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Megadeth: público energético no show de Buenos Aires

Resenha - Megadeth (Estadio Cubierto Malvinas Argentinas, Buenos Aires, 14/09/2012)

Por João Paulo Linhares Gonçalves
Postado em 26 de setembro de 2012

Vou falar sobre minha aventura em Buenos Aires, na última sexta-feira, dia 14/09/2012, quando fui assistir ao show do Megadeth. Foi o dia em que a banda executou na íntegra o álbum "Countdown To Extinction", e foi o segundo show da banda na Argentina - eles tinham tocado também na noite anterior, quando executaram o disco "Peace Sells... But Who's Buying".

Sempre tive esta vontade louca de assistir a um show fora do nosso país. A chance de ver como o público de uma cultura diferente reage aos nossos ídolos, como são os fãs de rock em outros lugares, tudo isso é fascinante e me motivou a aproveitar minhas férias em Buenos Aires para curtir o show do Megadeth que se anunciou há alguns meses atrás, onde eles iam tocar o álbum "Countdown To Extinction" na íntegra. Sabendo antecipadamente a data em que o show aconteceria, planejei as férias para o local do show (já estava querendo conhecer a capital portenha há algum tempo; aliás, lindíssima, por sinal!) e fiz todos os preparativos: troquei as passagens com os pontos do cartão, reservei o hotel pela Internet e comprei o ingresso também - na Argentina, a Ticketek me parece que domina o mercado de venda de ingressos online. Nada muito diferente daqui: você compra o ingresso online e pode obter o ingresso real em algum ponto de troca - no meu caso, troquei no Shopping Abasto, acessível pelo metrô da cidade.

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Tudo planejado e acertado, enfim chegou o grande dia: dia 14/09, uma sexta-feira ensolarada em Buenos Aires. Aproveitei a manhã com minha esposa e minha filha pequena e fomos conhecer a Plaza del Congreso, muito bonita, passeamos pela Avenida de Mayo, com suas construções históricas, muitos cafés e tal, fomos almoçar (um delicioso bife de chorizo) e retornamos ao hotel para descansar. Por volta de 17h, devidamente uniformizado de jeans e camisa preta do Motörhead (deve estar escrito em alguma lei que este é o uniforme da galera do rock), segui rumo ao "Estádio Cobierto" Malvinas Argentinas - entre aspas porque, na verdade, nada mais é que um ginásio, com capacidade para umas seis mil pessoas, menor que a HSBC Arena. Da estação de metrô ao ginásio, caminhei um bom bocado e ao chegar, duas longas filas já se formavam: uma para a pista, outra para a arquibancada. Me encaminhei para a fila da arquibancada e aguardei o horário de abertura dos portões, 18h, horário este que foi respeitado e a fila rapidamente andou e eu e mais uma horda de roqueiros argentinos entramos no ginásio, que rapidamente foi ficando lotado - tanto este quanto o show na noite anterior tiveram ingressos esgotados. Pouco depois da abertura dos portões, tivemos o show da banda de abertura, uma banda local que não consegui descobrir o nome (nem um cartaz os caras colocaram...), que fez um show de thrash metal com fortes influências de Testament (o vocalista até me lembrou Chuck Billy), com duração de pouco mais de 40 minutos. Já no show de abertura, os presentes vibraram bastante, pulando, agitando e cantando a plenos pulmões.

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Passado o show de abertura, a expectativa começou a tomar conta do ginásio, e o público não se continha de tanta ansiedade. A popularidade do Megadeth na Argentina é bem maior que no Brasil, e os fãs de lá cantam muito antes do show começar. Todas aqueles gritos das torcidas dos times de futebol argentino. E a plateia toda canta, em uníssono, criando um clima incrível. Pra aumentar a ansiedade, a banda colocou pequenos vídeos dos bastidores, onde os músicos se preparavam para entrar no palco. Por volta de 21h, as luzes se apagaram e a insanidade tomou conta do lugar, completamente. Todos de pé, câmeras ao ar para registrar o grande momento. Shawn Drover assume seu lugar e começa a intro de "Trust", seguido por Dave Ellefson, Chris Boderick e finalmente o líder Dave Mustaine, e o ginásio pega fogo. Olho para a pista e me parece um mar revolto de fãs, que pulam sem parar, indo para a frente e para trás incessantemente (e agradeço ter escolhido a arquibancada...). Com "Hangar 18", a insanidade é ainda maior e as rodinhas começam a surgir em diversos pontos. Até mesmo na balada "A Tout Le Monde" a plateia agita. As duas canções do novo álbum "Th1rt3en", "Whose Life (Is It Anyways?)" e "Public Enemy Nº 1", apesar de pesadas e agitadas, não animam tanto o público, que parece já se preparar para a execução completa de "Countdown To Extinction".

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Mustaine fala sobre o ano de 1992 e o lançamento do disco antes da banda começar sua execução, com a grande canção "Skin O' My Teeth", que reacendeu o público, que agitou intensamente nesta, e mais ainda na canção seguinte, "Symphony Of Destruction", onde os argentinos entoam a plenos pulmões o canto que acredito terem eles criado, o famoso "Megadeth, aguante Megadeth". "Architecture Of Aggression" e "Foreclosure Of A Dream" tem recepção menor, e a plateia aproveita para respirar antes de se entregar totalmente de novo com "Sweating Bullets", um dos pontos altos do show. "This Was Your Life" também é muito bem recebida. Antes da faixa-título, Dave Mustaine faz um intervalo para mandar uma mensagem sobre os 50 anos dos amplificadores Marshall, aproveitando a idolatria do público argentino. Seguem-se as canções "High Speed Dirt" e "Psychotron", com recepção acalorada, e "Captive Honour", onde Mustaine antes fala sobre o que se trata a canção. "Ashes In Your Mouth" encerra a execução na íntegra do disco que completou vinte anos em grande estilo, com a plateia vibrando intensamente. Sem muito intervalo, a banda já emenda "Peace Sells", com a intro de baixo de Dave Ellefson, incendiando mais uma vez o público. Para o grand finale, claro, a muito esperada "Holy Wars... The Punishment Due", que torna a pista em uma grande roda, com diversas secundárias, todo mundo canta, agita, pula, deixa a última gota de suor e energia neste grande show. Fim de festa, a banda agradece a todos os presentes, distribui palhetas e mais palhetas, e o blogueiro aproveita a deixa para sair de fininho - não conheço tão bem a cidade e não quero concorrer com o público por um táxi de volta ao hotel...

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De volta ao hotel, compartilho algumas destas impressões com minha esposa, aproveito para me reidratar e me alimentar, com deliciosas memórias que ficarão comigo para sempre, de um belíssimo show, o meu primeiro em outro país, outra cultura. Buenos Aires, uma cidade belíssima, de gastronomia maravilhosa, se mostra um grande porto para as bandas de rock e heavy metal, que saúdam toda a energia de seu público. Valeu demais!!

Alguns vídeos do show:

"Trust", a música que abriu o show:

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"Symphony Of Destruction", com o famoso canto criado pelos argentinos:

Curta esta e outras resenhas no blog Ripando a História do Rock:
http://ripandohistoriarock.blogspot.com.br/

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Sobre João Paulo Linhares Gonçalves

Roqueiro convicto, de carteirinha, desde os treze anos de idade. Já tive diversas bandas preferidas: de Iron Maiden, Metallica e Black Sabbath a The Who, Pink Floyd e Rolling Stones. O heavy metal sempre me atraiu muito, mas o rock praticado nos anos 60 e 70 é fascinante e estou sempre escutando. De vez em quando, dou chance ao punk, rock alternativo, blues, até ao jazz e MPB, pra variar.
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