A história por trás de "Head Like a Hole" e o Nine Inch Nails em 2024
Por Fernando Claure
Postado em 09 de maio de 2024
Trent Reznor e Atticus Ross do lendário grupo de metal industrial, Nine Inch Nails, foram capa da GQ Magazine no começo de abril deste ano, sendo o destaque da segunda edição anual da premiação de criatividade global da editora. Os "Magos Negros da Música de Filmes" realizaram entrevista em texto e ainda fizeram um vídeo para o canal no Youtube da GQ, no qual discorreram sobre seus maiores sucessos.
Apesar do foco nas trilhas que Reznor e Ross compuseram para filmes desde 2010, quando começaram com "A Rede Social" de David Fincher, Trent comentou sobre três das maiores faixas de sua carreira: Closer, Hurt e Head Like a Hole. As três músicas foram compostas e lançadas nos álbuns "The Downward Spiral" de 1994 e "Pretty Hate Machine" de 1989, respectivamente. "Head Like a Hole" foi o segundo single do álbum de estreia do Nine Inch Nails e a sua música mais famosa na época. O sucesso do álbum lançou a carreira de Reznor para o céu e acabou colocando o metal industrial no mainstream, trilhando o caminho para outros músicos mais famosos durante o final dos anos 1980 e começo dos 1990 tentarem a sorte no gênero, como Glenn Danzig e Axl Rose (que não conseguiram). Durante a entrevista, Reznor conta sobre como foi escrever a faixa, sua mentalidade na época e o impacto dela em sua vida.
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"Eu fui tecladista de algumas bandas locais e gastei alguns anos [...] evitando reconhecer que eu precisava… Para ser feliz, eu teria que escrever minha própria música e que eu precisava ver se eu poderia escrever e o que eu tinha pra falar. Eu acho que tinha medo nisso, de que a resposta para isso poderia ser ‘Eu não consigo escrever’, e aí eu não sei mais quem eu sou. No que parecia ser duas horas, ‘Head Like a Hole’ veio. Foi um pouco irritante porque eu tinha trabalhado muito duro em outras músicas que estavam na sua centésima versão, e aí ‘Head Like a Hole’ simplesmente veio para mim num dia e, por conta disso, eu não sentia que… Não sentia que [a música] era importante para mim, porque eu não tinha… Não tinha muita agonia envolvida no processo, e ainda foi [composta] perto do fim do álbum" comentou o fundador do Nine Inch Nails.
"Eu lembro de estar em Tulsa, Oklahoma, abrindo para… Provavelmente era Peter Murphy, tocando ‘Head Like a Hole’ e vi um cara no fundo que estava gritando as letras de volta para mim. Foi um momento de ‘Eu não sei quem é esse cara, não sei se ele sabe o que a letra significa, mas seja o que for que significa para ele, eu dei a mesma tela de pintura que me ajudou quando eu tinha a mesma idade dele: música que foi escrita para mim’. Eu lembro de sentir arrepios e pensar que ‘Se tudo acabar hoje, valeu a pena’, sabe. Isso é o que eu quero fazer, eu consegui, mesmo que seja apenas para esse cara em Tulsa".
O trabalho mais recente da dupla foi para o filme "Challengers" (Rivais, em português), lançado em abril e atualmente em cartaz. Trent Reznor e Atticus Ross, enquanto não planejam turnês, anunciaram na mesma entrevista outros projetos em desenvolvimento, alguns incluindo o Nine Inch Nails: uma nova companhia chamada With Teeth (quarto álbum do NIN), uma série com o roteirista Christopher Storer (The Bear), um filme com o diretor Mike Flanagan (A Maldição da Residência Hill), um curta com a artista Susanne Deeken, uma marca de roupas chamada Memory Fade, um festival de música e um projeto que não foi muito bem detalhado, mas que envolve o software UEFN (Unreal Editor for Fortnite) da Epic Games para montar algo que, de acordo com Reznor, "É o que o Zuckerberg tentou nos enganar em chamar de Metaverso". Haja forças.
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