Resenha - Walking On Clouds - In The Labyrinth
Por Thiago Sarkis
Postado em 09 de maio de 2001
Nota: 8
O trabalho desenvolvido pelo In The Labyrinth não me parece ter preocupação comercial alguma. A linha adotada pela banda não é nada acessível. É um progressivo ambiente, bem experimental e psicodélico, que tem, em sua base, características musicais do Oriente Médio e de países como a Índia.
Das onze faixas presentes em "Walking On Clouds", apenas "Kali", "Over The Wall", "Dervish Dreams" e "Gates Of Oneiron" possuem vocais. Uma pena. Não que o instrumental do grupo seja fraco, pelo contrário. Porém, as quatro composições citadas estão entre os pontos mais fortes do disco, com melodias vocais maravilhosas e bem suaves, em letras onde o misticismo predomina.
Nas músicas instrumentais, o líder e principal compositor do grupo, Peter Lindahl, dá todas as cartas, com arranjos riquíssimos, que primam no uso de instrumentos como cítara, flauta, corneta, violino, acordeão e mandolim. Para que tudo isso trabalhe junto, de maneira harmoniosa, Lindahl conta com o reforço de dez músicos. Entre eles Håkan Almkvist (Ensemble Nimbus e Orient Squeezers), que participa pela primeira vez de um álbum do In The Labyrinth e já se torna peça essencial na estrutura do grupo, com uma musicalidade invejável. Aliás, Almkvist é o único, além de Peter, que tem uma composição totalmente sua no álbum.
O disco tem uma referência musical e a segue muito bem, com um instrumental primoroso e ótimas composições. Porém, se analisarmos o conjunto das faixas, são facilmente detectados alguns momentos maçantes, cansativos. Os temas variam, mas a idéia não. Raramente, como em "Over The Wall", podemos perceber influência de outros estilos e culturas. E talvez uma maior variação nas referências musicais, fosse importante, para dar mais dinamismo às composições.
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