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Movimento Progressivo Mineiro

Por Claudio Fonzi
Postado em 17 de maio de 2001

O Estado de Minas Gerais sempre foi um dos mais férteis do país no campo da Música Progressiva, tendo gerado alguns dos mais importantes artistas brasileiros.

O início fonográfico se deu através do pioneiro SOM IMAGINÁRIO, verdadeiro super-grupo criado para acompanhar o cantor MILTON NASCIMENTO. Constituído por 6 verdadeiras "feras" - o tecladista WAGNER TISO, o guitarrista e vocalista TAVITO, o baixista LUIZ ALVES, o tecladista e vocalista ZÉ RODRIX, o baterista ROBERTINHO SILVA e o guitarrista FREDERYKO - possuiam um potencial criativo tal, que logo decidiram mostrá-lo ao mundo.

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Assim sendo, editaram no distante ano de 1970, o LP "Som Imaginário", interessantíssima mescla de ritmos, mas já com faixas altamente psicodélico-progressivas, tais como "Nepal" e "Tema dos Deuses". Este disco marca também a presença daquele que se tornaria o maior nome da Música Progressiva Instrumental Sul-Americana, o genialíssimo violonista, guitarrista e violoncelista MARCO ANTÔNIO ARAÚJO (v. Parte 2), autor de uma das faixas e atuante em "Nepal".

O "SOM IMAGINÁRIO" participou a seguir, da histórica coletânea "Posições", lançada em 1971 e que contou, entre outros, com a participação de outro celeiro mineiro de craques, o grupo "A TRIBO".

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Esta banda, infelizmente, deixou como registro apenas 2 compactos, além das faixas presentes neste album, com destaque absoluto para a super psicodélico-experimental "Kyrie". Entre seus integrantes, destaque para o exímio violonista e guitarrista TONINHO HORTA, a cantora JOYCE e o baixista NOVELLI.

Ainda em 71, o SOM IMAGINÁRIO passa por alterações na formação. Continua, porém, sob a liderança de Wagner Tiso e grava seu 2º LP, intitulado simplesmente com o nome da banda (mas também conhecido como "A Nova Estrêla"), e em 73 lança sua obra-prima, o excelente "Matança de Porco", o mais Progressivo de seus albuns, onde se destacam as fantásticas "Armina" e a faixa-título.

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Também neste ano, participam das gravações do altamente experimental "Milagre dos Peixes", de Milton Nascimento, o que proporciona que o acompanhem nos lendários shows realizados em São Paulo, em 7 e 8 de Maio de 1974, que acabam se transformando no fantástico album duplo "Milagre dos Peixes - Ao Vivo".

Neste período, sua formação instrumental era uma das melhores já vistas nesse país, pois, além de Wagner, Luiz e Robertinho, estavam presentes Toninho Horta na guitarra e o brilhante NIVALDO ORNELAS nos saxes e na flauta.

O ano de 1973 ainda foi marcado pela gravação do histórico album "Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta", que marcou o início da carreira fonográfica solo de Toninho e também do multi-instrumentista e vocalista BETO GUEDES.

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Beto já havia participado do inesquecível album duplo "Clube da Esquina", de Milton e Lô Borges, de 72, mas somente a partir de suas gravações solo é que pôde mostrar sua "Veia Progressiva", esplendidamente registrada na faixa "Belo Horror". Posteriormente, editou pelo menos 3 trabalhos com fortes influências do estilo: "A Página do Relâmpago Elétrico", de 77, "Sol de Primavera", de 79 e "Contos Da Lua Vaga", de 81.

Em 1974, 2 jovens mineiros invadem, literalmente, o cenário Progressivo tupiniquim ao se integrarem às 2 mais importantes bandas do Movimento - O TERÇO e OS MUTANTES.

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Quem entrou para o TERÇO, foi o tecladista, violonista e vocalista FLAVIO VENTURINI, (juntamente com outro conterrâneo, o baixista e vocalista SÉRGIO MAGRÃO) também oriundo do CLUBE DA ESQUINA. Flávio, assim que entrou, logo mostrou suas composições e 4 foram imediatamente aprovadas para o disco que se seguiria. Destas, 2 se transformaram em obras-primas do Progressivo, amadas e idolatradas até hoje: "Criaturas da Noite" (que deu nome ao LP, lançado em 75 e fantástico sucesso de vendas na época) e a inigualável "1974", magistral suíte instrumental de 12:27.

Em 76, lançam "Casa Encantada", uma das mais perfeitas fusões de Progressivo com MPB, mas, logo a seguir, Venturini sai, deixando como herança, outra extraordinária obra instrumental - a longa faixa "Suíte", lançada somente em 82, no album "Som Mais Puro".

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O "invasor" dos MUTANTES foi o excepcional tecladista TÚLIO MOURÃO, recém-saído de outra lendária banda, o VELUDO ELÉTRICO.

Túlio, da mesma forma que Venturini, logo mostrou suas composições e uma acabou entrando no fenomenal album "Tudo Foi Feito Pelo Sol", lançado naquele mesmo ano. O nome da faixa é "Pitágoras", totalmente instrumental e repleta de belíssimas variações rítmicas e melódicas.

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Além disso, trabalhou ativamente nos arranjos e na execução das outras faixas, podendo ser afirmado, com segurança, que sua relevãncia foi tão grande quanto a do líder Sérgio Dias.

O sucesso do album foi total, obtendo excelente vendagem, mas, apesar disso, Túlio saiu da banda logo em seguida.

Nesse período, o cenário fonográfico era praticamente restrito a São Paulo e Rio de Janeiro, e por essa razão, muitos grupos e artistas de outros Estados não conseguiam se lançar.

Em MG não foi diferente, e bandas como BANQUETE 93 DE COGUMELO (de onde sairia o violinista MARCUS VIANA - v. adiante), ANONIMATO, AR LIVRE, BOCA DA ZONA, MANGA ROSA, CAMPO MAGNÉTICO, CATARSE, VERA CRUZ, BANDA LIVRE (de onde sairam o flautista EDUARDO DELGADO e o baterista MÁRIO CASTELO, futuros companheiros de Marco Antônio Araújo) permanecem no limbo até hoje.

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Somente com o surgimento do CD, é que uma delas, finalmente pôde ser conhecida pelo mundo - a SAECVLA SAECVLORVM.

Formada em 1974, esta lendária banda participou em 1976, do igualmente lendário CAMPING POP, verdadeiro Woodstock brasileiro, hoje ressuscitado pelo extraordinário CAMPING ROCK (v. Parte 2). Em setembro do mesmo ano, gravou uma fita demo, pois estava em vias de ser contratada pela Warner. Infelizmente, nada aconteceu, e tal preciosidade permaneceu inédita por 20 anos.

Um dos maiores responsáveis por esse extraordinário resgate, foi um de seus membros, o violinista, tecladista e vocalista MARCUS VIANA, o mais famoso de todos os músicos Progressivos brasileiros (v. Parte 2) e proprietário da Gravadora Sonhos & Sons.

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Em 1979, ainda no pleno periodo "disco music" que assolava o país, surge uma banda que seguia um estilo totalmente diferente, englobando MPB, Rock'n Roll e Progressivo.

Seu nome era 14-BIS, e, entre seus membros lá estava FLAVIO VENTURINI, o maior responsável pelas belíssimas composições instrumentais presentes em 4 de seus álbuns. A destacar ainda, a presença do tecladista VERMELHO, que além de co-autor de 3 destas faixas assumidamente Progressivas, enriquecia enormemente os arranjos das outras, ao acoplar seus teclados aos de Flavio, proporcionando uma sonoridade Progressiva até mesmo às composições mais "pop".

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Os álbuns que possuem estas características são "14-Bis" (79), "14-Bis II" (80), "Espelho das Águas" (81) e "Idade da Luz" (84).

A brilhante década de 80, a boa década de 90 e a extremamente promissora geração do 3º Milênio serão analisados na 2ª parte desse artigo.

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1972: O apogeu do Movimento Progressivo


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Sobre Claudio Fonzi

Nasceu em Petrópolis (RJ), em 22 de março de 1964. É Produtor Fonográfico (Som Interior Produções Artísticas) desde 1988, Programador Musical (produziu por 4 anos o programa Tribuna Progressiva, além de ter exercido por 18 meses a função de Programador Geral da emissora Tribuna FM), Produtor de shows e eventos nacionais e internacionais (entre eles, em 1997, a 1ª turnê brasileira da "Voz do Renaissance" - a cantora inglesa Annie Haslam) e comerciante de discos (proprietário da Renaissance Discos desde 1993). Além disso, publica artigos e resenhas desde 1997, em veículos variados, tais como o jornal Metamúsica (Campos - RJ), o jornal Culturarte (Petrópolis - RJ), a revista Poeira Zine (São Paulo - SP) e diversos websites e foruns de discussão.
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