Thrudvangar: a Alemanha continua gerando bandas de valor
Resenha - Zwischen Asgard Und Midgard - Thrudvangar
Por Marcos Garcia
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Adeptos do Pagan Black Metal, que fazem de forma mais tradicional, fugindo do uso de flautas, instrumentos de corda regionais, e vocais femininos e/ou limpos, investindo suas energias em uma sonoridade bem mais crua, próximo ao que o BATHORY fez no ‘Blood Fire Death’ com algumas pitadinhas de DISSECTION, mas cheia de nuances e melodias hiper bem sacadas e postadas em suas músicas. Este talentoso sexteto usa na língua pátria nas letras, o que é legal e dá identidade à banda. E hoje em dia como não faltam tradutores na net, não creio que seja empecilho para um fã de seu trabalho.
A arte é bem legal, com toda aquela apresentação de Pagan Metal que todo fã que se preze quer encontrar, fora as letras lá estarem para apreciação de todos. A produção sonora é boa, e prioriza o lado mais agressivo da banda, ficando bem seca, mas a banda se destaca justamente por isso, já eu hoje em dia, muitos músicos vão para o estúdio para criar papel, e não Metal, pelo nível de artificialidade que se ouve em muitos CDs por aí.
A faixa ‘Thor’ abre o CD, com ótimo trabalho nas guitarras de Christian e Kanne, que criam harmonias muito bem feitas e criativas em meio aos urros do vocalista Matze. ‘Bärenpelz und Wofsmantel’ é a seguinte, em um ritmo bem mais cadenciado e melodioso, embora existam momentos mais rápidos, com a bateria de Torsten se destaca muito bem nos andamentos. Em seguida, vem ‘Heimwärts’, um dos maiores destaques do CD, pois os teclados de Andréas fazem arranjos de extrema beleza, fora os corais vikings urrados que aparecem nela, fora os temas de guitarra diferenciarem a banda de outras similares. Guardadas as proporções, é quase como se os italianos do ELVENKING tivessem resolvido virar uma banda de Black Metal. Um dedilhado de guitarra limpa introduz ‘Runenstem’, e logo vira uma faixa cadenciada e agressiva, com algumas poucas intervenções de vocais limpos, cheia de momentos que fazem o ouvinte ter um sorriso no rosto de satisfação. ‘Midsommernacht’ retoma a rapidez de antes, sem deixar o nível cair, com certas pitadas de DIMMU BORGIR em sua fase mais antiga. Em ‘Zwel Raben’, outra faixa um pouco mais lenta, a cozinha se destaca, pois o baixista Günther faz algumas boas intervenções interessantes, assim como na faixa ‘Siegvater’, que segue a mesma linha, apesar da intro de violão. A versão importada terminaria na ótima ‘Frostland’, com seus mais de 8 minutos de muitas variações de andamento, sendo outro dos grandes momentos do CD, mas a versão brazuca ainda trás o bônus em ‘Im Zeichen des Hammers’, vinda do split da banda com o NOMANS LAND, esta, mais uma faixa rápida e bem ríspida, apesar do trabalho musical empregado pela banda, uma vez que o teclado ficou um pouco mais baixo.
Um CD que recomendo a ouvida atenta, pois quem gosta de bandas que sabem trabalhar seu som e usar os teclados de forma bem pensada e inteligente, sem descaracterizar o Pagan Black Metal, tem que ter em sua coleção, pois é item obrigatório.
Tracklist:
1. Thor
2. Bärenpelz und Wolfsmantel
3. Heimwärts
4. Runenstein
5. Midsommernacht
6. Zwei Raben
7. Siegvater
8. Frostland
9. Im Zeichen des Hammers