Dimmu Borgir
Postado em 06 de abril de 2006
Por Fabricio Boppre
O Dimmu Borgir é hoje uma das principais bandas de metal (black metal, para ser mais exato) do planeta. O nome da banda vem da palavra norueguesa Dimmuborgir, que significa "castelo negro", e é também o nome de uma formação rochosa resultante de antigas atividades vulcânicas em uma região perto do lago Myvatn, na Islândia.
A história do Dimmu Borgir começa em 1993, na Noruega, país de origem dos fundadores da banda. São eles: Shagrath (vocalista, baterista e guitarrista), Silenoz (guitarrista e vocalista) e Tjodalv (guitarrista). Logo depois, o baixista Brynjar Tristan e o tecladista Stian Aarstad se juntam a eles. Guitarras pesadas e com belos riffs, vocais cortantes e agressivos, e teclados com muita melodia e clima são os destaques do grupo. É impressionante a atmosfera que esses elementos combinados são capazes de criar, o que torna a audição de um álbum da banda uma experiência realmente notável. E apenas tendo essa experiência, o leitor terá idéia do impacto do som da banda – descrever esse impacto com palavras é realmente muito difícil.
O primeiro lançamento da banda foi um EP chamado "Inn I Evighetens Morke", que saiu em 1994 pela Necromantic Gallery Productions. Este EP fez muito sucesso no meio mais underground europeu, permanecendo, porém, pouco conhecido do grande público apreciador de metal. Esse sucesso relativo lhes rendeu um contrato com o selo No Colour Records, e por esta gravadora lançaram, no final de 1994, o disco "For All Tid". O line-up da banda nesse época era: Shagrath (bateria e vocais), Silenoz (guitarra e vocais), Tjodalv (guitarra), Tristan (baixo) e Aarstad (teclado e sintetizadores). O disco conta ainda com algumas participações especiais de artistas influentes no cenário metálico europeu. O sucesso da banda vai aos poucos aumentando, e o Dimmu Borgir vai deixando de ser conhecido apenas no círculo underground, para se tornar uma das mais promissoras bandas de black metal do mundo.
Em 1996, lançam seu segundo álbum (sem contar o EP) intitulado "Stormblast". A exemplo dos anteriores, é um excelente disco, que faz com que o Dimmu Borgir seja então reconhecido como uma das melhores bandas de black metal do mundo. Esse disco foi lançado por um outro selo, a Cacophonus Records. As músicas desse álbum mostram um Dimmu Borgir cada vez mais maduro, agressivo e melodioso. Ou seja, as virtudes que desde o começo os caracterizavam estavam cada vez mais impressionantes e, principalmente, cada vez mais harmoniosas entre si. O line-up do grupo ainda era o mesmo, com a diferença de que Shagrath agora se ocupava apenas dos vocais e guitarras, tendo a bateria ficado a cargo de Tjodalv.
Depois de uma nova troca de selo (agora Hot Records), ainda em 1996, o grupo lança o mini-álbum "Devil’s Path". A grande mudança é que agora a banda escreve suas letras em inglês, com o objetivo de atingir um público ainda maior. São apenas 4 faixas, com destaque para a que dá o título ao disco. Nesse álbum, temos duas mudanças no line-up: Aarstad não foi o responsável pelos teclados pois estava envolvido em problemas particulares (Shagrath tocou os teclados), e o baixista Nagash integra a banda, no lugar de Tristan.
Em 1997, o Dimmu Borgir assina com a Nuclear Blast, um dos principais selos de metal do mundo, e onde eles teriam a divulgação e distribuição que seus discos mereciam. Nesse mesmo ano, lançam o incrível disco "Enthrone Darkness Triumphant". A grande diferença para os discos anteriores é a belíssima produção, que ficou a cargo de Peter Tagtren (Hypocrisy, The Abyss). Não que os outros álbuns fossem mal produzidos, mas a diferença entre estes e "Enthrone..." é inegável. O som do grupo está cada vez melhor (apesar de que alguns fãs mais radicais dizerem que a banda não é mais a mesma, que amaciou o som para vender mais, etc.), e nesse disco os noruegueses nos brindam com canções avassaladores como "A Succubus in Rapture", "Mourning Palace" e a impressionante "In Death’s Embrace". A curiosidade deste álbum é que a Nuclear Blast se negou a colocar a letra da música "Tormentor of the Christians Souls" no encarte dos discos. Sobre o line-up deste álbum, a diferença é que Aarstrad estava de volta aos teclados e que um novo guitarrista havia sido adicionado – o australiano Astennu – deixando, assim, Shagrath se dedicar apenas ao vocal da banda. Essa última mudança, na época, dizia respeito apenas às apresentações ao vivo. Isso já havia acontecido antes: o guitarrista Jens Petter já tinha ajudado o Dimmu em seus shows na época do disco "Stormblast". Astennu tocaria depois no "Covenant", e atualmente é membro permanente do Dimmu Borgir. Depois da turnê do álbum "Enthrone Darkness Triumphant", Tjodalv deixa a banda temporariamente (Agressor o substitui) para se dedicar um pouco à família (ele havia acabado de ganhar um filho) e Aarstad foi afastado após alguns problemas com os outros membros do conjunto. Ele passou a ser o tecladista da também norueguesa Enthral, enquanto que a nova tecladista do Dimmu Borgir passou a ser Kimberly Goss (ex-Therion). Goss também não ficou muito tempo, e em seu lugar entrou o jovem Mustis.
Em 1998, a Nuclear Blast relança o disco "For All Tid", com duas músicas bônus (vindas da primeira gravação da banda, o EP "Inn I Evighetens Morke"). Ainda em 1998, a banda lança o disco "Godless Savage Garden". Esse disco possui duas músicas inéditas, duas novas versões de músicas de álbuns anteriores, uma versão cover da música "Metal Heart", do Accept, e três músicas gravadas ao vivo.
Continuando, em 1998 a banda volta ao estúdio para gravar mais um álbum. Com a produção novamente a cargo de Peter Tagtren, "Spiritual Black Dimensions" é lançado em março de 1999. É mais um álbum maravilhoso, com o qual a banda confirma cada vez mais ser uma das melhores bandas de metal do mundo. Musti substitui muito bem Aarstrad, contribuindo com suas belas linhas de teclado. Após a gravação do álbum, Nagash resolve deixar o Dimmu Borgir para se dedicar exclusivamente à sua outra banda, o Covenant. O vocalista e baixista Simen Hestnaes, que também havia participado da gravação de "Black Spiritual Dimensions", é efetivado como membro do grupo. Pouco tempo depois, Tjodalv também deixa o Dimmu, alegando ter diferenças pessoais e profissionais com seus companheiros. Em seu lugar entra Nick Barker (ex-Cradle of Filth).
Em 2003 é lançado o "Death Cult Armageddon". E no início de 2004 Nick Baker é demitido da banda. Nick foi avisado de sua saída na segunda semana de janeiro, mas a notícia foi dada oficialmente em 10 de fevereiro. O baterista Reno substituiu Nick na tour, inclusive nos shows do Brasil, sendo logo depois substituido por um outro baterista provisório, Tony Laureano.
Ainda em 2004 Shagrath anuncia que a banda tirará férias de pelo menos dois anos longe dos palcos.
(Colaboraram: Dâmaris Leriane Iori e Davi Leandro)
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