Ken Hensley: muito mais do que um disco
Resenha - Blood On The Highway - Ken Hensley
Por Ben Ami Scopinho
Postado em 08 de novembro de 2007
Nota: 9 ![]()
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A Dynamo Records, desde que surgiu, vem colocando alguns excelentes álbuns no mercado nacional, seja de obscuras bandas iniciantes ou de algumas feras renomadas. E este é o caso de "Blood On The Highway", registro do pra lá de veterano Ken Hensley que vem obtendo ótima recepção mundo afora. Este músico, com seus 62 anos, foi o responsável direto pelo grande sucesso do Uriah Heep nos anos 70, tendo passado posteriormente por vários projetos e uma carreira-solo que, mesmo entre altos e baixos, possui alguns discos realmente muito bons.

"Blood On The Highway", como é dito no encarte do CD, é muito mais do que um disco. A empreitada aqui começa com o livro autobiográfico "When Too Many Dreams Come True", escrito pelo próprio Ken Hensley, que resultou em uma proposta da parte de sua gravadora para a história se estender para o campo musical, gerando uma verdadeira ópera-rock. O foco, naturalmente, é inspirado no próprio músico e sua primeira década com o Uriah Heep, com alguns dos temas do livro sendo passados diretamente para as letras das canções, ou refletindo a experiência de outros artistas.
Ou seja, é a típica vida de um rock star nos anos 70. A história começa com um jovem músico tentando transformar seu sonho de fama em realidade; sua meta se concretizando e, como geralmente ocorre, surgem os problemas e são tomadas decisões que afetam todo seu futuro. Como não poderia deixar de ser, depois de anos é que o músico passa a aceitar todo o desenrolar que culminou em sua situação atual. É a história de uma vida contada sem pesar, com muitos dos eventos podendo ocorrer com qualquer ser humano, seja lá qual for o caminho que decida seguir.
Nesta 'biografia musical' a sincronia entre as letras e parte instrumental é tal que resulta em canções bem diversas entre si para captar toda a atmosfera da história, assim como a maioria das óperas-rock que já vieram ao mundo. Assim sendo, "Blood On The Highway" possui dois segmentos musicais básicos: um voltado para o rock´n´roll propriamente dito (Hard Rock, AOR e até Southern Rock), e outras bem acessíveis, com instrumentações tão suaves que culminam no puro pop. Detalhe importante neste álbum é a inserção de alguns trechos, ainda que por vezes discretos, de canções do próprio Uriah Heep ao longo de vários dos novos arranjos, o que induz o ouvinte a se aproximar da realidade dos fatos.
Hensley canta, toca guitarra, Hammond B3 e sintetizadores, e a gravação ocorreu em seu próprio estúdio na Espanha, onde atualmente reside. O disco conta com os serviços de outros músicos deste país, sendo Ovidio Lopez (guitarra), Antonio Fidel (baixo) e Juan Carlos Garcia (bateria), além da The Alicante Symphony. Mas a maior atração por aqui são os convidados que cantam em "Blood On The Highway": Jorn Lande, John Lawton (que já passou pelo Uriah Heep), Glenn Hughes e a cantora pop Eve Gallagher.
Mesmo cada canção tendo sua função em um disco deste tipo, é inegável a força de algumas delas. "(This Is) Just The Beginning", cantada por Jorn Lande (idêntico ao Coverdale!); "We're On Our Way", onde Ken Hensley abre e Jorn segue adiante; e a densidade da faixa-título, também com Mr. Lande, são destes rockaços que já nascem para serem clássicos, transmitindo tanta energia boa que o ouvinte sorri de orelha a orelha. Glenn Hughes faz bonito na sossegada "What You Gonna Do", com insinuações de Soul, estilo em que o cantor sempre mostrou paixão, e outra bela canção é a balada cantada pelo próprio Ken Hensley, "I Did It All", com a participação da The Alicante Symphony.
Quatro canções da carreira-solo de Hensley foram regravadas para este trabalho, e estão muito bem encaixadas dentro do contexto proposto. São elas: "You’ve Got It" (que constava no álbum "Running Blind", de 2002), "Think Twice" (do disco "A Glimpse Of Glory", de 1999), agora cantada por Eve Gallagher – cuja voz é muito semelhante à da saudosa Tina Turner – e relata as dificuldades de ser a mulher de um músico. "There Comes A Time" (do disco "From Time To Time", de 1994) é outra balada cantada por Hensley, e, fechando as reformulações, "The Last Dance" (que dá nome a seu CD de 2003), agora com a voz de Hughes.
Ken Hensley tornou a audição de "Blood On The Highway" tão bonita que, além da nostalgia que trará aos tradicionais fãs do rock clássico, com certeza atrairá a atenção de muitos ‘rockers’ da nova geração, pois, mesmo sendo canções tipicamente setentistas, a atual tecnologia de gravação empregada deu uma boa atualizada em toda esta sonoridade.
Em tempo: fica a sugestão ao leitor em conferir, aqui mesmo no Whiplash!, a resenha escrita pelo companheiro Rodrigo Werneck, também Webmaster dos sites oficiais do Uriah Heep e Ken Hensley, cujo texto traz uma infinidade de detalhes interessantíssimos sobre este disco (link abaixo).
Ken Hensley - Blood On The Highway
(2007 / Dynamo Records - nacional)
01. (this Is) Just The Beginning - (Jorn Lande)
02. We're On Our Way - (Ken Hensley e Jorn Lande)
03. Blood On The Highway - (Jorn Lande)
04. You've Got It - (Jorn Lande)
05. Doom (scene 1)
06. It Won't Last - (John Lawton)
07. Think Twice - (Eve Gallagher)
08. Doom (scene 2)
09. There Comes A Time - (Ken Hensley)
10. Okay (this House Is Down) - (Jorn Lande)
11. What You Gona Do - (Glenn Hughes)
12. Postcript - (Ken Hensley)
13. I Did It All - (Ken Hensley)
14. Last Dance - (Glenn Hughes)
Homepage: www.ken-hensley.com
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