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Sepultura: Confira como foi a estreia da banda no Acre

Resenha - Sepultura (Espaço 14 Bis, Rio Branco, 10/09/2016)

Por Maicon Leite
Postado em 17 de setembro de 2016

Colaborou: Leandro Chavez

Demorou 32 anos para o Sepultura finalmente aterrissar em terras acreanas. A espera valeu a pena? Pode apostar que sim. Aconteceu no dia 10 de setembro, no espaço 14 Bis, conhecida casa de shows de Rio Branco. O momento era propício, a banda em turnê de celebração de seu trigésimo aniversário, chegou à capital acreana com um set recheado de clássicos das duas eras que dividem sua história, um set list na medida certa para um show histórico e para um público que pela primeira vez veria seus ídolos, ao vivo, em casa.

A formação atual da banda conta com o guitarrista e líder Andreas Kisser, o vocalista Derrick Green, veterano da banda o baixista Paulo Xisto e o novato Eloy Casagrande, fenomenal baterista que faz seu segundo show em Rio Branco, em 2012 ele esteve na cidade quando ainda era membro da banda solo de Andre Matos.

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O show começou, pontualmente, às 21h, direto e sem firulas, engrenando um clássico das primícias, "Troops of Doom" do álbum "Morbid Visions" (1986), trazendo toda aquela atmosfera Death Metal que influenciou o Sepultura em sua origem. Do passado remoto aos tempos atuais, a banda emendou na sequência "Kairos", do disco homônimo, o público não deixava a peteca cair, bastava alguns segundos de silêncio da banda para que os gritos de SEPULTURA enchessem o salão. Óbvio que numa turnê de 30 anos os três discos mais famosos da banda, quase unanimidades entre os fãs, "Arise" (1991), "Chaos A.D." (1993) e "Roots" (1996) não podiam deixar de serem homenageados e são deles as canções seguintes: o Thrash poderoso de "Slave New World" e "Desperate Cry" e as batidas tribais de "Breed Apart" e "Dusted". A emoção do público, vendo canções de seus discos favoritos, era evidente.

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Uma pausa na empolgação da plateia para um momento de atenção, a banda anuncia sua canção nova "I Am The Enemy", que estará em seu disco vindouro, anunciado para o ano que vem, foi bem recebida pela plateia. O show seguiu alternando músicas da era Max Cavalera e da atual era Derrick Green, mostrando uma banda que respeita sua herança, mas que, de forma alguma, não vive apenas de seu passado, produzindo até hoje excelentes canções com um destaque especial para uma das minhas favoritas "Convicted in Life" do álbum "Dante XXI" (2006) que une peso e groove na medida certa seguida por "Dialog", da era atual ainda tivemos o quase hino "Sepulnation", além de "The Vatican" do mais recente disco da banda "The Mediator Between Head and Hands Must Be The Heart" (só Mediator pros mais íntimos), da era Max Cavalera tivemos clássicos como "Attitude" e "Territory", que fez o público pular já em sua introdução de bateria, e "Biotech Is Godzilla" que teve um medley sensacional com "Polícia" dos Titãs, em tempos de repressão policial violenta à manifestações em São Paulo, que ótima canção eles escolheram para cover, bola dentro Sepultura.

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O disco "Beneath The Remains" (1989) também foi lembrado com sua faixa título, mas infelizmente não foi tocada nenhuma de "Schizophrenia". Uma pena, mas nada que diminua o show. Por essa altura a empolgação já dominava a plateia e a banda deixou o melhor para o final. A dupla escolhida para o encerramento quase leva a casa abaixo, "Arise" do disco homônimo, abriu a maior roda de mosh do show e "Refuse/Resist", clássico absoluto, foi cantada do início ao fim pelo público, opinião pessoal, essa é a melhor música do Sepultura.

A banda sai do palco por alguns instantes que são preenchidos com ovações e logo é chamada de volta pela plateia que grita SEPULTURA a plenos pulmões para o Bis que abre com uma homenagem a todos os fãs tatuados da banda "Sepultura Under My Skin", na sequência vem a brasileiríssima "Ratamahatta", canção em português, parceria da banda com Carlinhos Brown no original, aqui cantada em dueto por Andreas Kisser e Derrick Green e por fim, fechando com chave de ouro esse momento histórico para o Heavy Metal acreano, o já tradicional anúncio de Derrick "Sepultura do Brasil 1, 2, 3, 4" é o prelúdio de "Roots Bloody Roots", obrigatória nos shows da banda, não podia faltar nesse show.

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Não é fácil trazer um show desse porte para o Acre, um estado distante e de acesso limitado, apenas duas empresas de aviação fazem o trajeto em horários completamente inconvenientes durante a madrugada, voos demorados que podem levar até três horas e meia de Brasília para Rio Branco, além toda a questão dos custos e logística para trazer a maior banda de Heavy Metal do Brasil para o Acre, muitos poderiam pensar que não compensa, talvez financeiramente para os produtores locais não compense mesmo, mas temos aqui pessoas que fazem essas coisas porque gostam do que fazem e querem ouvir suas bandas favoritas tocarem na sua casa. Sorte nossa. Esse parágrafo é para homenagear nossos aguerridos produtores culturais e o empresariado local que comprou essa ideia e patrocinou a realização desse evento, além da banda em si, que topou vir à capital mais à leste do Brasil e o público que compareceu em peso cuja empolgação alimentou a empolgação da banda e vice versa, durante o show Andreas Kisser falou da alegria de estar tocando pela primeira vez no Acre e desejou, e creio que desejou isso e verdade, não demorar para tocar por essas terras de novo. Todos os headbangers do Acre têm essa mesma esperança.

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Set List:

Troops of Doom
Kairos
Slave New Word
Breed Apart
Desperate Cry
Dusted
I Am The Enemy
Convicted in Life
Dialog
Attitude
Biotech Is Godzilla / Polícia
Sepulnation
The Vatican
Territory
Beneath The Remains
Arise
Refuse/Resist

Encore:
Sepultura Under My Skin
Ratamahatta
Roots Bloody Roots

Comente: Assistiu algum show do Sepultura recentemente? O que achou?

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Sobre Maicon Leite

Maicon Leite é assessor de imprensa na Wargods Press, colaborador na revista Roadie Crew e um dos autores do livro Tá no Sangue! - A História do Rock Pesado Gaúcho, dentre outros projetos e publicações.
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