Velhas Virgens: a banda mais desbocada está de volta
Resenha - Ninguém Beija Como as Lésbicas - Velhas Virgens
Por Fábio Cavalcanti
Postado em 16 de novembro de 2009
Nota: 9
A banda mais desbocada do rock nacional está de volta! Claro que estou falando dos Velhas Virgens, grupo cultuado que possui um currículo de mais de 20 anos na estrada e 7 álbuns de estúdio (é, infelizmente certas bandas não conseguem ser tão ativas quanto deveriam), dentre os quais está o seu mais recente trabalho: "Ninguém Beija Como as Lésbicas" (2009). Chocado? Então está na hora de você procurar ouvir algum trabalho anterior da banda antes de prosseguir...
Velhas Virgens - Mais Novidades
Quem está familiarizado com a obra de Paulão (vocal), Alexandre "Cavalo" (guitarra) e companhia, certamente irá apertar o "play" esperando escutar um som competente e bem executado, influenciado musicalmente por rock 'n' roll e blues, e influenciado ideologicamente por muito sexo e cerveja! Afinal, a banda sempre utilizou tais ingredientes com maestria - salve um deslize no excessivamente baladeiro "Senhor Sucesso", de 1999.
Vale citar também que, ao contrário do que a própria banda disse sobre este ser um álbum conceitual, temos algo ainda mais interessante: uma deliciosa "união" entre as faixas - através de sons "ambiente" e sacadas bem divertidas -, em uma track list muito bem montada, e com um "timing" impecável em quase todas as suas faixas. A ótima produção - sempre crua, mas nunca tosca - deixa ainda mais claro que estamos ouvindo algo feito por uma banda que sabe muito bem o que está fazendo...
Faixas como "O Gênio da Garrafa", "Ninguém Beija Como as Lésbicas", "Strip & Blues", e até o pop/punk "Cafajeste", indicam que os Velhas Virgens não tem medo de apostar em algo mais "maduro" e "sutil" (muita atenção às aspas) de vez em quando, pois a sua habitual criatividade e capacidade de fazer o ouvinte rir bastante, ainda está lá! Sem esquecer também da sua essência realmente obscena - mas sempre inteligente -, a banda despeja as ótimas "A Boca, A Buceta e A Bunda", "Bunda Boa" e "F.D.P.", além de dois petardos influenciados por punk e hardcore: "Essa Mulher Só Quer Viver na Balada" e "Velho Safado".
Entre as músicas mais lentas do álbum, temos a "linda" (muita atenção às aspas novamente) e quase acústica "Bortolotto Blues", e o obrigatório hino 'dor-de-corno' "Eu Bebo Pra Esquecer". Por outro lado, "A Última Partida de Bilhar" é tão fraquinha que pode até causar náuseas...
Por fim, lembra daquele papo de "timing" impecável? Pois então, ao final do "play", e após a divertida vinheta "Palavras do Mentor", temos a melhor faixa do álbum: o brilhante rock "O Amor é Outra Coisa". A sensação de alegria e bem estar que atinge o ouvinte ao final de "Ninguém Beija Como as Lésbicas", apenas deixa claro uma coisa a respeito do rock nacional: (quase) ninguém faz rock 'n' roll de verdade como os Velhas Virgens!
Músicas:
1. O Gênio da Garrafa
2. A Boca, A Buceta e A Bunda
3. Bunda Boa
4. Ninguém Beija Como as Lésbicas
5. Essa Mulher Só Quer Viver na Balada
6. Cafajeste
7. Bortolotto Blues
8. A Última Partida de Bilhar
9. F.D.P.
10. Eu Bebo Pra Esquecer
11. Velho Safado
12. Strip & Blues
13. Palavras do Mentor
14. O Amor é Outra Coisa
Outras resenhas de Ninguém Beija Como as Lésbicas - Velhas Virgens
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps