Saiba como foi a estreia da banda Insomnium no Brasil
Resenha - Insomnium (Carioca Club, São Paulo, 06/12/2024)
Por Day Montenegro
Postado em 19 de dezembro de 2024
A longa espera terminou e finalmente os finlandeses da banda Insomnium desembarcaram em solo brasileiro para sua grande estreia no país, após mais de 20 anos de estrada. A turnê latino-americana teve início no dia 29 de novembro e passou por países como México, Colômbia, Peru, Argentina e Chile, chegando no Brasil no dia 06 de dezembro para uma apresentação exclusiva no Carioca Club, em São Paulo. O show que foi um marco para os fãs brasileiros da banda contou com a presença de um público muito animado e extremamente ansioso para vê-los tocando ao vivo. Vale mencionar aqui que na mesma noite a cidade recebia Iron Maiden no Allianz Park, fato este que não interferiu na presença de um potencial público no show dos finlandeses, que se apresentaram com casa quase cheia.
Com abertura do local pontualmente às 19h, o público que já formava uma grande fila na parte de fora começa a entrar no Carioca Club, aproveitando para comprar itens oficiais do merch da banda, e garantir uma bebida gelada antes do show. Aos poucos a casa foi ficando cheia, porém só foi ter um bom público perto da hora do início do show.
Os fãs brasileiros tiveram a oportunidade única de vivenciar algo diferente nesta turnê, pois exatos 10 minutos antes de iniciarem o show, as luzes se apagaram e bandeiras da Finlândia foram exibidas nas telas da casa. Iniciou-se então o Hino Nacional da Finlândia, já que no dia 06 de dezembro é comemorado o Dia da Independência do país. Alguns fãs não entenderam no início, mas houve um longo momento de respeito e silêncio na casa, até que o hino se findasse.
Como já esperado, pontualmente às 21h os músicos subiram aos poucos no palco com a intro de "1969", de seu mais recente álbum Anno 1696. A formação desta turnê conta com Niilo Sevänen (baixo/gutural), Markus Vanhala (guitarra), Markus Hirvonen (bateria), e Tomy Laisto (guitarra/vocais limpos), que substitui temporariamente o guitarrista e co-fundador da banda Ville Friman, que atualmente se dedica à sua profissão como pesquisador e professor de microbiologia em uma Universidade de Helsinki. Niilo agradeceu a presença de todos naquela noite, e explicou o motivo do Hino Nacional tocado anteriormente.
O público extremamente animado recebe a banda com muita energia, cantando em uníssono as letras e até mesmo os solos de guitarra, mostrando a paixão do Brasil por eles e que o país precisa estar sempre nas rotas de turnês dos caras. Na sequência, a banda segue com músicas de seus recentes lançamentos, como o hit "Valediction" (Heart Like a Grave) e "White Christ" (Anno 1696), esta última interpretada por Niilo tanto nos guturais quanto na voz de Sakis Tolis (Rotting Christ), que teve uma participação na faixa do álbum.
Niilo então pergunta se o público gostaria de uma música mais antiga, e brincou que todos os membros estão ficando velhos. Dito isto, começam com a clássica "Ephemeral" (Shadows of the Dying Sun), para o delírio dos fãs. Este álbum foi a porta de entrada para muitos conhecerem a banda, então sempre há muita agitação quando tocam qualquer música desta fase. Vale destacar aqui a animação do guitarrista Markus Vanhala, que a todo momento interagia com os fãs, jogava palhetas e animava também os membros no palco.
Procurando movimentar ainda mais o público, Niilo anuncia a faixa Lilian (Anno 1696) e convida todos para iniciarem o mosh pit. Os fãs prontamente atenderam o pedido do frontman e começaram o agito na parte central da plateia. Era impossível ficar parado apenas assistindo a banda, pois a energia tomou conta de todo o Carioca Club e foi lindo de ver!
Para acalmar um pouco os ânimos, iniciam "And Bells They Toll", com uma bela interpretação dos guitarristas Tomy Laisto e Markus Vanhala nas vozes do ex-membro Jani Liimatainen. Os fãs estavam até esperando uma possível aparição do Jani no meio do show, já que após um longo sumiço ele resolveu aparecer no Brasil. Bem, isso obviamente não aconteceu e não tivemos esta surpresa.
Niilo aproveita o intervalo entre as músicas para apresentar os membros da banda, em especial Tomy Laisto, que é o membro convidado desta turnê. Apesar dos fãs sentirem bastante falta de Ville nos vocais e na guitarra, Tomy foi muito bem recebido e ovacionado pelo público. No final do show ele conversou pessoalmente com os fãs, e agradeceu a boa receptividade do público brasileiro. Falando em Tomy, logo na sequência foi a vez dele interpretar Ville na clássica "Unsung" (One For Sorrow), faixa muito aguardada por todos. O público cantou a plenos pulmões junto com Niilo e Tomy, bangueando e aplaudindo a todo momento.
Procurando mesclar álbuns antigos e novos, a banda segue com "The Witch Hunter" (Anno 1696) e na sequência engata com a clássica e bem mais antiga "Mortal Shore" (Above The Weeping World), esta última acompanhada de muito mosh do público.
Antes do bis, não poderia faltar a belíssima e tão aguardada "Song of the Dusk", faixa-título do último EP lançado em 2023. Já nos primeiros acordes de guitarra o público começou a cantar junto, deixando a introdução ainda mais especial e emocionante. Notei que esta foi uma característica bem marcante dos latino-americanos, que em todos os shows desta turnê cantaram as melodias de guitarra. Nesta música Markus se destaca e dá mais um show à parte nos vocais, desta vez acompanhado em algumas do refrão por Tomy. O guitarrista aproveitou também para subir nos retornos e nas plataformas frontais do palco para interagir e chegar um pouco mais perto do público.
A banda então faz um breve agradecimento e se retira do palco, sendo logo em seguida ovacionada pelos fãs que gritavam "Insomnium" com todas as forças. Após uma breve pausa, o baterista Markus Hirvonen sobe ao palco para começar a dobradinha mais esperada da noite: "The Primeval Dark" e "While We Sleep". Esta última pode-se dizer que foi a responsável por alavancar a carreira do Insomnium quando foi lançada há 10 anos atrás no álbum Shadows of the Dying Sun (2014). Somente no youtube o videoclipe já conta com mais de 14 milhões de visualizações, deixando ela no topo das músicas mais conhecidas e pedidas da banda.
Para encerrar a noite com chave de ouro, a belíssima faixa "Heart Like a Grave" é tocada para delírio e emoção dos fãs, que cantavam em uníssono e acompanhavam os guturais de Niilo a plenos pulmões.
Com um setlist que percorreu boa parte de sua carreira, o Insomnium entregou uma performance de alto nível, que agradou tanto os fãs mais antigos da banda, quanto aqueles que estavam conhecendo seu trabalho pela primeira vez, cativando a audiência do início ao fim. Niilo durante toda a apresentação demonstrou muita simpatia com o público brasileiro, e agradeceu a presença de todos naquela noite. Eles então se despedem sob aplausos dos fãs, e saem ao som da instrumental "Karelia" (Heart Like a Grave).
O primeiro show do Insomnium no Brasil foi uma experiência única para os fãs, que sonhavam há anos com este momento. A banda entregou um setlist diverso, sem deixar de lado alguns grandes hits de sua carreira. Fica claro que esse foi apenas o começo de uma relação mais estreita entre o Insomnium e os fãs brasileiros, e muitos esperam que a banda volte em breve, para quem sabe tocar os álbuns mais clássicos.
Parabenizamos a Overload pela excelente produção deste show e pela oportunidade do credenciamento. Foi uma noite inesquecível para todos os presentes naquela noite.
[Hino da Finlândia]
1696
Valediction
White Christ
Ephemeral
Lilian
And Bells They Toll
Unsung
The Witch Hunter
Mortal Share
Song of the Dusk
Bis:
The Primeval Dark
While We Sleep
Heart Like a Grave
[Karelia]
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