos. E agora este "Heritage" só vem confirmar essa minha opinião. Muitos fãs puristas simplesmete odiaram com todas as suas forças esse disco, mas Mikael foi corajoso e fez o disco que queria fazer, obscuro, tétrico e recheado de influêncais diversas, acertando muito bem a mão neste trabalho que consta na minha lista de melhores do ano de 2011.

O Opeth é:

Mikael Akerfeldt – Vocals, Guitars, Mellotron, Piano, FX
Martín Mendez – Baixo
Martin Axenrot – Drums, Percussions
Frederik Akensson – Guitars (rhythm), Guitars (lead)
Per Wiberg – Keyboards, Hammond Organ, Piano, Fender Rhodes, Wurlitzer

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Track List:

1. Heritage (02:05)
2. The Devil's Orchard (06:40)
3. I Feel the Dark (06:40)
4. Slither (04:03)
5. Nepenthe (05:40)
6. Häxprocess (06:57)
7. Famine (08:32)
8. The Lines in My Hand (03:49)
9. Folklore (08:19)
10. Marrow of the Earth (04:19)

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Bangers Open Air


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Andre Magalhaes de Araujo | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Geraldo Fonseca | Geraldo Magela Fernandes | Gustavo Anunciação Lenza | Herderson Nascimento da Silva | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Gustavo Godoi Alves | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcelo Vicente Pimenta | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Júlio André Gutheil

Nascido em Feliz, interior do Rio Grande do Sul, de origem alemã e com 20 anos de idade. Grande fã de Blind Guardian, Paradise Lost e Opeth, além de outras várias bandas de diversos estilos distintos. Pretende cursar jornalismo e também se dedicar o máximo possível à crônica do mundo Heavy Metal. Escreve no blog www.metalmeltdowndiscos.blogspot.com. Twitter: @jagutheil.
Mais matérias de Júlio André Gutheil.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS