A amizade de Johnny Cash e Elvis Presley
Por Marcos Rodrigues de Oliveira
Postado em 14 de julho de 2024
Uma amizade interessante que ocorreu nos anos 50 foi a de Elvis Presley com Johnny Cash. Ambos eram alguns dos cantores mais populares daquela década e fizeram parte do chamado "Million Dollar Quartet", um grupo de quatro cantores que faziam muito sucesso naquela década, sendo Presley e Cash e Jerry Lee Lewis e Carl Perkins.
Enquanto Elvis já era muito famoso, Johnny dava seus primeiros passos rumo à fama. Elvis teve uma fama meteórica, já seu amigo demorou um pouco mais a decolar. Cash se apresentava em turnês com outros artistas e lançava seus primeiros álbuns. Eles também tinham uma certa diferença de idade: Elvis havia acabado de se tornar um homem adulto, enquanto Cash já era casado.
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O fato é que Johnny considerava Elvis seu amigo e disse que ambos tiveram bons momentos juntos, tendo em vista que ambos se cruzaram algumas vezes na década de 50. Mais notoriamente, em dezembro de 1956, Elvis, Cash, Perkins e Lewis fizeram gravações de uma jam session improvisada nos estúdios da Sun Records, em Memphis, Tennessee, onde moravam Cash e Elvis. Algumas fontes diziam que Cash não havia cantado naquele dia, porém o próprio desmentiu essa história dizendo: "[…] ao contrário do que algumas pessoas escreveram, a minha voz está na fita. Não é óbvio, porque eu estava longe do microfone e cantava muito mais alto do que o normal para ficar em harmonia com Elvis, mas posso garantir, estou lá…"
Ele disse em sua autobiografia: "Eu estava lá — fui o primeiro a chegar e o último a sair, ao contrário do que está escrito. Eu estava lá apenas para ver o Carl gravar, o que ele fez até o meio da tarde, quando Elvis entrou com a namorada. Nesse ponto, a sessão parou e todos nós começamos a rir e a nos divertir juntos. Depois, Elvis sentou-se ao piano e começamos a cantar canções gospel que todos conhecíamos, depois algumas canções de Bill Monroe… Esqueci-me exatamente quando Jerry Lee entrou, mas lembro-me claramente quando Elvis o convidou para assumir o piano e ele lançou 'Vacation in Heaven'."
Cash também mencionou que a famosa foto do quarteto parece ter sido editada, pois ele se recordava da namorada de Elvis estar presente na foto, apesar dele nunca ter apontado quem era essa namorada. Ele também sugeriu que os cantores poderiam ter algum grau de ciúmes entre si.
A amizade com o rei do rock
Johnny Cash se recordou de Elvis em sua autobiografia, dizendo gostar muito dele, mas que não eram amigos tão próximos. Segundo Cash: "Ele e eu gostávamos um do outro, mas não éramos tão próximos — eu era mais velho do que ele, por um lado, e casado, por outro — e não éramos nem um pouco próximos em sua vida posterior. Entendi a dica quando ele fechou o mundo ao seu redor; não tentei invadir a privacidade dele. Também estou muito feliz por não ter feito isso, porque muitos de seus velhos amigos ficaram muito envergonhados quando foram rejeitados em Graceland. Nos anos 60 e 70, ele e eu conversamos algumas vezes ao telefone e trocamos notas de vez em quando. Se ele estivesse fechando no Las Vegas Hilton enquanto eu estava me preparando para abrir, ele me desejaria sorte, esse tipo de coisa — mas isso era tudo."
Cash também revelou que, naquela altura, a coisa que mais importava para ambos eram as garotas; "Ouvi dizer que aqui no final do século, todos nós temos o nosso próprio Elvis, e posso apreciar essa ideia, embora o meu Elvis fosse meu amigo, de carne e osso na vida real. Certamente, porém, meu Elvis foi o Elvis dos anos 50. Ele era criança quando trabalhei com ele. Ele tinha dezenove anos e adorava cheeseburgers, meninas e sua mãe, não necessariamente nessa ordem (era mais como sua mãe, depois meninas, depois cheeseburgers). Pessoalmente, eu gostava de cheeseburgers e não tinha nada contra a mãe dele, mas as meninas eram o que importava. Ele tinha tantas garotas atrás dele que sempre que trabalhava conosco, sobravam muitas. Nós nos divertimos muito. Nos divertimos muito em geral, não só com as meninas. Foi bom podermos ganhar a vida com isso, mas cada um de nós teria feito isso de graça. E você sabe, Elvis era tão bom. Cada show que fiz com ele, nunca perdi a chance de ficar nos bastidores e assistir. Todos nós fizemos. Ele era tão carismático."
Cash também recordou que surgiram rumores maldosos quanto à amizade dos dois e classificou esses rumores como "ciúmes". Johnny explicou isso dizendo que "Elvis era um cara tão legal, tão talentoso e carismático — ele tinha tudo — que algumas pessoas simplesmente não conseguiram lidar com isso e reagiram com ciúmes. É apenas humano, suponho, mas é triste."
O final de vida recluso de Elvis
Elvis enfrentou muitos problemas ao final de sua vida. Passava por muitos problemas de saúde na década de 1970, chegando a ficar preso em sua cama, recebendo cuidados médicos. O principal problema de saúde do cantor era seu vício em remédios. Em 1973, Elvis teria ficado em coma por três dias em sua suíte de hotel após uma overdose de remédios. No final de 1973, foi hospitalizado em um coma leve. Tony Brown, tecladista, comentou sobre um show na Universidade de Maryland "Ele caiu da limusine de joelhos. As pessoas pularam para ajudar, e então as empurrou como 'Não me ajude'. Depois, subiu no palco e segurou o microfone pelos primeiros trinta minutos como se fosse um post. Todos estavam olhando uns para os outros, tipo, 'A turnê vai acontecer'?". John Wilkinson, guitarrista que tocou com Elvis, também comentou sobre o show em questão. Segundo ele, "Elvis estava enrolando. Estava tão acabado… Era óbvio que ele estava drogado. Era óbvio que havia algo terrivelmente errado com seu corpo. Era tão ruim as palavras… as músicas mal eram inteligíveis… Lembro-me de chorar. Ele mal conseguia terminar as apresentações". Elvis acreditava que, por tomar remédios prescritos por médicos, não podia ser comparado às pessoas que usavam drogas. Um fato assustador é que, segundo o The Mirror, nos últimos meses de vida, foram receitados nove mil remédios para Elvis, como comprimidos, ampolas e injeções. Ele foi encontrado morto no ano de 1977. Por incrível que pareça, alguns médicos legistas apontaram que seu abuso de medicamentos não foi a causa direta de sua morte, enquanto outros apontaram que os remédios realmente causaram a morte do rei do rock.
FONTES:
Express.co.uk
Diário do Nordeste
Wikipedia
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