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Resenha - Live In Midgard - Therion

Por Bruno Coelho
Postado em 15 de julho de 2003

Nota: 7 starstarstarstarstarstarstar

Combinando alguns elementos de música sinfônica com metal, o Therion, banda sueca formada no final dos anos 80 e liderada pelo vocalista, guitarrista e compositor Christofer Johnson, conseguiu destaque merecido na mídia e no coração dos fãs. Tendo sofrido mudanças múltiplas de line-up desde o começo da carreira, de onde restou apenas Johnson, a banda também mudou o som, que partiu do death metal clássico para um som único, passando por experimentalismos orquestrais, incursões na mais pura música sinfônica e até toques de industrial.

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Parece meio confuso, não? Do death ao sinfônico, com experimentalismos, passagens industriais... Cacete! Parece um cozidão com 37 tipos de verduras diferentes. Não é. O som do Therion é até bem simples para ser honesto. E se você pegar esse Live In Midgard para se basear vai achar que a banda é até meio tosca. Não é. Mas o que diabos esse resenhista retardado está tentando dizer afinal?

Olha só: Vai parecer um cozidão porque o disco tem músicas de simplesmente todas as fases do Therion, de todos os discos. Algumas com mais teclados, outras com menos, algumas abusando dos corais (perfeitos nesse álbum) outras só com o Johnson cantando, umas mais rápidas, outras mais lentas... São 24 faixas, meu irmão! É uma viagem ao mundo Therion!

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O cidadão que não escutou a banda anteriormente vai achar que os caras não tem identidade. O que é um erro GROTESCO porque poucas bandas possuem um som tão único quanto esses caras e é extremamente complicado classificá-los. O cozidão acaba não sendo tão complexo porque é tudo muito bem encaixado e acaba tendo um gosto só.

Lembro que por ler tanto que os caras usavam partes orquestradas e grandes corais o som que vinha na mente era o de uma banda speed melódica. Maluco! Taí o que o Therion não é: Speed! Tá, tem passagens rápidas mas não esperem um Blind Guardian aqui também.

CHEGAAA! Classificar o Therion é tarefa pra quem gosta de contar estrelas. Todo mundo tenta fazer isso e se estrepa! Então vamos ao disco!

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Eu falei que alguém podia acabar achando o disco tosco. É que a bolachinha laser não teve aquela massa de overdubs depois de gravada. O som é o mais próximo possível ao do show original e por isso a qualidade cai um pouquinho. Não a ponto de decepcionar por completo. O som da galera gritando ficou bonzão, por exemplo. Mas dá pra notar até a diferença do som de faixa pra faixa (como a de Enter Vril-Ya para Riders of Theli, quarta e quinta faixas do disco 1, respectivamente).

O disco foi gravado na Secret of The Runes 2001 World Tour e o track list inclui várias músicas que os caras não tocavam há muito tempo. Se alguém quiser saber onde é essa tal de Midgard onde eles gravaram o disco não vai encontrar no mapa. Midgard é um local que os caras inventaram. O disco foi gravado em cidades diferentes, o que justifica aquele lance do som ter ficado um tantinho diferente de uma faixa para outra de vez em quando.

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Destacar faixas é complicado. Todas foram perfeitamente executadas. Eu gosto do disco um. Ele é bem regular e os corais nele são magníficos. Só pulo a faixa 7 - A Black Rose, que não é das minhas favoritas porque depois tem a varada The Return e depois vem a mais varada ainda Baal Reginion que tem o melhor riff do disco 1. Os vocais magníficos, brutais! Quer apaixonar por Therion e desentender o som dos caras de vez é só escutar essa tríade: The Return, Baal Reginion e depois Flesh of the Gods. Tú vai do brutal ao meio hard misturado com sinfônico com corais femininos em 10 minhutos. Parece bandas difentes. Ainda tem o cover do Accept, Seawinds, baladinha que saiu com vocais femininos... ficou bom pra caralho! As duas últimas faixas já nem escuto porque aí bate a secura de escutar a faixa três do disco dois.

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Pegar o disco dois é mais legal porque ele vem com os três maiores clássicos do Therion: The Secret of the Runes, Beauty in Black e To Mega Therion. O disco dois também é um pouco mais pesado, talvez por isso goste mais. O comecinho de Asgard é legal, com a galera gritando junto. O riff é matador, apesar de simples e os corais ficaram lindos aqui. Mas é a levada de The Secret of the Runes, cadenciada e depois cavalgada (até me lembra Iced Earth), que abre o disco de verdade. Essa é uma das faixas mais bem trabalhadas do Therion em todos os aspectos. O disco continua legal e aí vem o som de Beauty in Black, a sexta faixa, que claramente foi gravada em um clube pequeno. Faixa mais tranquila, Beauty In Black não é a minha favorita mas como muita gente gosta dela vou adiantar pra quem não escutou a versão ao vivo que... continua não sendo minha favorita! Não sei porque vocês tanto gostam dessa música, mas ficou bem gravada.

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Putz! Tá bom né? O disco segue sem grandes surpresas até as faixas 10 e 11, que fecham-no. A décima é To Mega Therion, gravada em um lugar aberto. A qualidade do som cai um pouco de novo mas a levada dela e o público berrando ensandecido salvam tudo e mais um pouco. Cults of The Shadow, a última faixa do disco dois fecha um registro importante da carreira do Therion e que não deve ser negligenciado por seus fãs!

Se você gosta de Therion compre sim! Se você não conhece, compre se estiver a fim de conhecer.

Considerações finais:

Escrevi, escrevi, escrevi e acabei não sendo muito direto!

1 - As músicas são legais, o encarte não. Encarte sem letra é soda!

2 - Álbum duplo ao vivo é pra quem tem muitos hits. O Therion não tem.

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3 - Essa variação na qualidade da gravação pode passar despercebida por muitos, a falta dos realces de estúdio pode demonstrar mais atitude ou honestidade, mas, no final das contas, 24 músicas que parecem mal gravadas meio que desempolgam até quem tava empolgadaço pra ouvir (exemplo: eu!).

4 - Fãs de Therion, não me esfolem, mas acho que a banda no estúdio soa bem mais fudida e pesada do que aqui!

É 7 pros caras nesse disco.

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Sobre Bruno Coelho

Bruno Coelho é Arquiteto, escritor, poeta, produtor de eventos, pai, tradutor, intérprete e professor de inglês. Morou em cinco capitais brasileiras e hoje dedica-se ao árduo labor de organizar eventos na capital maranhense de São Luís. Fã do Dream Theater, Tool, Symphony X, Pain of Salvation e Evergrey, encontra espaço pra novas bandas e vertentes sempre.
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