Resenha - Blind Guardian (Bar Opinião, Porto Alegre, 23/11/2023)
Por Guilherme Dias
Postado em 05 de dezembro de 2023
O Blind Guardian passou por Porto Alegre mais uma vez, essa foi a quinta passagem dos germânicos na capital gaúcha. O local foi o mesmo de sempre, o tradicional Bar Opinião. A passagem anterior foi em 2015, na turnê "Beyond The Red Mirror" e, dessa vez, foi a "The God Machine Tour 2023", apresentando canções do ótimo disco lançado no final do ano passado e clássicos de toda a carreira. Foi a segunda passagem da banda no Brasil este ano. Em abril, eles foram um dos headliners do festival Summer Breeze, em São Paulo.
Fotos por Liny Oliveira
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Exatamente às 21 horas, as luzes se apagaram e uma breve introdução comandou a entrada dos músicos. Os instrumentistas do fundo do palco foram os primeiros a aparecer: Frederik Ehmke (bateria), Johan Van Stratum (baixo) e Kenneth Berger (teclado), em seguida, André Olbrich e Marcus Siepen nas guitarras introduzindo apenas "Imaginations From The Other Side", que leva o nome do disco lançado em 1995, uma obra prima. O brilho maior se deu com a entrada de Hansi Kürsch (vocal). Logo no primeiro solo, Hansi já comandou e levantou o público, que estava na palma das suas mãos.
Muita euforia por parte da plateia que de cara já gritava: "Ole, ole ole, Guardian, Guardian", deixando os músicos extremamente satisfeitos, com enormes sorrisos nos rostos. E, então, Hansi se viu obrigado a cumprimentar a galera, dizendo: "Boa noite, Porto Alegre, é ótimo estar na sua linda cidade. É sempre um prazer voltar para o Brasil. Sempre pergunto se vocês irão voltar para os próximos shows e 8 anos depois estão vocês aqui, novamente. Muitas coisas aconteceram nos últimos anos, não posso contar tudo, mas felizmente tenho companheiros como esses". Na sequência, apresentou a pesada "Blood of the Elves", primeira representante do último trabalho, que funcionou muito bem ao vivo.
Sempre dando dicas sobre a próxima música para os fãs tentarem adivinhar, Hansi mencionou os "Noldor", personagens de obras de Tolkien, que influenciaram diversas composições do Blind Guardian. Com facilidade, os fãs identificaram que ele estava se referindo a "Nightfall", do disco "Nightfall in the Middle-Earth", lançado em 1998 e mais um clássico fez os fãs cantarem demais e muito alto. Muito comunicativo, Hansi seguiu o seu papo com a plateia: "Esse é apenas o começo, mal consigo imaginar como está quente aí, espero que seja um show lendário. Vocês fazem o show ser assim aqui em Porto Alegre!". Em mais uma dica sobre a próxima, Hansi disse: "Esse cara está próximo da morte…", se referindo a "Ashes To Ashes", que apareceu poucas vezes na atual turnê, e que foi lançada em 1992, no disco "Somewhere Far Beyond". Momento para mais uma do último disco, onde Hansi introduziu dizendo: "Mais uma história trágica, essa é ‘Violent Shadows’", que também ficou perfeita ao vivo.
Enaltecendo o público, Hansi se mostrou encantado e deu risadas ao dizer: "Vocês cantam muito bem, vocês estão fazendo muito bem o que é o meu trabalho". Com violões sendo posicionados no palco, o vocalista seguiu dizendo: "Agora, temos uma história bonita aqui", com Frederik marcando o tempo e comandando as palmas, foi a vez da maravilhosa "Skalds and Shadows", balada do disco "A Twist in the Myth", de 2006. Após agradecer ao público pela bela performance, Hansi apresentou mais um clássico de "Nightfall in the Middle-Earth": "Time Stands Still (At the Iron Hill)", sendo o ápice da noite até então. Hansi falou sobre segredos ao apresentar mais uma das novas, a cadenciada "Secrets of the American Gods", com um final longo, luzes baixas e os músicos parados, sem nenhum movimento.
A volta dos violões deixou em evidência o que estava por vir, sendo o que Hansi mesmo disse: "Acho que vocês já sabem o que está vindo, é um grande momento, meus amigos. Cantem conosco, ‘The Bard Song - In The Forest’", e sim, todos cantaram muito, com o que ainda restava de voz em cada um. "Vocês estão muito bem, a próxima não é fácil, mas acho que vocês conhecem", Hansi se referiu a explosiva "Majesty", faixa de abertura do primeiro disco, "Battalions of Fear", de 1988, onde a sonoridade ainda estava longe do Power Metal apresentado pela banda na década de 1990, ainda com muita influência do speed metal e do disco "Walls of Jericho" do Helloween, que também teve mudanças na sua sonoridade ao passar dos anos. Do disco "Tales From the Twilight World", dois dos melhores momentos da noite, fechando a primeira parte do show, foi a vibrante "Traveler in Time", em que os fãs cantaram o refrão como se fosse uma torcida de futebol. Logo em seguida, já no bis, foi a vez de um hino: "Lord of the Rings".
Ainda no bis, foi a vez de Frederik chamar o público para muitas palmas durante a introdução de "Sacred Worlds". E, em seguida, bom… o público começou a cantar o refrão de "Valhalla" incansavelmente, por outro lado, sabendo que os fãs costumam ter o setlist decorado, Hansi disse o seguinte: "O que posso dizer, mais uma música? Mais algumas? Pela empolgação de vocês não pode ser "Valhalla" ou "Mirror Mirror", certo?", e, com um sorriso no rosto, Hansi trocou olhares com os seus colegas de banda e tocaram "Born in a Mourning Hall", que estava fora do repertório previsto para a noite, o que fez a pista explodir de felicidade. Após isso, aí sim os dois maiores clássicos do Blind Guardian para encerrar a apresentação: "Valhalla" (com o refrão extremamente prolongado e cantado por todo o Bar Opinião) e "Mirror Mirror".
Hansi foi matador durante as quase 2 horas de apresentação, assim como André e Marcus, que destruíram as suas guitarras com muito peso e melodia. O início do show teve o som um pouco baixo, mas logo foi corrigido e se manteve impecável em todos os momentos. O público, que lotou o Opinião, matou a saudade com um dos melhores shows do Blind Guardian já visto em Porto Alegre e um dos melhores que a capital recebeu no ano. Raros são os momentos de satisfação dos fãs do estilo, pois nem sempre bandas extraordinárias como o Blind Guardian passam aqui pelo sul.
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