Elvis Presley: De que ele morreu?
Por João Pedro Andrade
Postado em 27 de junho de 2016
Quando se fala na morte de Elvis Presley, muito se especula a respeito. O que é conhecido de fato é que bem antes de seu falecimento, o rei estava tomando muitos remédios e em doses generosas.
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No dia 16 de agosto de 1977, no banheiro da mansão Graceland, no Tennessee, o coração de Elvis parou de bater. O cantor foi encontrado por sua noiva - na época, Ginger Alden, em frente ao vaso sanitário, de barriga para baixo e calças arriadas, por volta das 14 horas. A causa oficial foi arritmia cardíaca, uma condição que só pode ser identificada em pessoas vivas. Por outro lado, a família Presley possuía um histórico de doenças coronárias. Em sua autopsia, foram encontrados 15 medicamentos diferentes em seu corpo, dos quais 10, em quantidades perigosas (dez vezes a quantidade terapêutica do anestésico codeína, à base de morfina).
Quando os paramédicos chegaram, o corpo já estava ficando azul e frio. No caminho para o Baptist Memorial Hospital, tentou-se sem sucesso uma reanimação, afinal "era o Elvis". Ele foi declarado morto às 15:16, sem qualquer investigação na mansão, fotos do banheiro ou consideração pelo fato de que Elvis Presley tomava remédios como se fossem M&Ms.
A saúde do rei não era das melhores. Ele pesava quase 160 quilos e precisava de assistência constante de uma enfermeira. Em seus últimos shows, já praticamente não se movimentava mais do que o suficiente para chegar até o microfone, e quando chegava, se agarrava ao pedestal como se não tivesse forças para se manter de pé.
Seus intestinos e coração tinham o dobro do tamanho dos órgãos de um homem de 42 anos saudável e ele apresentava problemas nas veias coronárias, aorta e artérias cerebrais. O pulmão tinha sinais de enfisema, mesmo sendo o cantor não fumante.
Em seus anos de glória, Presley havia consumido metanfetaminas para, alegadamente, melhorar sua performance no palco, mas nunca foi um grande adepto do álcool, pois esse lhe despertava o lado violento e agressivo. Sua saúde, até seus 32 anos, exceto pela pressão alta, era perfeita. No entanto, a partir daí ele passou a sofrer de fortes dores no peito, insônia, hipertensão e grande ganho de peso.
Seu comportamento irracional também passou a chocar seus amigos e familiares, como quando atirou com uma arma no telefone porque não queria ser incomodado, quando arremessou uma televisão pela janela porque o programa não o agradou e quando correu pelo jardim com uma metralhadora porque achou que alguém perseguia sua filha Lisa. Em determinada ocasião, foi repreendido por Ginger pelos seus nocivos hábitos alimentares, o que resultou em uma taça de sorvete sendo arremessada na direção da moça.
Em um inquérito sobre a conduta do médico que acompanhava o rei, descobriu-se que ele havia receitado, entre o dia 1º de janeiro e 16 de agosto de 77, 8.805 medicamentos a Elvis Presley. Isso pode parecer absurdo e impreciso, mas é resultado de uma vasta investigação de um time experiente em mais de 150 farmácias.
O médico, Doutor George Nichopoulos, ou Doutor Nick, assumiu o ocorrido e disse que o fazia devido às fortes dores no peito que Elvis sentia. Seria, de acordo com o médico, um modo de mantê-lo longe de drogas ilícitas e traficantes nas ruas. O excesso de codeína foi o que de fato causou um infarto e matou o rei. E como Presley havia conseguido o remédio com um dentista local, Dr. Nick foi inocentado do homicídio culposo de seu paciente.
Mas, ainda assim, o que houve? Como pode Elvis ter tido uma recaída tão grave e tão súbita em sua saúde? Hoje, graças aos estudos do Dr. Forrest Torrent, testemunha de defesa que ajudou a inocentar Dr. Nick, podemos especular uma resposta.
Em 1967, aos 32 anos, Presley estava em Los Angeles gravando o filme O Barco do Amor, quando tropeçou na fiação elétrica do estúdio, caiu e bateu fortemente com a cabeça em uma banheira, uma pancada que o deixou inconsciente e o mandou direto para o hospital. Dr. Forrest investigou ainda, pelo menos, outros três episódios no mesmo período nos quais o rei sofreu acidentes que resultaram em pancadas na cabeça.
Acredita-se que Elvis Presley tenha desenvolvido traumatismo cranioencefálico, um tipo de traumatismo craniano causado por pancadas na cabeça, que levam ao desligamento de tecidos cerebrais, muito comum entre boxeadores e jogadores de futebol americano ou pessoas que sofreram acidentes automobilísticos.
E adivinhem quais são os sintomas dessa doença, que na época da morte de Elvis ainda era desconhecida! Dor crônica, comportamento irracional e mudanças corporais, como obesidade e crescimento anormal de órgãos vitais.
Ao longo de 10 anos, o vício em analgésicos para aliviar a dor no peito, somado a péssimos hábitos alimentares e um ritmo implacável de shows e compromissos, acabaram por, acidentalmente, liquidar o rei do rock, um homem ferido e doente, que padeceu sem saber o motivo de sua queda.
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