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Minuto HM: Judas Priest, o simples é o melhor?

Por Flavio Remote
Fonte: Minuto HM
Postado em 18 de fevereiro de 2013

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Trarei uma dose de polêmica. Estarei comentando brevemente uma parte da história e discografia de uma das maiores bandas de HM de todos os tempos, o Judas Priest, indicando sua fase de maior sucesso e direcionamento para tal. Traçarei algumas das diferenças entre as consideradas duas primeiras fases da banda - os anos 70 e os anos 80 até a consolidação como banda bem sucedida. Não trarei a sua pré-história fonográfica, tampouco a continuação dos anos 80, quando a banda já estava consagrada, isto é para especialistas da banda. O objetivo aqui não é montar uma discografia da banda, é trazer pontos para reflexão dos leitores do blog.

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Estamos nos anos 70, o Judas Priest inicia sua carreira fonográfica com uma gravadora pequena, a Gull Records, e com ela grava dois álbuns: em 1974 o debut com Rocka Rolla e dois anos depois, Sad Wings of Destiny. Com uma produção limitada, os dois discos servem para mostrar o potencial do grupo, principalmente pelo segundo que já traz clássicos que se manteriam vivos no setlist da banda até hoje, como Victim Of Changes e Ripper. É importante notar que apesar de ser considerado um álbum coeso, a banda ainda não encontrava o som desejado, basta comparar as versões de Tyrant, Genocide, Victim Of Changes e Ripper deste disco com o ao-vivo de 1979 - há um abismo de força e qualidade. Considero que além do som (timbre) da dupla de guitarras estar aquém do desejado pela banda, a execução da bateria atua quase como um retrocesso à força do grupo e das canções.

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Victim Of Changes - Versão Original (Álbum: Sad Wings Of Destiny - 1976)

Victim Of Changes - Versão Ao-Vivo (Álbum: Unleashed In The East - 1979)

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Apesar de trazer clara evolução em relação ao primeiro e atingir boa receptividade de crítica, é preciso mudanças em busca do sucesso. O primeiro passo é a saída da pequena gravadora, que não conseguia dar suporte necessário a banda. Para o próximo disco, o Judas assina com a então consagrada Columbia Records que indica o baixista e produtor Roger Glover (ex Deep Purple na época) para a produção do álbum. Há uma nova mudança com a saída do baterista Alan Moore e o então novato Simon Phillips (19 anos) participa como convidado no novo álbum e com maestria, trazendo uma nova dinâmica para o som da banda, que acerta em cheio em Sin After Sin (1977). Além da dupla sempre em sintonia dos guitarristas, e o vocal poderoso de Halford, há uma base muito bem montada na cozinha do baixo Ian Hill com a performance habilidosa e criativa de Simon Phillips. Como exemplo temos a canção final do álbum, cujos destaques são o vocal quase sobrenatural de Halford e a atuação antológica de Simon: Dissident Agressor.

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Dissident Agressor - Versão Original (Álbum: Sin After Sin - 1977)

Simon Phillips apenas participa do álbum, saindo logo a seguir para a Jack Bruce Band em turnê, compromisso que já havia sido montado previamente à participação com o Judas. A banda recruta Les Binks (James Leslie Binks) para realizar os shows de Sin After Sin, e ele permance nos dois álbuns seguintes: Stained Class e Killing Machine (Ou Hell Bent For Leather), Les Binks já tinha participado do projeto de Glover (The Butterfly Ball And The Grasshopper's Feast), juntamente com nada menos do que Dio e Coverdale é considerado pelos fãs como o grande baterista da banda até a entrada dos anos 90. Com Les Binks há a manutenção criativa e poderosa da cozinha da banda.

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Apesar de bons resultados de venda dos álbuns com Les Binks, o grupo ainda não se estabelece como mainstream do Heavy Metal, mas vai aos poucos consolidando-se como banda de peso no estilo. No último álbum de Les Binks, Killing Machine, há uma faixa que já apontaria para o estilo que a banda estava procurando para estourar comercialmente. Em Take On The World já se vêem elementos percussivos, acompanhados em boa parte por um acorde simples e do vocal poderoso de Halford, em coro no refrão - a procura de criar um hino de HM.

A direção de criar hits de HM traria a simplificação musical, afetando particularmente a seção ritmica, e discordando da ideia da banda, Les Binks deixa o grupo antes do fim dos anos 70, e embora esteja creditado no primeiro álbum do produtor Tom Allom da banda (o ao-vivo Unleashed In The East em 1979), ele não aparece em nenhuma foto na capa ou contracapa do álbum, indicando que já que não era mais membro do Judas Priest.

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Para o próximo disco em estúdio, já nos anos 80 e em direção de consolidar o lado mais comercial do som da banda, o Judas Priest mantém o produtor Tom Allom (que entre outros havia produzido o recém-lançado On Through The Night do Def Leppard) e procura simplificar o som da bateria ao máximo, trazendo o baterista Dave Holland (ex Trapeze). O som mais direto combina com o estilo de marcação simples, sem maneirismos técnicos e o resultado é que British Steel catapulta a banda pela primeira vez a uma vendagem milionária, com singles como Breaking The Law, Living After Midnight e United, que segue o mesmo estilo de Take On The World.

Os álbuns dos anos 80 mantém a fórmula simplificada musical em direção de criação de Hits, e embora o seguinte Point Of Entry não tenha obtido o mesmo sucesso de British Steel, em 1982 com Screaming For Vengeance a banda estoura definitivamente nos EUA, vendendo mais de 2 milhões de cópias. Defender Of The Faith (1984) mantém o sucesso da banda, até a virada radical de Turbo (1986) num visual inusitadamente colorido para uma banda como Judas Priest. A saída de Dave Holland se dá após Ram It Down (1988), o último álbum da banda nos anos 80. Dave estava enfrentando problemas de saúde e a banda chega a utilizar bateria eletrônica neste álbum. O resgate de um baterista mais técnico se daria no início dos anos 90, em um novo redirecionamento da banda, com o pesado e aclamado álbum Painkiller e a entrada de Scott Travis.

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Bom ao fim deste post, cabe a pergunta, o que é melhor? -> ter um baterista técnico que dá nuances e possibilidades musicais maiores a banda (anos 70) ou um baterista firme, mais direto e limitado que reduzia o apuro musical da banda em direção ao sucesso dos hits dos anos 80? Deixo a vocês a resposta....

Até.

Flavio Remote.

Para ver todos os vídeos originais do artigo e deixar um comentário ao autor, acesse a matéria original no Minuto HM:

http://minutohm.com/2013/02/08/judas-priest-o-simples-e-o-melhor/

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