Resenha - Shaman (Bar Opinião, Porto Alegre, 22/05/2022)
Por Guilherme Dias
Postado em 30 de maio de 2022
Fotos por Liny Oliveira
O Shaman voltou para Porto Alegre depois de 16 anos. No dia 21 de Maio de 2006 a banda realizou, em solo gaúcho, o que seria o último show juntos até a reunião em 2018. O local foi o mesmo de quase sempre, o bar Opinião. Das 7 apresentações do conjunto na capital do Rio Grande do Sul, cinco foram no bar Opinião. Uma delas foi no Auditório Araújo Vianna e a outra no Ginásio Gigantinho (no inesquecível festival Live’N’Louder), ambas em 2005. Dessa vez, promovendo a "Rescue Tour", sem André Matos, mas com Alírio Netto fazendo a sua estreia na cidade.
A abertura ficou por conta de Marenna, banda de hard rock melódico/ AOR, que se apresentou com Rod Marenna (vocais), Edu Lersch (guitarras), Luks Diesel (teclados), Arthur Schavinski (bateria) e Leo James (baixo, substituindo o titular das quatro cordas, Bife). A primeira da noite foi "Breaking The Chains", single lançado recentemente, que fará parte do álbum "Voyager", que será lançado no dia 30 de setembro deste ano. Após a animada "Getting Higher" (presente no single "Pieces of Tomorrow" de 2020), Marenna cumprimentou o público e disse que estava muito feliz por estar no palco do bar Opinião. Voltando no tempo, apresentou a arrebatadora "You Need To Believe" de 2014, porém lançada no EP "My Unconditional Faith" de 2015. O repertório ainda teve "Pieces Of Tomorrow", "Never Surrender", "Keep On Dreaming", "Life Goes On" e após apresentar seus companheiros, Marenna anunciou "Had Enough", dedicando-a ao baixista Bife. Rod e seus colegas se entregaram bastante e interagiram muito bem. O público retornou com a mesma intensidade, cantando os marcantes refrões das canções e fazendo barulho entre uma música e outra.
Por volta das 20 horas e 40 minutos foi a vez de Alírio Netto (vocal e teclados), Hugo Mariutti (guitarra), Luís Mariutti (baixo), Ricardo Confessori (bateria) e Fábio Ribeiro (teclados) começarem a performance. Logo de cara "Time Is Running Out", composição presente em "Rescue", primeiro álbum de inéditas da formação atual, lançado em 2021. Na sequência "Distant Thunder" ("Ritual", 2002) animou ainda mais a plateia que participou de maneira fervorosa desde o início.

Antes de Hugo tocar os primeiros acordes de "For Tomorrow" no violão, Alírio disse: "É muito bom estar aqui. É a minha primeira vez em Porto Alegre. Essa é uma nova página na história do Shaman. Essa é pra todos vocês que ajudam a manter a chama do Shaman viva". Após ela, Alírio acrescentou: "eu sempre me arrepio ouvindo esse final com a voz do mestre André". Trocando de assunto antes de possíveis lágrimas na pista, o vocalista, sentado em frente ao teclado, no canto do palco, fez uma pergunta: "Quem aí já ouviu o novo álbum? Vamos tocar uma dele". E logo um forte jogo de luzes combinou muito bem com a introdução de "What If?", mais uma do último lançamento.

A discografia principal do Shaman é curta, mas muito significativa para o heavy metal nacional, e a expectativa pelo segundo álbum foi altíssima devido ao sucesso de "Ritual", na década de 2000. Do disco "Reason" (2005), a faixa que dá nome ao disco e "Turn Away" foram executadas de forma perfeita, com uma ótima interpretação de Alírio e seus companheiros, com destaque para o peso da cozinha dos veteranos Luís Mariutti e Confessori.

O momento mais melancólico e nostálgico foi quando Alírio foi ao teclado mais uma vez, nesse momento para introduzir "Fairy Tale". O clássico absoluto, que foi trilha de novela e teve videoclipe impactante, remete demais a André Matos. Situação emocionante para quem sente falta do cantor, compositor e maestro. Teve até fã que não aguentou e chorou no seu próprio canto. Seguindo o clima cadenciado, foi a vez de mais uma balada, "Gone Too Soon", que possui uma letra linda e foi dedicada ao André, como disse o atual vocalista: "Essa é pra ti, maestro! Se puderem, acendam as lanternas dos seus celulares.", e um momento lindo e comovente estava instaurado na casa de shows.

O peso de "Time Will Come" e a clássica linha de teclado de Fábio em "Ritual" deram um clima de "Ritualive" no ambiente, com muita interação do público com os artistas. Em "The I Inside", Alírio recebeu muitos aplausos quando cantou um trecho de "Who Wants To Live Forever" do Queen.

Na parte final do set, Alírio, sempre muito comunicativo, direcionou-se mais uma vez ao público dizendo: "Agora vou apresentar esse bando de loucos. Lembro quando me convidaram para uma reunião com o Shaman às 10 horas da manhã em um hotel. Graças ao Luís resolvemos tudo em 5 minutos e comecei a fazer parte dessa banda." Apresentou Ricardo, enaltecendo o seu estilo de tocar bateria. Referiu-se a Fábio Ribeiro como um cara generoso demais e um gênio dos teclados. E ainda contou uma história de bastidores: "No processo de composição do álbum eu entrevistei os colegas, para termos um conteúdo de verdade nas letras porque esse disco tinha que refletir isso. Mas teve um cara que desde o início já dava pra ver que era muito sensível, o cara mais fofo do metal nacional, na guitarra, Hugo Mariutti, um fofo". Nesse momento muitas risadas, aplausos para Hugo e pôde-se ouvir o apelido de "Jesus Junior" por algumas pessoas na plateia, e alguns elogios ao seu topete. Luís foi ao microfone para apresentar Alírio, demonstrando muita satisfação em o público ter abraçado o vocalista como a própria banda abraçou. Mencionando que o nome dele foi o mais certo para o posto de voz principal do Shaman.

"Vocês querem mais?" Perguntou Alírio, sem haver dúvidas de que ele estava se referindo a "More", cover do The Sisters Of Mercy, que foi single do álbum "Reason". No bis, a novata "The Spirit", as velhas conhecidas "Here I Am" e "Pride", com direito a participação especial de Rod Marenna fazendo as vozes de Tobias Sammet no palco. A banda se despediu com muita calma e deu muita atenção para os fãs após o encerramento da apresentação.

Vale ressaltar o entrosamento do conjunto e a fidelidade sonora que conseguem transmitir ao vivo. Hugo, que não tem companheiro de guitarra, faz todas as bases e solos com perfeição, como se estivesse gravando as músicas. Luís e Ricardo sempre precisos e Fábio tocando com todos os dedos o que alguns grupos reproduzem como trilha nos shows. André Matos deixa muitas saudades, mas o trabalho de Alírio é maravilhoso e deve ser reconhecido pelos fãs de carteirinha do grupo. Que o Shaman continue levando um bom público por onde quer que passe e que siga firme na estrada por muito tempo ainda.















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