John Fogerty: Toneladas do melhor do rock n'roll em BH
Resenha - John Fogerty (Chevrolet Hall, Belo Horizonte, 07/05/2011)
Por Luiz Figueiredo
Postado em 12 de maio de 2011
Pela repercussão que deu nas redes sociais sobre o show do Rio de Janeiro na noite anterior, todos já tinham idéia do que iria ser a noite de sábado (7), no Chevrolet Hall. O público carioca pôde conferir um show com mais de 20 músicas e todos os clássicos do Creedence no set. Mas, em Belo Horizonte, John Fogerty não repetiu o repertório, substituindo várias músicas e trocando a ordem delas e, inclusive, improvisando no final.
O Chevrolet Hall com um bom público - cerca de 3.500 pessoas era a previsão de público, segundo a produção, quando restava menos de uma hora para a apresentação – que viu as luzes se apagarem para receber ao palco o responsável pela voz e composições das melhores músicas do Creedence Clearwater Revival que estão imortalizadas há cerca de 45 anos na mente de qualquer rockeiro que se preze.
John Fogerty chegou agitando o público com simplesmente nove clássicos indiscutíveis que fez na época de Creedence. As primeiras palavras que o músico de 65 anos de idade gritou com voz ainda forte ao microfone foram "Heeeey Tonight".
Fogerty é experiente e sabe: um bom show do rock deve começar a 1000 por hora. Para manter essa viagem em alta velocidade emendou com Green River que antecederia Who’ll Stop The Rain e Lodi. O início foi tão empolgante que o semblante da maioria era de já estar satisfeita naquele momento, mas o certo é que o show estava apenas começando.
Tanto estava que viria mais cinco petardos dos anos 1960, Lookin’ Out My Back Door, Born On The Bayou, Ramble Tamble, The Midnight Special e Cotton Fields e Don’t You Wish It Was True foi a primeira de sua carreira pós-Credeence, música de 2007, presente no disco Revival.
Ao contrário do que foi no show do Roger Hodgson, vocalista do Supertramp que aconteceu naquele mesmo local no ano passado, o público era bem variado e continha grupos de dinossauros já com 50 ou mais e também grupos de jovens na casa dos 20. Isso mostra que o tempo passa e a música do Creedence usa sua força para vencer a barreira dos quase 45 anos de existência.
Enquanto despejava toneladas do melhor do rock n’ roll. John Fogerty usava suas palhetas e as jogava para trás, ao invés de atirar ao público. Para tristeza dos maníacos viciados que sempre tentam levar uma delas para casa. O motivo disso? Talvez o fato de estarem sendo comercializadas as palhetas do músico na banca onde são vendidos os produtos oficiais de Fogerty. Fato estranho, no mínimo.
Após tocar uma música de sua carreira solo, Fogerty volta a apresentar canções dos tempos de Creedence. Músicas que faltaram e foram sentidas pelo público, como Up Around the Band e Suzie Q, foram executadas no Rio um dia antes. Principalmente a segunda foi muito pedida pelos presentes, pois, como no show do Rio ela foi executada no início da apresentação, muitos já sentiram sua ausência e faziam coro já pressentindo que esta ficaria de fora do set. Mas os pedidos foram em vão.
Have You Ever Seen The Rain, obviamente, foi cantada por todos os presentes em uníssono e foi uma das partes altas do concerto. Ela antecedeu Pretty Woman, um cover da música de Roy Orbison de 1965. O primeiro Bis veio após Good Golly Miss Molly outra pérola do Creedence. Mesmo ao sair do palco desejando boa noite, ninguém arredou o pé, pois ainda tinha "água pra passar debaixo da ponte".
John Fogerty voltou animado como no início do show, correndo e anunciando Bad Moon Rising. John mostrou muita energia durante toda a apresentação e, principalmente, muita satisfação em estar em sua primeira passagem pelo Brasil em todo seu longo tempo de estrada.
Old Man Down The Road; mais uma de sua carreira solo seguida do que pode ser chamado, talvez, do: o ápice da noite; Fortunate Son. Em um ritmo mais acelerado que o normal Fogerty encheu os pulmões e cantou com vontade esse que é um dos maiores gritos de revolta aos critérios obscuros de alistamento para o exercito americano durante a guerra no Vietnã.
Fim de Fortunate Son e John sai mais uma vez do palco. Neste momento, muitos começaram a deixar a pista, mas John voltou correndo de novo surpreendendo com Rockin’ All Over The World, talvez seu maior sucesso pós-Creedence. Seguindo de Proud Mary para fechar a apresentação com chave de ouro.
Mas Fogerty não estaria preparando mais uma supresa? Ele estava. O clássico do Rockabilly Blue Suede Shoes de Elvis Presley em uma versão bem diferente encerrou aquela noite histórica e divertida. Assim como deve ser um concerto de rock n’ roll bem feito. Com John Fogerty no comando, não era possível esperar nada diferente.
Abaixo o set-list que fez tremer o Chevrolet Hall:
1. Hey Tonight
2. Green River
3. Who’ll Stop the Rain
4. Lodi
5. Lookin’ Out My Back Door
6. Born On The Bayou
7. Ramble Tamble
8. Midnight Special
9. Cotton Fields
10. Don’t You Wish It Was True
11. Run Through The Jungle
12. Long As I Can See The Light
13. Heard It Thru The Grapevine
14. Somebody Help Me
15. Wrote a Song For Everyone
16. Have You Ever Seen The Rain
17. Pretty Woman (cover de Roy Orbison)
18. Keep On Chooglin’
19. Down On The Corner
20. Good Golly Miss Molly
21. Bad Moon Rising
22. Old Man Down The Road
23. Fortunate Son
24. Rockin All Over The World
25. Proud Mary
26. Blue Suede Shoes (cover de Elvis Presley)








Outras resenhas de John Fogerty (Chevrolet Hall, Belo Horizonte, 07/05/2011)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
Show do System of a Down em São Paulo entre os maiores momentos do ano para revista inglesa
Brian May escolhe os 5 maiores bateristas e inclui um nome que poucos lembram
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Disco do Pink Floyd atinge o topo das paradas do Reino Unido 50 anos após lançamento
O vocalista que o Black Sabbath deveria evitar, de acordo com Ozzy Osbourne
O guitarrista que Neil Young colocou no mesmo nível de Hendrix, e citou uma música como "prova"
A música "complicada" do Pink Floyd que Nick Mason acha que ninguém dá valor
O músico que atropelou o Aerosmith no palco; "Ele acabou com a gente"
Com shows marcados no Brasil em 2026, Nazareth anuncia novo vocalista
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O megavocalista que Axl Rose teve como seu maior professor; "eu não sei onde eu estaria"
Novo boletim de saúde revela o que realmente aconteceu com Clemente
A banda que John Paul Jones considerava num patamar acima do Led Zeppelin
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar

O último grito na Fundição Progresso: Planet Hemp e o barulho que vira eternidade
Pierce the Veil - banda dá um grande passo com o público brasileiro
Tiamat - aquele gótico com uma pegada sueca
Boris - casa lotada e público dos mais diversos para ver única apresentação no Brasil
Molchat Doma retorna ao Brasil com seu novo álbum Belaya Polosa
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente


