Shaman: resenha e fotos da estreia da tour em São Paulo
Resenha - Shaman (Audio Club, São Paulo, 22/09/2018)
Por Diego Camara
Postado em 25 de setembro de 2018
Faz bastante tempo que deixei de ser fã do Shaman. A idade vem e o gosto musical muda e se reforma. Mesmo assim, aceitei a empreitada de ir na Audio, no último dia 22/09, para ver o retorno aos palcos da formação real e verdadeira dessa banda, onde os músicos – que figuraram separação e brigas durante toda a carreira – resolveram fazer a alegria do público em um show (que já se tornou uma série de shows pelo Brasil – pelo menos por agora). Confira abaixo os principais detalhes do espetáculo, com as imagens de Fernando Yokota.
Em primeiro lugar, há de se frisar o quanto o Shaman ainda tem condições de levar de público para um show. A casa estava não só lotada, mas extremamente lotada, para o espetáculo. Desde cedo pessoas estavam na fila aguardando, e a confusão na porta da Audio para a entrada do público mostrou que tudo seria difícil para os fãs, desde cedo. Um show lotado como aquele, fez um público ávido se apinhar por toda a casa. Até nos camarotes – a área da "elite" do público pagante – a situação não foi fácil, com pessoas se amontoando nos espaços reservados para ver melhor o show. Gente em cima de bancos, outros se amontoando nas áreas altas laterais da pista, parecia que se tirasse o pé do chão não teria mais como retorna-lo. O paulistano já esta acostumado a isso no Metrô, então até tirou de letra.

O show então começou depois de longa espera, com o público se amassando para tentar encontrar bons lugares para ver o show e fugir das cabeças. Primeiro, abriram o show com um vídeo antigo de Andre Matos falando sobre a criação da banda. A apresentação então começou com "Turn Away", para delírio do público presente. Logo no início, porém, já se mostrava que não era só a falta de comodidade que marcaria a apresentação, mas também igualmente problemas técnicos. Bem no começo da música já houve a primeira microfonia da noite. A qualidade do som, também, não estava das melhores, aparentemente faltou pulmão para a capacidade técnica da casa.

Algumas músicas ainda tiveram grande destaque: a primeira foi "Reason", com o público fazendo o coro e cantando junto o refrão com Andre Matos. A apresentação da primeira parte, no geral, foi bastante morna, com o som embolado em várias músicas. "Innocence" foi outra que encantou os fãs, que cantaram sozinhos a plenos pulmões, eclipsando até mesmo os vocais de Matos. O som do piano estava incrível, como também das guitarras, que mostraram excelente performance no solo. A performance do público, realmente apaixonado e saudosista, diferia porém de uma performance de pouca sinergia da banda: eles se apresentaram perfeitamente, mas parece visível que não há uma relação de amizade ou companheirismo no palco.

Apesar do vocal desaparecido em "Born to Be", a música também encantou o público fechando o primeiro set do show. Aqui a qualidade do som atingiu sua melhor forma, com uma performance bastante técnica e apurada das guitarras e na bateria de Confessori. O solo de Andre Matos, no piano, trouxe ares clássicos para a apresentação, que arrancou aplausos do público no final.

A segunda parte do show, após um vídeo interminável de gravações antigas do Shaman – que foi colocado ali para preencher o tempo e talvez entreter o público – foi bastante superior a primeira. Logo com "Here I Am", via-se que o público realmente tem um apego maior com o "Ritual". Cantaram com vontade durante toda a música, em especial o refrão. O som ótimo dos instrumentos elevou a qualidade do espetáculo, apesar do som ser abafado pela enorme cantoria do público presente.

Na sequência, outros destaques foram para "For Tomorrow", outra que causou grande comoção e cantoria animada do público, além de uma performance muito boa de Andre Matos nos vocais. "Distant Thunder", com seu instrumental forte, também fez sua parte em animar o público. Fechando o show, a sequência final que todos esperavam: se emocionaram e soltaram lágrimas com a belíssima "Fairy Tale", cantaram com grande prazer em "Ritual" e viram o final do show com a apresentação de Bruno Sutter em "Pride".

O show, apesar dos contratempos e dos problemas que ocorreram, foi no geral bastante satisfatório e deixou o público, pelo que pareceu, contente com a apresentação. É claro que a formação original do Shaman não é um projeto de amigos ou parceiros, mas mostrou que podem conviver no palco e levar ainda boas músicas para os fãs, que tem saudades dos clássicos da banda. Por outro lado, é um show que não traz nada de novo, e claramente não será um marco que vai ajudar a talvez produzir novos fãs, sendo recomendado apenas para aqueles que tem o Shaman em suas veias.

Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Setlist:
Parte I: Reason
1. Turn Away
2. Reason
3. More (cover do Systers of Mercy)
4. Innocence
5. Scarred Forever
6. In the Night
7. Rough Stone
8. Iron Soul
9. Trail of Tears
10. Born to Be
Parte II: Ritual
Intro: Ancient Winds
11. Here I Am
12. Distant Thunder
13. For Tomorrow
14. Time Will Come
15. Over Your Head
16. Piano Solo
17. Fairy Tale
18. Blind Spell
19. Ritual
20. Pride (com Bruno Sutter)












Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos
Como "Welcome To The Jungle", do Guns N' Roses, soaria se gravada pelo Sepultura?
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
Axl Rose é criticado por sua voz após Guns N' Roses homenagear Ozzy com cover no Brasil
A pior música do melhor disco do Iron Maiden, segundo o Heavy Consequence
Novo disco do Megadeth pode ter cover do Metallica - e a pista veio de Mustaine
O artista que Roger Waters diz ter mudado o rock, mas alguns torcem o nariz
Os guitarristas que Ozzy Osbourne achava "friamente perfeitos demais" para gostar
Kirk Hammett cita os fatores que impediram o Exodus de ser maior
Cinco países com muita tradição no mundo do heavy metal
Corey Taylor confirma a fala de Rafael Bittencourt sobre o Sepultura e o Slipknot
Bruce Dickinson: vocalista elege seus 5 álbuns preferidos



ShamAngra anuncia o show "The Maestro" celebrando o legado de Andre Matos
A música de Ozzy Osbourne que foi tocada ao vivo por Angra e Shaman
Para Andre Matos, Shaman poderia ser maior que o Angra
Cinco separações que balançaram o universo da música pesada
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista

