System Of A Down: desde 2010, um retorno preguiçoso
Por Igor Miranda
Postado em 25 de maio de 2017
O System Of A Down nunca chegou a encerrar suas atividades. O período de inatividade entre 2006 e 2010 foi um hiato planejado pelo grupo desde que os discos "Mezmerize" e "Hypnotize" saíram, em 2005. Apesar do grupo ter saído de cena justamente em seu auge comercial, a "parada" foi realizada com o consentimento (e sob o desejo) de todos os membros.
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Quando o hiato foi anunciado, os integrantes já diziam que se trataria de uma pausa extensa. Em entrevista à revista "Guitar", o baixista Shavo Odadjian afirmou que duraria, pelo menos, três anos. A pausa foi suficiente para que os músicos descansassem e se envolvessem com projetos solo.
Enquanto o vocalista Serj Tankian embarcou em uma carreira solo consideravelmente distante do rock e Shavo Odadjian mergulhou no hip hop com o Achozen, o guitarrista Daron Malakian e o baterista John Dolmayan lançaram o Scars On Broadway - o projeto mais próximo do que era feito com o System Of A Down. No fim de 2010, a banda se reuniu e os projetos solo foram deixados de lado - ou não.
Ainda que o System Of A Down tenha retornado há quase sete anos, a atividade do grupo nesse período não correspondeu nem a um ano dos tempos áureos. Foram realizados cerca de 80 apresentações durante todo esse período, sendo a maior parte em grandes festivais. A banda não sobe a um palco desde outubro de 2015, quando tocaram no México. No mês anterior, fizeram duas performances no Brasil - Rock In Rio, no RJ, e Arena Anhembi, em SP.
Outro detalhe peculiar dessa reunião - e que virou tema de uma reclamação de John Dolmayan - é que o System Of A Down não lançou nenhum disco para sacramentar a sua volta. "Faz 12 anos que não lançamos um álbum. Não sei o que acontece com o System Of A Down. Temos uma turnê agendada na Europa e sei o que todos dizem... 'por que não fazem uma turnê pelos Estados Unidos?' Não sei. Não sei por que não saímos por aí com um novo disco. É desanimador", afirmou ele, em entrevista à rádio X107.5, de Las Vegas.
Ainda que John Dolmayan diga, atualmente, que nenhum dos músicos esteja "travando" o lançamento de um novo disco - ele ainda falou que todos estão se dando muito bem -, Shavo Odadjian disse, em 2013, que a culpa era de Serj Tankian. "Vou ser sincero... Não somos nós, é Serj que não quer fazer um novo álbum! Então por favor, parem de nos incomodar com isso! Nós estamos esperando por Serj! Agora ele pode me odiar por mostrar a verdade, mas eu tinha que fazê-lo", disse o baixista.
Não é de se espantar que Serj Tankian seja o responsável por isso. Com sua carreira solo, ele se mantém mais ativo no meio musical do que seus demais colegas. Foram quatro álbuns lançados solo, além de um registro do projeto Jazz-Iz-Christ e duas trilhas sonoras para filmes, entre outros feitos.
O fato de Serj Tankian estar cada vez mais distanciado do som do System Of A Down em seus projetos solo também pode ser um indício de que ele não esteja tão a fim de lançar um álbum com a banda. Os registros solo de Serj flertam com o rock sinfônico e experimental - o último, "Orca Symphony No. 1", é, basicamente, um álbum de música erudita.
Shavo se mostrou indignado com a situação do System Of A Down em 2013, entretanto, não parece que os músicos tenham feito algo para mudar isso. Nos últimos anos, nenhum integrante do trio instrumental lançou um álbum ou qualquer projeto de grande expressão. Parecem acomodados.
E tal acomodação, em meu ver, se reflete nos palcos. Apesar de muitos fãs terem ficado emocionados ao testemunhar shows do System Of A Down no Brasil, em duas ocasiões durante esta década, é visível que os músicos já não dispõem do mesmo vigor, energia ou até primor técnico de outros tempos. E idade não é desculpa. Na data de publicação deste texto, nenhum deles chegava a ser "cinquentão": o mais velho, Serj Tankian, tem 49, enquanto os demais têm menos de 45.
É estranho ver o System Of A Down, um grupo relativamente jovem e de auge recente, em um eterno processo de retorno. A banda parece cada vez mais preguiçosa e indisposta a trabalhar em algo novo. Resta-nos acompanhar se a situação vai mudar nos próximos tempos.
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