Queens of The Stone Age: resenha do show no Pier Festival dos EUA
Resenha - Queens of The Stone Age (Pier Festival, EUA, 07/09/2017)
Por Brunelson T.
Fonte: Rock in The Head
Postado em 29 de setembro de 2017
No meio do país lidando com as consequências do furacão Harvey e agora Irma, o QUEENS OF THE STONE AGE invadiu a Philadelphia na noite do dia 07/09 para o 2º show da sua turnê promovendo o novo álbum de estúdio, "Villains" (7º disco, lançado agora em 25 de Agosto/2017), com o ROYAL BLOOD sendo a banda de abertura.
Estreando o disco com sucesso em 3º lugar no ranking da Billboard, o QUEENS OF THE STONE AGE atacou o palco com uma mistura de ferocidade e precisão, provando mais uma vez por que eles são uma verdadeira banda de rock.
Na moda típica do grupo, o frontman Josh Homme liderou a banda através de um setlist ruidoso que incluiu alguns hits, alguns cortes profundos e um serviço saudável de canções do seu último álbum. Enquanto o grupo tem consistentemente servido álbuns sólidos nas últimas 02 décadas, eles são uma banda em seu pico absoluto quando se apresentam ao vivo.
O Pier Festival em Penn's Landing proporcionou o cenário perfeito para o grupo dominar em um local ao ar livre - o ar estava muito bem respirável, mas o grupo estava em chamas. A platéia caiu e fluiu em uníssono através da banda de abertura, ROYAL BLOOD, enquanto aguardavam antecipadamente o QUEENS OF THE STONE AGE.
Quando eles finalmente tomaram o palco, a ovação foi um trovão.
Sem perder 01 segundo, a banda entrou no palco e explodiu diretamente com a música "My God is The Sun" (lançada no 6º disco em 2013, "Like Clockwork"). Não foi a única música da noite que foi a anfitriã do ataque triplo de guitarras por Homme, o guitarrista de longa data Troy Van Leeuwen e o multi-instrumentista Dean Fertita, mas nessa música elas funcionaram com uma perfeição absoluta. Fertita já está com a banda há 10 anos e também serve como um membro de apoio à banda de Jack White - ele foi um verdadeiro destaque em todo o show.
Mudando aparentemente sem esforço nenhum da guitarra para os teclados/piano/sintetizadores, Fertita é a pura definição de um músico utilitário. A sua virtuosa habilidade musical está sempre em completa exibição - de música para música em toda a apresentação.
Fertita, no entanto, não foi o único destaque como um todo. O baixista Michael Shuman teve mais do que algumas oportunidades para brilhar com as suas linhas de baixo - mais parecendo um caminhar embriagado, no bom sentido. Em canções como "No One Knows" (lançada no 3º disco em 2002, "Songs For The Deaf"), "Head Like a Haunted House" (do novo álbum, tocando pela 1ª vez ao vivo) e "Little Sister" (lançada no 4º disco em 2005, "Lullabies to Paralyze"), o seu baixo roubou a cena. Ancorando as músicas e pulando na frente do palco, Shuman, com certeza, exigiu da atenção do público.
QUEENS OF THE STONE AGE viu muitos membros ir e vir ao longo da sua história. O que é incrivelmente surpreendente é a sua capacidade de não apenas recriar o seu material mais antigo ao vivo com alguns novos membros, mas mantê-lo elevado de tal forma que as músicas continuamente se sintam frescas e empolgantes enquanto se mantêm familiar e reconfortante.
O baterista Jon Theodore não possui a tarefa fácil de replicar o trabalho de Dave Grohl e Joey Castillo, no entanto, ele é mais do que capaz de recriar as suas contribuições e com relativa facilidade ele respira uma vida nova sobre as canções. A banda cessou durante a música "No One Knows" para permitir que Theodore realizasse um solo de bateria por 02 minutos - antes que o grupo voltasse a todo furor.
Através de 19 músicas, o que ficou imensamente aparente é que o grupo são mestres no formato ao vivo. Eles também não tocam o mesmo setlist a cada noite e são confiantes em sua capacidade musical e no seu catálogo para misturar as coisas, mantê-las frescas e deixando o público feliz.
07 das 09 músicas que aparecem no novo álbum foram realizadas esta noite e foram recebidas com tanto entusiasmo quanto as clássicas canções "Sick, Sick, Sick" (lançada no 5º disco em 2007, "Era Vulgaris") e "Smooth Sailing" (de "Like Clockwork") – às vezes, até com mais empolgação ainda.
Além disso, a produção exuberante e a grossa paisagem atmosférica que encapsula muitas das músicas do novo álbum, traduziram a vida de um jeito melhor do que deveria. Mais uma vez, considero que isso tem a ver com o domínio de Fertita em seus múltiplos papéis e também na fantástica habilidade de Shuman como back-vocal. Para completar, os falsetes de Homme proporcionaram um pouco de entusiasmo adicional em uma boa medida.
A banda também estreou um impressionante show de luzes nessa atual turnê. Perfurante luzes fluorescentes mostravam através do céu noturno um grau quase cegante ao público. Luzes pulsando em ritmo e sincopação com a bateria e em alguns pontos sonoros agitando em uma ordem maníaca perante a platéia. Num certo momento do show, inúmeras pessoas na audiência colocaram os seus óculos de sol para suportar o assalto visual - apesar de ser noite. Durante as árduas e fortes performances de melancolia em músicas como "I Appear Missing" (de "Like Clockwork") e "Villains of Circumstance" (do novo álbum), as luzes hipnotizantes foram suficientes para quase enviá-lo a um episódio epiléptico.
A banda encerrou a sua 1ª parada com 01 de suas músicas mais conhecidas, "Go With The Flow" (de "Songs For The Deaf"). Homme disse à multidão: "Ontem foi ontem e 05 minutos a partir de agora serão 05 minutos a partir de agora, então, esteja no agora, cara!", antes de tocar a canção para um aplauso ensurdecedor da multidão.
A banda concedeu o seu "boa noite" e "obrigado" antes de recuar aos bastidores. Dentro de 05 minutos, eles voltaram para o bis com uma versão super apertada, super rápida e super maníaca da música "A Song For The Dead" (de "Songs For The Deaf"). Outro momento para Theodore provar a sua proeza e completo domínio sobre a bateria. O grupo tocou a canção pelo menos uns 50% mais rápida do que a versão gravada no álbum, deixando a multidão atenta, satisfeita e admirada.
Cada membro da banda estava em exibição completa e cada um contribuindo para a sensação divertida e relaxada do QUEENS OF THE STONE AGE. Em um certo momento, Homme pediu que as luzes do evento se acendessem para que ele pudesse apontar um jovem fã na audiência que estava segurando um cartaz, que dizia: "Meu nome é Zeppelin. Eu matei aula no 1º dia da escola para ver o ROYAL BLOOD e o QUEENS OF THE STONE AGE". Eis que Homme brincou, falando: "Criança, o engraçado é que você também esta numa maldita escola".
E é verdade! A banda deu a todos na audiência uma educação sobre: como nos dias atuais, em um mundo de música se afogando em rap, pop bands, country e uma grande falta de interesse em rock alternativo e música rock, ainda existam heróis do rock’n roll? - mesmo que o QUEENS OF THE STONE AGE prefira ser chamado de vilões (tradução para "Villains").
Setlist:
1- My God is The Sun
2- Turnin' on The Screw
3- The Evil Has Landed
4- Smooth Sailing
5- Head Like a Haunted House
6- Sick, Sick, Sick
7- No One Knows
8- Domesticated Animals
9- Make it Wit Chu
10- Fortress
11- I Appear Missing
12- Villains of Circumstance
13- If I Had a Tail
14- The Way You Used to Do
15- Leg of Lamb
16- Un Reborn Again
17- Little Sister
18- Go With The Flow
Encore Break:
19- A Song For The Dead
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