Painside: tradicional moderno ríspido, beirando o Thrash
Resenha - Dark World Burden - Painside
Por Marcos Garcia
Postado em 18 de novembro de 2010
Nota: 8
Desde que o Metal Nacional se consolidou nos anos 80, há momentos em que o estilo surpreende a todos. Em 82, surge o primeiro disco de Heavy Metal mesmo do país, com o STRESS, que viera de Belém do PA, e mandam bala, rompendo o paradigma vigente de Rock ainda cheio de psicodelia e elementos dos anos 60; em 1984, ROBERTINHO DO RECIFE (o mesmo do Trem da Alegria, Fagner e outros) lança o ‘Metal Mania’, um disco de Metal bem moderno para seu tempo; em 85, em janeiro, vem ao mundo ‘Ultimatum’, com DORSAL ATLÂNTICA e METALMORPHOSE no RJ, ode todos pensavam existir apenas Samba e praias, e em dezembro, vem ao mundo o split OVERDOSE/SEPULTURA em MG, que ninguém fazia a mínima idéia de ter cena.
É... o Metal nos dá cada susto de vez em quando que não é mole, e corações mais incautos tendem a ter enfartes de alegria.
E é nesse espírito de surpresa que me chega aos ouvidos o primeiro CD da ótima banda carioca PAINSIDE, já conhecidos pelo tema do lutador da UFC Rony Torres, ‘God Made Me Unbreakable’, que tem a participação de Jean Dolabella do SEPULTURA (este pode ser baixado gratuitamente no myspace da banda).
Metal Tradicional moderno ríspido e duro, beirando o Thrash em muitos momentos, mas sem soar Prog ou Melódico, mas bem feito, melodioso e bruto, e fazem algo comparável à bandas como NEVERMORE e JUDAS PRIEST pós-‘Painkiller’, embora existam doses generosas de SLAYER aqui e ali, mas sem ser uma cópia ou cair em pontos comuns neste difícil caminho que escolheram para trilhar.
O quinteto composto por Guilherme Sevens (vocais), Carlos Saione (guitarras), Marcelo Val (baixo), Daemon Ross (guitarras, inclusive foi o escolhido para tocar nos shows de STEVE GRIMMET no Brasil) e André Andrade (bateria, outro que STEVE GRIMMET teve ao seu lado quando passou por aqui) mostra categoria e profissionalismo em todo o CD, que ainda teve as participações especialíssimas de Gus Monsanto (TAKARA, ADAGIO (Fra), OVERDOSE (Bra), ASTRA (Bra), JULIEN DAMOTTE, REVOLUTION RENAISSANCE), Chris Boltendahl (GRAVE DIGGER, HAWAII (Deu), DIGGER), Renato Tribuzy (THOTEN, HORIZON (Bra), SKYRION (Guest), e, óbvio, TRIBUZY), que abrilhantam ainda mais esta jóia. Há ainda o fato que o guitar man do TRIBUZY e RAIN, Edu Fernandez, faz todos os solos do disco.
É meio que difícil destacar esta ou aquela faixa, pois o CD é bem homogêneo, musicalmente falando, mas é impossível não ir às lágrimas como o arrasa-quarteirão que abre o CD, ‘Ignite the Flame’; a cadenciada ‘Where Darkness Rules’ (com altas pitadas de SLAYER nas guitarras); ‘Collapse the Lies’, com um início jazzístico no baixo, mas uma música pesada e recheada de emoção, graças à voz de Guilherme; a bela balada ‘This Dark World’, onde Renato Tribuzy dá as caras, com seu jeitão, mas Guilherme rouba a cena com seu jeito ‘Dickinsoniano’ cantar; a ‘Sabbathíca’ ‘Forsaken’; a cavalar e quase ‘Maideniana’ ‘Serpent’s Tongue’, onde peso, melodia e agressividade se equilibram; e à ótima ‘Redeemers in Blood’, onde Chris Boltendahl dá as caras e dita os vocais.
Um disco de estréia bem honesto, muito bom, e que mostra que o Metal nacional vai longe e que não vive somente de Metal Extremo.
Recomendado, óbvio.
Tracklist:
1. Ignite the Fire
2. Where Darkness Rules
3. Collapse the Lies
4. The Deviant
5. This Dark World
6. Sand Messiah
7. Forsaken
8. Serpent's Tongue
9. The Edge
10. Martyr
11. Redeemers in Blood
Contatos:
http://www.painside.net/
http://www.myspace.com/painsideofficial
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