Shade Empire: Esta banda precisa tocar no Brasil. Sério!
Resenha - Shade Empire, Temnein, Slave Steel (New Cross Inn, Londres 15/02/2019)
Por Durr Campos
Postado em 18 de fevereiro de 2019
Sem exagero, em Londres você consegue assistir a shows por menos do que pagaria por duas pints de cerveja. Basta ficar atento nos aplicativos e websites corretos para não perder a passagem de nomes excelentes pela cidade, como foi o caso deste discreto, porém muito bem organizado evento no sudeste da capital britânica reunindo uma das bandas mais interessantes no black metal atual: Shade Empire. Confira nas próximas linhas um resumo do que presenciei por lá.
Fotos por Ilaria Foresi Photography e Durr Campos
A noite teve início com o grupo londrino Sun Seth, mas infelizmente perdi sua apresentação. Em conversa com um brasileiro, soube que fizeram bonito, animaram e deixaram seu recado. Conheço o som, portanto não duvido. Espero vê-los em ação ainda esse ano. Vou deixar alguns links ao fim deste texto para que o caro leitor possa escutar o metal moderno praticado pelo quarteto.
SLAVE STEEL
Pouco conhecida no Brasil, o quarteto italiano baseado em Londres vem causando por onde passa, não à toa executaram um repertório curto, porém certeiro e energético. Não há como negar a presença de palco, em especial o insano vocalista Pil Nazzari e o bem-humorado baixista Marco Agosta. Essa rapaziada lançou um álbum em 2015 'Entanglement', de onde retiraram alguns ritos para a felicidade de seus fãs. Eu ouvi esse disco na época de seu lançamento e confesso não ter dado a atenção devida, mas sempre é tempo. Ano passado eles soltaram um belo EP contendo três faixas do full-length, mas com nova masterização. Ao vivo eles conseguem manter a energia das faixas registradas em estúdio, mesmo com apenas uma guitarra. Aliás, uma salva de palmas ao dono das seis cordas Daniele Manganaro, o cara toca muito e ainda manda bem nos backings. A cozinha tem bom groove, graças aos tambores do ótimo Riccardo Priori. Apreciadores de Pantera, Gojira e Sepultura atual irão aprovar.
TEMNEIN
Outro nome para os brasileiros ficarem de olho, pois não demora muito e poderemos vê-los nos palcos tupiniquins. Oriundos de Nancy, França, o quinteto liderado pelo vocalista Jocelyn Fidry [ex-In Serenity, também no Ataraxis] pratica um interessante híbrido de death metal melódico e metal progressivo, com puxadas ao som de Gotemburgo e algo de seus compatriotas do Gojira aqui e acolá, em especial pela riqueza harmônica do baixista Julien de Giorgio, dono de uma bela presença cênica e sempre sorrindo ao público.
Apenas músicas do álbum 'White Stained Inferno' foram tocadas, o que faz sentido, porém senti falta de algo do '404 B.C.' [2014]. Talvez "Heart Hooks" ou "Bright Knife", mas isso é decisão da banda, portanto destaco o que ouvi e vi, isto é, o início com a trinca matadora de "Impending Outbreak", "Ataxia" e "Denying The Threat". A plateia permaneceu tímida, parecia guardar energia para o que viria a seguir, porém celebraram a nova "The Knotted Bag" - vem coisa boa no próximo trabalho de estúdio - e não deixaram a peteca cair até a derradeira nota da faixa que batiza seu mais recente disco. Aconselho uma atenta audição.
SHADE EMPIRE
Passava das 22:30 quando os guerreiros nórdicos anunciaram "Lecter (Welcome", sensacional faixa de abertura do igualmente lindo 'Poetry of the Ill-Minded'. Já são dois anos desde o lançamento, mas até hoje não me canso de ouvir suas belas texturas e melodias. Algo como se o Pink Floyd resolvesse adicionar gelo aos seus acordes. Mantiveram a pegada com a excelente "Wanderer".
A entrada de Henry Hämäläinen assumindo o posto de vocalista deixado pelo exímio Juha Harju em nada afetou o poderio do sexteto, na verdade a semelhança entre o timbre chega a impressionar. "Chemical God", por exemplo, ficou excelente na interpretação de Henry, assim como a ótima "Traveler of Unlight", um dos destaques de 'Omega Arcane' [2013], opus muito bem recebido no Brasil, por sinal.
No entanto, como era de se esperar, o ponto alto da noite foi a soberba "Anti-Life Saviour" e seus quase dez minutos de duração. O trecho retirado do primeiro tomo do livro 'Paradise Lost' arrepia: "Listen to what is in some ways, the first great speech of the poem in book one of the twelve books. Satan, cast down by God to hell with the other rebel angels. Sees close by him one, next himself in power, next in crime. Beelzebub - Satan's lieutenant…". Letra sensacional e atmosfera única, eu a escuto pelo menos uma vez por semana. Depois dos 4:30 minutos é uma viagem só. Recomendo ouvir com pouca luz e um bom vinho.
Assista ao belíssimo vídeo:
A sequência com a clássica 'Serpent Angel' manteve as cabeleiras no ar e o sorriso estampado em cada um dos músicos. O guitarrista Juha Sirkkiä agradecia o tempo inteiro, o cara parece um bom sujeito, daqueles que dá vontade de chamar para sua festa de aniversário, saca? E toca muito o rapaz! Já a cozinha formada por Eero Mantere, baixista e único membro fundador, e o exímio baterista Rasane dá aquela certeza de que o Shade Empire só apresenta ao mundo aquilo que verdadeiramente conhece e sabe como fazer.
Meu horário estava apertado, mas consegui chegar até o final e me deliciar com "Ja Pimeys Laskeutui" ['E a escuridão cai', traduzido livremente do finlandês] e outra das minhas prediletas, "Thy Scent". Produtores, levem o Shade Empire ao Brasil. Basta contatar Jon Knight / The Flaming Arts: [email protected]
Shade Empire:
Lecter (Welcome)
Wanderer
Chemical God
Traveler of Unlight
Anti-Life Saviour
Serpent Angel
Dawless Days
Ruins
...Ja Pimeys Laskeutui
Thy Scent
Temnein:
Impending Outbreak
Ataxia
Denying The Threat
The Knotted Bag
Against The Waves
White Stained Inferno
Slave Steel:
Dream of Decadence
Shut
Anthroposophist
Ogre Cage
Blessed Is The Mess
Repossessed
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