Resenha - Asshole - Gene Simmons
Por Daniel Dutra
Postado em 15 de setembro de 2004
Nota: 3
(Sanctuary - importado)
O nome seria "Firestarter", depois passou para "Dog" e acabou chegando às lojas como Asshole. Poderia ser qualquer um dos outros dois que não faria a menor diferença, pois o segundo disco solo de Gene Simmons, o primeiro sem a alcunha do Kiss, iria ser igualmente ruim. Não dá para levar a sério alguém que um dia gravou uma versão do tema de "Pinóquio", When You Wish Upon Star, porque o desenho da Disney é um de seus filmes favoritos. Mas também não dava para esperar algo como Asshole.
Vamos direto ao ponto. Sobra de estúdio do Kiss de 1977 e originalmente chamada "Jelly Roll", Sweet Dirty & Love abre o CD, traz Eric Singer na bateria e, na condição de rock'n'roll da melhor qualidade, está anos-luz à frente de todas as outras 12 músicas. Mas ainda há outras duas que merecem atenção: as pesadas Weapons of Mass Destruction (com Bruce Kulick) e Carnival of Souls (com Richie Kotzen), esta uma sobra de Psycho Circus (1998), o disco-enganação da volta do Kiss com sua formação original. Ah, sim: os dois guitarristas roubam a cena.
Para falar do resto... Imagine que Firestarter, cover do Prodigy com Dave Navarro (ex-Jane's Addiction e Red Hot Chili Peppers), não é das piores. A situação não é mesmo boa, certo? Waiting for the Morning Light, cuja letra foi escrita com Bob Dylan anos atrás, tem um piano horroroso e é simplesmente ridícula. Beautiful, Now That You're Gone, Dog, If I Had a Gun e 1,000 Dreams (lembra de "Pinóquio"? Simmons resolveu escrever seu próprio tema) vão do constrangedor ao patético.
Simmons ainda apostou as fichas numa tentativa de soar moderno na faixa-título, escrita por Frank Tostrup. Quem? O líder da banda norueguesa Shirleys Temple que enviou à Simmons Records um CD demo e agora está descolando uns trocados com direitos autorais e royalties, pois toca baixo e bateria em Asshole. A música? Trilha para embalar qualquer festa da série cinematográfica "American Pie". Isso, pode torcer o nariz.
Mas ainda há Black Tongue, composta com Frank Zappa e que conta com samples da voz do saudoso músico e trechos de alguns de seus solos de guitarra, devidamente acompanhados pelo filho Dweezil. A música não é ruim, mas também não é boa. Zappa era um maluco de carteirinha, mas duvido que rasgasse dinheiro ou comesse... Enfim, o cara teve um sem número de momentos geniais em sua carreira e fico imaginando se ele aprovaria Black Tongue depois de ouvir o restante de Asshole. Passe longe.
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