Ritchie Blackmore: o homem da terra de ninguém
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 03 de setembro de 2012
"Achei o blues limitador demais , e a música clássica era muita disciplinada... Sempre fiquei em uma terra de ninguém musical". Limite e disciplina nunca foram o forte do autor da frase: RICHARD HUGH BLACKMORE, o errático, o bipolar, o resultado alquímico - hibrido entre BACH e SON HOUSE é uma tese de doutorado cujo objeto é o limiar entre a sanidade e o "fuck off" absoluto no mainstream do rock n´roll.
Ritchie Blackmore - Mais Novidades
Amplo desconhecedor de regras, BLACKMORE colocou seu xamanismo barroco a favor da fundição elétrica do rock; se HENDRIX fundiu a microfonia e o lirismo, se MORRISON conduziu WILLIAN BLAKE pela sala dos passos perdidos rumo ao caos, o inglês elevou a Stratocaster ao patamar de primeiro violino orquestral, traduziu a linguagem dos riffs para um mundo renascentista o qual o filho mestiço do blues desconhecia por completo até então.
Perguntado sobre a preferência sobre seus registros respondeu: "Não sei, faz muito tempo e não escuto os discos que gravei." Sobre seu repertório em shows, já disse: "Fico muito entediado e distraído facilmente. Nunca consigo lembrar partes, linhas, qualquer coisa do conjunto".
Na melhor tradição dos gênios, as inclinações naturais do guitarrista colocam a genialidade e a urbanidade em pontos tão eqüidistantes quanto os Pólos; odiado por muitos de seus colegas de palco, BLACKMORE mantém as luvas de duelo tão a vista quanto seus líquidos e modais solos; nunca planeja, tampouco recua.
"Burn", "Stargazer", "Black Night"- cada peça do guitarrista evoca ao trabalho preciso e narcísico de um Grão Mestre em sua área- são cultos à paciência de um escultor sonoro devotado e que só presta contas a si próprio. BLACKMORE é o resultado dialético da oposição entre egoísmo e a iluminação, o apolíneo racional e o dionisíaco desbundado dentro do mesmo corpo.
MALMSTEEN? "Não é PAGANINI e acha que é". STEVE RAY VAUGHAN? "Não fez nada de extraordinário". Mais do que plantar a semente da discórdia, BLACKMORE se tornou um alvo fácil da polemização barata – "ouviremos grandes composições dele" e o "vibrato dele era sensacional" aparecem como comentários adicionais àqueles - mas nunca aparecem nas páginas marrons. BLACKMORE já se habituou ao papel de herege, de fascista do hard rock - e se diverte no papel. É um estranho – mas não está nem aí.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
Welcome to Rockville 2026 divulga line-up oficial
O que Chorão canta no final do refrão de "Proibida Pra Mim"? (Não é "Guerra")
Bangers Open Air confirma Twisted Sister e mais 40 bandas para 2026
As 3 melhores músicas do Aerosmith de todos os tempos, segundo Regis Tadeu
Os quatro maiores solos de guitarra de todos os tempos, segundo Carlos Santana
O melhor cantor de baladas de todos os tempos, segundo Bob Dylan
Pink Floyd disponibiliza versão integral de "Shine On You Crazy Diamond"
Com Tesla e Extreme, Mötley Crüe anuncia turnê celebrando 45 anos de carreira
Site americano lista os 11 melhores álbuns de rock progressivo dos anos 1990
Charlie Sheen relembra encontro com Ozzy Osbourne em clínica de recuperação
Mike Portnoy conta como está sendo tocar músicas que o Dream Theater gravou com Mike Mangini
O hit que fez Jimmy Page e Jeff Beck esfriarem amizade: "Falta de comunicação"
Dee Snider explica o que o fez mudar de ideia e reunir o Twisted Sister
Extreme é confirmado no Monsters of Rock 2026 no Allianz Parque
Blackmore's Night cancela shows devido a questões de saúde
Os dois solos que, para Ritchie Blackmore, inauguraram a "guitarra elétrica inglesa"
Ritchie Blackmore revela traço pouco conhecido da personalidade de Jeff Beck
Guns N' Roses: como foram gravados os "ruídos sexuais" de "Rocket Queen"
Bandas de Heavy Metal esquecidas (ou desconhecidas) do público brasileiro


