Green Day: um dos melhores shows do ano em Porto Alegre
Resenha - Green Day (Anfiteatro Beira-Rio, Porto Alegre, 07/11/2017)
Por Karen Waleria
Postado em 12 de novembro de 2017
Após passar pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba; na última terça-feira, dia 07 de novembro, o GREEN DAY desembarcou na capital gaúcha fechando a etapa brasileira da "Revolution Radio Tour". Tour de divulgação do álbum homônimo lançado em 2016,
A banda gaúcha VERA LOCA foi responsável pela abertura local do show. Fabrício Beck (vocal e guitarra), Hernán González (guitarra), Filipe "Mumu" Bortholuzzi (contrabaixo e vocal), Luigi Vieira (bateria) e Diego Dias (acordeón, teclados e vocal), subiram ao palco, pontualmente às 19h, e durante 30 minutos mostraram o porquê a banda vem se firmando como uma das bandas mais importantes do rock brasileiro, e não somente na cena local.
Não é tão frequente ver uma banda de abertura agitar tanto um plateia. O público cantava junto com o quinteto o set apresentado, set que contou com grandes sucessos que marcaram sua carreira, que já contabiliza 16 anos, como "A Vida é de Graça", "Suadinha" e "Borracho Y Loco" entre outros. A banda ainda apresentou músicas do seu novo álbum intitulado "A certeza de como de como valeu navegar neste mar", lançado em meados do corrente ano.
A segunda banda a se apresentar, atração internacional da noite, foi o THE INTERRUPTERS que tem acompanhado o GREEN DAY na tour sul-americana. A banda de ska punk formada por Aimee Allen (vocal) e os irmãos Kevin Bivona (guitarra), Justin Bivona (baixo) e Jesse Bivona (bateria) se apresentou durante 30 minutos. Durante esse tempo, a voz única e potente da carismática vocalista, que interagia com o público constantemente, arrebatou os presentes, mesmo os que não conheciam a banda se renderam ao seu som de extrema qualidade. Tinha uma parte do público que os conheciam bem, pois se via muitas pessoas cantando juntamente com os americanos. Impossível ficar parado durante a performance do grupo.
As duas bandas de abertura foram mais que perfeitas nas suas performances. Muito bem escolhido o lineup das bandas.
A apresentação da banda icônica de punk rock formada por Billie Joe Armstrong (vocal e guitarra), Mike Dirnt (baixo) e Tré Cool (bateria), que se apresentou juntamente com os músicos de apoio Jason White (guitarra) e Jason Freese (Teclado), também começou pontualmente e teve a duração de pouco mais de 2h e 30 minutos.
As gravações originais de "Bohemian Rhapsody", do Queen, e depois "Blitzkrieg Bop", dos Ramones, acompanhadas por um coelho rosa que andava de um lado para o outro no palco, anunciava o início do show principal da noite.
Quando às 21h, a banda subiu ao palco e começou a tocar "Know Your Enemy"; o anfiteatro Beira-Rio estremeceu.
Daquele momento em diante rodas punk começaram a pipocar pela pista, gritos, histeria. Essa euforia durou todo o tempo do show.
Depois de sete anos de espera o GREEN DAY conseguiu o que parecia impossível de ser realizado. Repetiu uma performance tão boa quanto o debut da banda na cidade em 2010, no Gigantinho.
O setlist apresentado se fixou mais nos álbuns "American Idiot", "Dookie", "Revolution Radio" e ""Nimrod" e não teve muitas surpresas em relação ao repertório apresentado nas outras cidades brasileiras. Mas isso em nada alterou a empolgação do público e bota empolgação nisso.
Falando em empolgação, hors concours neste quesito, foi a própria banda. De onde eles tiram tanta energia? Estávamos diante de uma banda que tem 30 anos de carreira e o pique e a vitalidade dos mesmos é extraordinária. Nem mesmo o público, que lotou a pista
premium e que era composto na sua grande maioria por jovens na faixa de 20/30 anos não conseguiu acompanhar fulltime.
Os americanos deram uma aula de como se faz um show inesquecível. Não faltou nenhum elemento. Um frontman das antigas, daqueles que interage constantemente o público, que sabe conduzir um show como poucos, discursos pra lá de engajados que falaram de política, racismo, homofobia; muita pirotecnia e explosões, brincadeiras, fantasias e fãs, muitos fãs no palco interagindo com a banda.
A performance ensandecida encerrou a perna brasileira da "Revolution Radio Tour", tour que Billie Joe afirmou ser a melhor realizada no país. O músico se mostrou emocionado diante das manifestações dos fãs durante o show.
Na noite anterior ao show a banda se envolveu num episódio de incêndio no hotel onde estavam hospedados em Porto Alegre; mas quem incendiou a cidade foram eles.
A capital tem recebido, felizmente, muitos shows internacionais; mas afirmo que esse show e, acredito que os leitores concordem, foi um dos melhores do ano.
Muito bom constatar, in loco, que essa trupe tem muito, mas muito chão ainda pela frente. E isso com muita competência, todos exímios músicos. Som, luzes, tudo irretocável.
A banda mostrou que não parou no tempo, se atualizou, e assim manteve seus fãs antigos e agregou novos fãs. O GREEN DAY merece o sucesso que tem.
Obviamente que os americanos voltam ao pais, mas que não demore sete anos para isso, não é mesmo?
Longa vida ao punk rock!
Longa vida ao GREEN DAY!
Setlist:
Bohemian Rhapsody (Queen song)
Blitzkrieg Bop (Ramones song)
Also Sprach Zarathustra (Richard Strauss song)
Know Your Enemy
Bang Bang
Revolution Radio
Holiday
Letterbomb
Boulevard of Broken Dreams
Longview
Youngblood
2000 Light Years Away
Armatage Shanks
J.A.R. (Jason Andrew Relva)
F.O.D.
Scattered
Hitchin' a Ride
Waiting
When I Come Around
She
Minority
Are We the Waiting
St. Jimmy
Knowledge
Basket Case
King for a Day (com Garota de Ipanema)
Shout / Always Look on the Bright Side of Life / Break on Through (to the Other Side) / (I Can't Get No) Satisfaction / Hey Jude
Still Breathing
Forever Now
Bis:
American Idiot
Jesus of Suburbia
Bis 2:
21 Guns
Good Riddance (Time of Your Life)
Agradecimentos à BMoov, MOVE Concerts e Agência Cigana.
Fotos: Michael Paz/ BMoov
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