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Resenha - Ink Complete - Spastic Ink

Por Pedro Fraga Bomfim
Postado em 17 de fevereiro de 2001

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Tá, é uma tarefa ingrata ter de comentar esse álbum. Talvez devamos fazer um pequeno histórico dessa banda, que pode ser considerada uma das coisas mais insanas que já apareceram nesse globo azul. Na década de 80, existiu uma banda que hoje em dia as pessoas nem conhecem, chamada Watch Tower. Se esse nome não lhe é estranho, é possível que o seu subconsciente esteja se lembrando de uma foto de algum membro do Metallica usando a camisa da banda. Ou talvez você tenha ouvido algo da banda, que foi com certeza a pioneira do que chamamos hoje de Prog-Metal.

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Bem, em um certo momento, um cara chamado Ron Jarzombek assumiu o posto de guitarrista da banda, trazendo ainda mais reconhecimento para a banda, que já assumia um posto "cult". É que esse cidadão é um "shredder" digno de nota, aliando peso, velocidade e técnica de uma maneira quase que inacreditável. A banda acabou. E em 94 Ron se juntou a Pete Perez (baixo) e a seu irmão Bobby Jarzombek (bateria, que agora toca na banda de Rob Halford), dando origem ao trio instrumental Spastic Ink. Hoje em dia a banda mudou completamente de formação (tendo até vocalista), só restando Ron. Mas o que venho comentar aqui foi o primeiro disco da banda, lançado em 1994 e que se esgotou rapidamente, sendo agora relançado.

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Primeiramente, devo avisar de que não se trata de música para qualquer ouvido. Todas as músicas têm um conceito, seja ele sobre uma "história" a ser contada ou relativo ao processo de composição. Sim, antes de escrever certas músicas eles definiram quase que matematicamente como elas iriam se constituir.

A primeira faixa, "The Mad Data Race", soa computadorizada. É esse o objetivo dela, já que no encarte do cd a banda explica o conceito por trás de cada música. Ela é precisa, rápida. Como é (tá, deveria ser :o) ) um computador. "Morning With Squeakie" conta a história de um esquilo que vai catar suas nozes. Só que nessa bela manhã um cachorro resolve persegui-lo. E é isso que a música "narra", como uma trilha sonora para um desenho animado, porém sem imagem. O que é incrível é que dá para imaginar toda a seqüência da história.

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"Just A Little Dirty" nunca havia sido ensaiada antes de ser gravada (aham, em um mini-estúdio de 4 canais...). Não dá para notar. "See And It’s Sharp", por sua vez, tem um conceito. Resolvendo limitar a "insanidade" musical, usam apenas duas notas (dó e dó sustenido) e um andamento simples. É chato ouvir algo tão "complexo" partindo de um princípio tão simples.

Em "A Wild Hare" eles adaptaram um desenho animado de 1942. Diversas linhas de violinos, flautas e clarinetes, dentre muitos outros instrumentos, foram adaptados para guitarra, baixo e bateria. Isso sem contar relâmpagos, diálogos e uma coelha cantora...

"To Counter And Groove In E Minor" é a fusão de tema clássico com "groove" dançante. Ainda tem outras músicas, cada uma com o seu conceito e história, terminando em "Mosquito Brain Surgery", uma música que já estava praticamente pronta antes do primeiro ensaio da banda. Esta soa mais variada, por ter diversos temas diferentes na sua composição.

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O relançamento conta ainda com uma insanidade a mais: um medley de 25 minutos de duração com diversas partes deste disco. É, eu avisei que não é para qualquer ouvido. Agora, quem não tiver problemas com virtuosismo e complexidade, vai se deleitar com esse grande disco. Mesmo que demore um bom tempo para digerir tudo.

Material cedido por EcleticEletric

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