Titãs Encontro: Uma noite do mais puro rock brasileiro
Resenha - Titãs Encontro (Estacionamento da FIERGS, Porto Alegre, 06/05/2023)
Por Tatiana Goldberg
Postado em 13 de maio de 2023
Neste último sábado, 6 de maio, abaixo de chuva, acontecia o tão aguardado Titãs Encontro no palco do estacionamento da FIERGS.
A abertura da noite ficou por conta da banda Colomy integrada por Pedro Lipatin (guitarra, synth e voz), Eduardo Schuler (bateria e vocal) e Sebastião Reis (violão e voz), Sebastião é também filho de Nando Reis. Um set curto de composições próprias cheias de romance e poesia como "Sendo Como Sou", "Pássaro livre", "Nem Tudo Está Perdido", "Por Perto" e finalizando com "O Mundo É Bão, Sebastião". O estilo musical quando comparado ao da atração principal, sendo mais suave.
Fotos por Liny Oliveira

Mesmo com os Titãs subindo ao palco somente às 21h17, não houve quem pudesse se conter com o impacto de ver essa história viva do rock nacional. Não tinha mais chuva, não tinha mau-humor da espera, não tinha cansaço, havia, sim, diante de todos, um momento que atravessou gerações da plateia que muito provavelmente se pegou pensando "bem que poderiam voltar" em algum momento.

Um set com nada menos que 28 músicas, mais de 2 horas de show colocando muito artista nacional e internacional no bolso. O setlist atravessou toda a história da banda. Tony Bellotto, Arnaldo Antunes, Nando Reis, Branco Mello, Charles Gavin, Paulo Miklos e Sergio Britto abriram a noite com "Diversão", já fazendo o público pular animadamente, definindo bem a energia espetacular da noite.

"Lugar Nenhum" deu sequência ao embalo, cantada por Arnaldo Antunes que se entregou à empolgação do público diante dele. Quando Sergio Britto tomou a frente para "Desordem" foi uma avalanche de energia trocada entre público e banda. Era bem claro, estávamos todos cantando juntos, décadas de um mesmo coro.

Enquanto éramos uma plateia alucinada, preparada para a próxima, Branco Mello tocou todos os que estavam presentes com seu novo timbre. Anunciou a sua felicidade em estar vivo, em turnê, cantando após ter um tumor removido da laringe. Foi visível o quanto suas palavras emocionaram a todos, e assim ficamos todos enormemente gratos em tê-lo cantando "Tô Cansado". Nando Reis muito claramente se divertiu ao cantar "Igreja", o público acompanhou a cada estrofe. Mesmo assim, foi "Homem Primata" que trouxe a plateia a explosão com uníssonos regidos pela banda.

"Estado Violência" seguiu mantendo todos pulando e cantando em êxtase. Um primeiro momento de emoção foi dividida por todos durante "O Pulso" seguida de "Comida", que criou momentos de troca entre banda e público. Nando Reis aproveitou o momento para expressar o quanto estava feliz de estar mais uma vez dividindo o palco com seus amigos e colegas de banda. Notou também o quanto as músicas que criaram há tanto tempo, continuam relevantes. Continuou com "Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas" que criou um momento eufórico para os fãs que não esperavam a mesma. Como se fosse pouco, Branco Mello retornou para "Eu Não Sei Fazer Música" sob o olhar orgulhoso do colega Tony Bellotto.

Anunciando o segundo ato da apresentação, um vídeo repleto de recortes do início da carreira da banda ao longo de alguns anos preenche o telão. Começava um dos momentos mais aguardados: o acústico - memorizado pelo álbum Titãs - MTV Acústico. "Epitáfio" explodiu entre as vozes de Sérgio Britto e as do público emocionado, foi então que tocou piano para a plateia fazer um lindíssimo cantorio, ainda que abaixo de chuva constante. O acústico seguiu com "Os Cegos Do Castelo", "Pra Dizer Adeus" e a entrada de Alice Fromer, filha do já falecido integrante da banda, Marcelo Fromer. Alice, em homenagem ao pai, cantou com os Titãs "Toda Co"r e "Não Vou Me Adaptar". Nas guitarras de Marcelo estava Liminha, antigo integrante de Os Mutantes.

A noite continuou com o terceiro ato iniciado com "Marvin", seguido de "Go Back" e o icônico cover do hino de Roberto e Erasmo Carlos: "É Preciso Saber Viver" - especial e marcante para todos os fãs. "32 Dentes", "Flores", "Televisão", "Porrada", "Polícia", "AA Uu" e "Bichos Escrotos" encerraram o show deixando um público mais que enlouquecido e animado, querendo mais, muito, muito mais! Tanto que, claro, trouxe o bis. Este não foi um bis como qualquer outro. Com mais três músicas já engatilhadas, entregaram "Miséria", "Família" e o culminar de toda noite, finalmente sem chuva, foi "Sonífera Ilha".

Digo que este foi um show para a vida toda, do tipo que se carrega para sempre. Seja para quem acompanha desde os primórdios da banda, ou quem conheceu o som atualmente, Titãs é e sempre será a cara do rock nacional que influenciou e segue influenciando - seja por romantismo, seja por posicionamento político, cada um que os descobre. Como disse um fã no final da noite, "não deixaram absolutamente nada devendo, nem para nós hoje e nem para as suas juventudes".















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