Resenha - Nothing Is Easy - Jethro Tull
Por Marcos A. M. Cruz
Postado em 17 de junho de 2005
Pode parecer um contra-senso uma banda do porte do JETHRO TULL, que embora tenha atravessado inúmeras fases distintas ao longo de seus mais de trinta anos de carreira possua poucos registros oficiais ao vivo, decida lançar um álbum com um repertório bastante similar a outro já existente, sendo que este último ainda por cima conta com uma qualidade sonora superior...
Explicando melhor: para quem não sabe, o box-set retrospectivo de vinte e cinco anos, lançado em 1993, traz um show realizado em 4 de novembro de 1970 na cidade de Nova Iorque, com qualidade sonora top de linha... porém, no caso aqui em questão tal duplicidade é plenamente justificável, pois estamos falando de nada menos que a apresentação realizada no mais que lendário Festival da Ilha de Wight, chamado por alguns de "Woodstock Britânico", que sacudiu a pequena ilha no mês de agosto de 1970, por conta de artistas do porte de JIMI HENDRIX, THE WHO, THE DOORS, FREE, etc.
Um tape com este material começou a circular em meados dos anos noventa, com boa qualidade sonora (soundboard), mas contendo apenas cerca de 75% do set. Obviamente, além de trazer o show de forma mais completa, a qualidade sonora desta versão oficial é ainda bem melhor, apesar de, em alguns momentos mais "intensos", o som ficar um tanto quanto "embolado" - nada que seja tão grave assim...
Na realidade, a excelente masterização só peca mesmo pelo fato de boa parte dos comentários bem-humorados entre uma canção e outra terem sido suprimidos, tanto que em alguns fóruns gringos comentou-se que teriam sido feitos overdubs, usando o velho recurso de se inserir ruídos de alguma outra platéia entusiástica, mas eu particularmente não concordo, pois comparando a versão "pirata" com a oficial, fica patente que apenas algumas edições foram feitas (entre as duas últimas faixas chega a haver um "corte", facilmente detectado via fone de ouvido).
Outra reclamação é em relação à mixagem do tecladista John Evan, muitos acham que o instrumentista deveria ter ganho mais nitidez, mas eu novamente discordo, não acho que ele esteja tão apagado assim, embora não consiga entender por qual motivo alguns sets não foram bem gravados (caso também do THE WHO) enquanto outros que circulam extra-oficialmente (caso do DOORS e do FREE) trazerem uma qualidade superior, já que, até onde sei, foram registrados pela mesma equipe.
Por outro lado, apesar de menos de quatro meses entre uma apresentação e outra, a diferença é brutal, pois aqui Anderson & Cia estavam inspiradíssimos, soando bem mais bluesy e com uma certa "crueza" que perderiam algum tempo mais tarde, quando passariam a fazer um som mais "progressivo", com tinturas "folk".
Tomemos como exemplo "My Sunday Feeling", já conhecida pelo documentário sobre o Festival, que abre o disco de maneira furiosa, em total contraste com a versão um tanto quanto preguiçosa de "Nothing Is Easy", que dá partida ao show de Nova Iorque.
O show segue com "My God", canção até então inédita e que seria editada posteriormente no "Aqualung", prosseguindo com "With You There To Help Me", onde quem brilha é John Evan num belíssimo interlúdio de piano.
Depois é a vez de uma versão arrebatadora de "To Cry You A Song", seguida de "Boureé" e "Dharma For One", esta última com direito a um solo de bateria, prosseguindo com "Nothing is Easy" e finalizando com um medley de "We Used to Know" e "For a Thousand Mothers", onde a coisa literalmente PEGA FOGO, com o guitarrista Martin Barre mostrando a que veio.
Mas não é só ele quem brilha: a performance de Clive Bunker na bateria, a de Glen Cornick (ARREBENTANDO) no baixo e de Mr. Anderson é uma coisa de outro mundo, como aliás costumavam ser as dos MÚSICOS DE ROCK daqueles tempos (desculpem pelo saudosismo, não resisti...)
O livreto traz algumas fotos e um texto onde, dentre outras coisas, Ian Anderson comenta que na época a banda ainda não havia migrado para o Prog, que não sabe se chegaram a receber cachê para a apresentação e por fim tece loas à JIMI HENDRIX, para quem dedica o CD e DVD, lamentando o fato de não tê-lo conhecido melhor, já que esta foi uma de suas últimas apresentações (o guitarrista faleceria poucas semanas mais tarde).
DVD? Pois é, este material também está saindo em DVD, com algumas faixas a menos, portanto é o caso de comprar ambos, afinal não é sempre que podemos ter um pedaço da história do Rock em nossa estante...
Faixas:
- My Sunday Feeling
- My God
- With You There to Help Me
- To Cry You a Song
- Bouree
- Dharma For One
- Nothing is Easy
- Medley: We Used to Know/For a Thousand Mothers
Total Time: 113:11
Formação:
Ian Anderson (vocals, flute, acoustic guitar)
Martin Barre (electric guitar)
Clive Bunker (drums)
Glen Cornick (bass)
John Evan (keyboards)
Website oficial: www.Jtull.com.
Material cedido por:
ST2 Music - www.st2.com.br.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



System of a Down volta à América Latina em maio de 2026
O New York Times escolheu: a melhor música do ano de 2025 é de uma banda de metal
A mensagem curta e simbólica sobre o Sepultura que Iggor Cavalera compartilhou no Instagram
Frase de Fabio Lione provoca burburinho e fãs veem indireta sobre insatisfação no Angra
Ozzy Osbourne foi avisado pelos médicos que não sobreviveria se fizesse o último show
Sharon revela as últimas palavras que ouviu de Ozzy Osbourne
O solo de baixo heavy metal que, para Flea, é um grande momento da história do rock
Sharon lembra primeira reação ao ver Ozzy Osbourne morto
Axl Rose e a maior canção country que já existiu - e que veio de uma banda de rock
O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Alírio Netto quebra silêncio sobre Angra e fala se há planos futuros
Garotos Podres são indiciados e interrogados na polícia por conta de "Papai Noel Velho Batuta"
Como seria o Sepultura se Max não tivesse deixado a banda, segundo ele mesmo
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O que Ritchie Blackmore pensa sobre Jimmy Page como músico; "um guitarrista estranho"
O disco que fez Ozzy Osbourne perceber como o Megadeth é bom
Apps do Whiplash.Net para Android e IOS
A História da New Wave Of British Heavy Metal



Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
A banda esquisita que quase estragou um show do Jethro Tull no auge
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
O artista que Ian Anderson coroou como "a mãe da reinvenção"
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



