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Resenha - Live! In Europe - Rory Gallagher

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 03 de julho de 2005

O irlandês Rory Gallagher foi um dos guitarristas de blues pioneiros de seu país, sendo considerado um dos músicos britânicos mais originais e técnicos das últimas décadas. Um autêntico gênio criativo e um homem bastante simples, que usou uma única guitarra Fender Stratocaster de segunda mão em toda sua longa carreira.

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Além de ser um guitarrista bastante perfeccionista, foi também cantor e compositor, um artista incansável que excursionou por bares e clubes desde os 16 anos, sempre consciente de abster-se do comercialismo musical barato, feito que lhe garantiu respeito por parte da mídia especializada e fãs por todo o mundo.

Este "Live! In Europe" foi o primeiro registro ao vivo de sua carreira-solo, tendo o óbvio Rory na voz, guitarra, bandolin e gaita, além de seus companheiros Gerry McAvoy no baixo e Wilgar Campbell na bateria. Aqui Rory tinha apenas 23 anos e as canções deste disco são uma seleção das gravações feitas durante sua excursão pela Europa nos meses de fevereiro e março 1972. Foi totalmente produzido pelo próprio Rory Gallagher, atingiu a décima posição nas paradas e arrebatou seu primeiro disco de ouro pelas vendas, consolidando de vez o sucesso de seus dois primeiros discos-solo de estúdio.

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O blues bastante cru apresentado nas faixas "Messin' With The Kid" e "Laundromat" mostra como suas canções são poderosas e sua voz, simples, se encaixando perfeitamente em sua música. "Pistol Slapper Blues" com aquele cheirão country, segue com uma guitarra acústica, tendo a participação entusiástica do público. Ainda no bloco acústico, a estupenda "Going To My Home Town" mostra todo um swing contagiante.

"I Could've Had Religion" (esta sempre foi a canção favorita de Bob Dylan) tem uma interpretação apaixonada de todos os músicos, mostrando principalmente a versatilidade de Rory com os instrumentos musicais, tocando simultaneamente a gaita e guitarra durante esta canção. "Bullfrog Blues" fecha este curto registro com um blues bem chegado a um rock ´n´roll alto astral, além de fornecer o grande final, onde cada um dos músicos tem seu momento, solando seus instrumentos na medida certa, para delírio da multidão.

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Uma das grandes características de Rory era o fato de praticamente não usar pedais e não ensaiar os solos de suas canções, sempre preferindo a espontaneidade, o que mostra ainda mais seu talento. E seus solos de guitarra são excelentes, esbanjando técnica e sentimento. Em vários momentos percebe-se claramente sua alegria na viagem musical, tendo ainda Gerry e Wilgar participando tranqüilamente destas incursões, acompanhando com competência os naturais improvisos do guitarrista.

"Live! In Europe" teve novas versões remasterizadas colocadas no mercado posteriormente, onde foram incluídas faixas-bônus, cujo número variavam de acordo com a edição. É um disco obrigatório, que deve constar na prateleira de qualquer amante do puro blues e rock ´n´roll simples.

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Rory Gallagher seguiu sua carreira de maneira estável até 1994, quando cai seriamente doente, vindo a falecer em 14 de junho do ano seguinte, em decorrência de complicações de uma cirurgia para transplante de fígado feita em abril deste ano. Tinha apenas 46 anos, sem esposa, sem filhos; viveu toda sua existência em função de sua arte, de maneira simples e íntegra.

E para finalizar, deixo aos leitores um comentário deste músico sobre a opção de trocar sua velha e surrada guitarra Fender, frase de Rory que exprime bem sua convicção do que pensava sobre o materialismo:

"Trocar para que se sempre foi minha companheira? Em time que está ganhando não se mexe, não é assim o ditado? Eu fico com minha Fender mesmo".

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RORY GALLAGHER – Live! In Europe
(1972 – Polydor Records)

01. Messin' With The Kid
02. Laundromat
03. I Could've Had Religion
04. Pistol Slapper Blues
05. Going To My Home Town
06. In Your Town
07. Bullfrog Blues

homepage: www.rorygallagher.com

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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